Os episódios finais da segunda temporada de The Last of Us trouxeram cenas intensas, reviravoltas e uma nova fase para a série. Mesmo assim, o desempenho de audiência não acompanhou a qualidade técnica da produção. A HBO já confirmou a terceira temporada, mas o futuro além disso pode estar ameaçado. A promessa inicial de quatro temporadas pode não se sustentar diante da queda de interesse do público.
A série vinha sendo construída com uma estrutura bem definida, adaptando fielmente os jogos. A primeira temporada cobriu toda a parte 1, enquanto a segunda concentrou-se apenas no início de The Last of Us Part II. O plano de dividir o segundo jogo em mais de uma temporada parecia lógico, até que os números começaram a mostrar uma realidade preocupante.
Segundo dados divulgados pela Warner Bros. Discovery, o último episódio da segunda temporada teve apenas 3,7 milhões de espectadores somando todas as plataformas – uma queda de 55% em comparação ao episódio final da primeira temporada, que alcançou 8,2 milhões. Esse número é ainda menor do que a audiência do episódio de estreia da segunda temporada, que teve 5,3 milhões.
Embora a emissora justifique a baixa por conta do feriado de Memorial Day nos EUA, é difícil ignorar o fato de que essa tendência acompanha toda a segunda temporada. A cada episódio, mais pessoas deixaram de acompanhar, algo que levanta dúvidas sobre o interesse geral na continuação da trama.
O número menor de espectadores no dia da estreia não necessariamente representa o total de audiência, já que muitas pessoas assistem dias depois. Ainda assim, o impacto imediato é importante para a renovação e planejamento de séries, e The Last of Us parece ter perdido força nesse aspecto.
A terceira temporada já está garantida e deve se concentrar exclusivamente na perspectiva de Abby, retomando o ponto de vista do jogo. Assim como no game, agora será a vez de conhecer a trajetória da “antagonista”. Isso significa que Ellie pode aparecer apenas no fim da próxima temporada, ou nem isso, caso a narrativa se estenda por mais de uma temporada.
Para o público que já demonstrou resistência à personagem Abby, essa mudança de foco pode resultar em uma evasão ainda maior na audiência. Neil Druckmann e Craig Mazin, criadores da adaptação, haviam declarado que planejavam adaptar todo o segundo jogo em até três temporadas. A estrutura permitiria uma divisão temática clara, com tempo para explorar os principais eventos e personagens.