O gênero true crime ganhou espaço definitivo entre o público brasileiro. São dezenas de documentários, podcasts, minisséries e filmes baseados em casos reais que movimentam conversas e atraem curiosos. Em meio a esse mar de produções, encontrar algo que realmente ofereça um diferencial é raro, mas não impossível.
A nova produção da Netflix, Caso Arquivado: Os Assassinatos do Tylenol, é um desses casos. A série documental resgata um crime que aterroriza os Estados Unidos desde 1982, mas faz isso de forma inédita, trazendo relatos do homem que, por décadas, foi o principal suspeito de um dos maiores mistérios criminais do país.
A série revisita a morte de sete pessoas na região de Chicago, todas vítimas de envenenamento por cápsulas de Tylenol contaminadas com cianeto. O caso provocou pânico nacional, levou a mudanças em protocolos de segurança farmacêutica e, apesar dos esforços das autoridades, nunca foi solucionado.
Em três episódios, a série apresenta um material inédito através de uma entrevista completa com James Lewis, homem apontado como principal suspeito do caso. Lewis se tornou suspeito após uma série de evidências circunstanciais. Ele já havia sido acusado de assassinato, tinha histórico de fraudes e usava vários nomes falsos, além de ter sido encontrado em sua posse um livro sobre venenos.
A entrevista exclusiva só aconteceu graças à persistência da produtora Molly Forster, que passou um ano ganhando a confiança de Lewis. Ela o convenceu ao garantir que seria tratado como ser humano, não como vilão.
A estratégia funcionou, e o resultado é um relato direto, inquietante e sem precedentes sobre um dos maiores mistérios criminais da história dos EUA. Ao longo dos episódios, o documentário evita rotular Lewis como culpado ou inocente. Em vez disso, abre espaço para diferentes interpretações, permitindo que o público forme sua própria opinião.