O novo live-action de Branca de Neve gerou muitas discussões mesmo antes de seu lançamento oficial. O filme da Disney, estrelado por Rachel Zegler e Gal Gadot, já enfrentava dificuldades desde seu anúncio. Do elenco às mudanças na narrativa, passando por questões de representatividade e até política internacional, o longa se tornou um dos mais controversos da história recente da empresa.
A situação chegou a tal ponto que a Disney decidiu reduzir significativamente a presença da imprensa na première, limitando o evento apenas a fotógrafos e equipe interna. Com um orçamento de US$ 270 milhões, a produção corre o risco de se tornar um dos maiores fracassos financeiros da empresa caso a recepção do público não seja positiva.
A escalação de Rachel Zegler como Branca de Neve gerou críticas desde o início. Alguns setores mais conservadores contestaram a escolha de uma atriz de ascendência colombiana para o papel, argumentando que não correspondia à descrição da personagem original.
Os argumentos preconceituosos que, infelizmente, se tornaram comuns com as liberdades criativas tomadas pelos diretores e criadores nos últimos filmes da Disney, cresceram em larga escala com declarações da própria atriz sobre sua visão da história. Em entrevistas, Zegler afirmou que a nova versão de Branca de Neve não giraria em torno de um romance com o príncipe e que a protagonista não deveria ser definida por um interesse amoroso.
Algumas de suas falas, como a classificação do príncipe original como um “perseguidor”, viralizaram e foram interpretadas como um desrespeito ao clássico. Essas declarações resultaram em uma enxurrada de críticas na internet, com parte do público argumentando que a atriz parecia menosprezar a obra original. Esse fator, somado a insatisfação com a escalação, se tornaram uma bola de neve de críticas e xingamentos em cima de Zegler.
Outro ponto sensível na produção foi a representação dos sete anões. O ator Peter Dinklage criticou a decisão da Disney de manter a história original de Branca de Neve, alegando que a representação dos personagens era antiquada e perpetuava estereótipos. Em resposta, a Disney anunciou que faria mudanças e consultaria membros da comunidade de pessoas com nanismo.
A solução inicial do estúdio foi substituir os anões por sete criaturas mágicas distintas. Porém, após as primeiras imagens vazadas, houve uma mobilização geral para que o estúdio voltasse atrás e se mantivesse fiel aos personagens originais. Frente às críticas de Dinklage e a insatisfação do público com a medida improvisada, a Disney decidiu colocar anões gerados por CGI, o que também gerou insatisfação entre atores com nanismo que viam na história uma rara oportunidade de participação em um grande filme.