O último episódio de The Last of Us trouxe um encerramento inesperado com um corte seco para o momento em que Abby (Kaitlyn Dever) desperta no estádio da WLF. Essa transição indica que, assim como no jogo, agora é a vez de acompanharmos os três dias em Settle pela perspectiva da personagem.
A próxima temporada deve seguir a estrutura de The Last of Us Part II, mostrando os mesmos eventos da segunda temporada, mas sob o ponto de vista da – até então – antagonista. No jogo, essa mudança foi um divisor de opiniões, e na televisão o desafio se repete: tornar cativante a história da mulher que matou o protagonista amado da primeira fase da trama.
Abby é apresentada como vilã, mas a terceira temporada vai mostrar um lado mais humano da personagem. Sua história ganha profundidade ao conhecermos Lev, um jovem Serafita que foge de sua comunidade e acaba formando uma aliança improvável com Abby.
No jogo, o personagem funciona como um espelho da relação entre Joel e Ellie. Assim como Joel se reconectou com sua humanidade ao proteger Ellie, Abby também encontra em Lev uma razão para seguir em frente.
O sentimento de irmandade que surge entre os dois transforma a narrativa e reconfigura a imagem que temos dela. A dinâmica de afeto e o mergulho no passado de Abby são partes essenciais para que a série consiga transmitir a verdadeira mensagem do jogo.
Enquanto Ellie era movida pelo desejo de vingança, Abby percorria um caminho completamente diferente. A terceira temporada vai explorar como a personagem tenta superar a perda do pai e abandonar a violência, construindo algo novo ao lado de Lev. Essa trajetória está longe de ser passiva.