Sobrecarga

Coisas idiotas que não podemos ignorar em Thunderbolts*

Carrega algumas inconsistências típicas de uma franquia extensa e povoada por inúmeros personagens

Thunderbolts* chega nos cinemas do Brasil
Thunderbolts* chega nos cinemas do Brasil

Desde que Vingadores: Ultimato se consolidou como um dos maiores eventos cinematográficos do século 21, o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) tem enfrentado dificuldades para manter o mesmo nível de impacto. Embora algumas produções tenham se destacado, esses momentos têm sido esporádicos. Títulos como Capitão América: Admirável Mundo Novo receberam críticas mornas, enquanto As Maravilhas fracassou nas bilheterias — um contraste gritante com o sucesso de US$ 1 bilhão alcançado por Capitã Marvel, em 2019.

No entanto, com Thunderbolts*, que está nos cinemas, a Marvel parece finalmente reencontrar seu rumo.

Surpreendentemente, o longa consegue atribuir profundidade emocional a personagens de segundo escalão, como o Agente Americano (Wyatt Russell) e a Ghost (Hannah John-Kamen). O destaque, no entanto, vai para Florence Pugh, que entrega uma performance marcante como a atormentada Yelena Belova. Completam o elenco figuras conhecidas dos fãs, como Bucky Barnes (Sebastian Stan), o Guardião Vermelho (David Harbour), Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus) e Bob (Lewis Pullman).

Embora Thunderbolts* não seja, de forma alguma, um filme ruim, ele ainda carrega algumas inconsistências típicas de uma franquia extensa e povoada por inúmeros personagens. Essa sobrecarga narrativa é um risco frequente em produções do MCU.

Ainda assim, Thunderbolts* marca um sinal promissor de que a Marvel pode estar ajustando o leme — mesmo que alguns tropeços ainda estejam presentes ao longo do caminho.

Bucky

Como Bucky foi eleito para o Congresso?

Capitão América: Admirável Mundo Novo traz de volta um dos personagens mais queridos do MCU: Bucky Barnes. Mas a surpresa não vem exatamente da sua rápida aparição ao lado de Sam Wilson (Anthony Mackie), e sim da revelação de que o ex-Soldado Invernal está concorrendo a uma vaga no Congresso dos Estados Unidos. A reação imediata do público? Um coletivo e desconfiado “Hã?”

Afinal, por que Bucky se envolveria com política? Narrativamente, a explicação parece servir apenas como ponte para Thunderbolts*. No filme, é necessário que ele ocupe um cargo político para ter acesso às ações obscuras de Valentina Allegra de Fontaine e de seu grupo empresarial maligno, o OXE. Eventualmente, Bucky se volta contra ela e se junta aos Thunderbolts, mas sua súbita inclinação pela vida pública soa forçada — a não ser que tudo sempre tenha feito parte de um plano para desmascarar Valentina.

Mas a dúvida mais incômoda vai além do roteiro: quem, em sã consciência, votaria voluntariamente em um ex-assassino profissional? Por décadas, Bucky foi o temido Soldado Invernal, responsável por execuções de alto nível a mando da Hydra. Sim, ele estava sob controle mental. Sim, ele lutou contra Thanos. Mas é difícil acreditar que isso o tornaria um candidato palatável aos olhos do eleitor médio. Seu adversário certamente teria um arsenal de vídeos de campanha para lembrá-los de que, em determinado momento, ele era um agente russo letal — e, quem sabe, poderia ser de novo.

Por outro lado, vivemos em um mundo em que o absurdo político real frequentemente ultrapassa a ficção. Como veterano da Segunda Guerra Mundial e herói de guerra intergaláctica, talvez Bucky ainda consiga atrair votos, especialmente entre os mais nostálgicos. E no universo Marvel, onde até racistas reformados e deuses nórdicos recebem segundas chances, talvez um ex-assassino de elite possa mesmo virar congressista.

Taskmaster

A morte sem cerimônia do Taskmaster

Talvez seja a morte menos surpreendente da história recente do MCU. Praticamente ausente dos trailers de Thunderbolts* e relegada ao fundo de pôsteres e materiais promocionais, Taskmaster (vivida por Olga Kurylenko) é eliminada nos minutos iniciais do filme — sem muito destaque ou emoção. Com apenas uma linha de diálogo e alguns minutos de luta, ela é assassinada de forma abrupta por Ghost, com um tiro na cabeça. Um fim violento e apático para uma personagem que, apesar das críticas iniciais, havia conquistado uma parcela fiel de fãs desde sua aparição em Viúva Negra.

De forma isolada, a morte de Taskmaster não é exatamente um problema. Ela estabelece um clima de imprevisibilidade e reforça a ideia de que nenhum dos Thunderbolts* está a salvo. Também lança uma sombra sobre a noção de redenção — nem todos terão a chance de recomeçar. O verdadeiro problema é a maneira como o roteiro trata esse momento: Ghost parece agir sem motivação convincente ao executar Taskmaster. Poucos segundos depois, todos descobrem que Valentina armou para que o grupo estivesse reunido no cofre com o objetivo de matá-los. Se Ghost tivesse hesitado apenas um instante, Taskmaster poderia ter tido um papel mais relevante na trama.

O impacto da morte é minimizado ainda mais pela reação indiferente dos demais personagens. Uma breve troca de palavras entre Ghost e Yelena é o único reconhecimento da tragédia, antes que a narrativa siga adiante como se nada tivesse acontecido. É uma oportunidade desperdiçada: se a morte tivesse realmente abalado Ghost, o filme poderia ter aprofundado seus temas sobre culpa, perdão e a possibilidade de redenção — pilares centrais do enredo de Thunderbolts*.

Em vez disso, Taskmaster é tratada como descartável. Sua morte, que poderia ter sido uma virada emocional poderosa, acaba sendo apenas mais um ponto de virada apressado — e, ironicamente, facilmente esquecível.

Os nova-iorquinos

Os nova-iorquinos não se impressionam com super-heróis

Deve ser exaustivo viver como um cidadão comum no Universo Cinematográfico da Marvel. Em um mundo onde metade da população pode desaparecer com um estalar de dedos ou onde vilões interdimensionais surgem do nada para transformar tudo em sombras, o imprevisível virou rotina. O que, para nós, seria um evento de parar o trânsito, parece não causar o menor alvoroço entre os nova-iorquinos do MCU.

Em Thunderbolts*, após o confronto com Valentina e o Sentry, a equipe de anti-heróis se reúne calmamente na calçada, em frente à antiga Torre dos Vingadores, agora Torre de Vigia. Bucky Barnes, Yelena Belova, Ghost e o Agente Americano estão de uniforme completo, debatendo estratégias em plena luz do dia — e o que faz a população ao redor? Nada. Apenas seguem andando, como se ver figuras superpoderosas reunidas em locais historicamente problemáticos fosse tão comum quanto encontrar artistas de rua na Times Square.

É claro que Yelena ainda não é uma celebridade como Thor. Mas Bucky Barnes não é apenas um ex-Vingador: ele é agora um congressista dos Estados Unidos. O Agente Americano, por sua vez, matou um homem em rede nacional — difícil ignorar isso. Mesmo assim, os pedestres passam impassíveis, como se tudo aquilo fosse apenas mais um grupo de cosplayers.

No mundo real, essa cena geraria aglomeração, pânico ou, no mínimo, algumas selfies. Mas no MCU, onde catástrofes cósmicas são corriqueiras, o público parece anestesiado. E talvez isso faça sentido dentro da lógica do universo: quando você já viu alienígenas invadindo o planeta, robôs assassinos voando e feiticeiros abrindo portais no céu, um grupo de super-humanos reunidos na calçada talvez não pareça tão alarmante assim.

Ainda assim, a normalização do absurdo pode ter um custo narrativo. Ao ignorar o impacto que figuras como Bucky ou Yelena deveriam causar nas pessoas ao redor, o filme enfraquece a tensão da cena. Afinal, se ninguém ali parece preocupado, por que o espectador deveria estar?

Wilson Fisk

Nenhuma palavra de Wilson Fisk

A desconexão entre Thunderbolts* e Daredevil: Born Again mostra que o MCU ainda sofre para alinhar suas próprias histórias*

Tentar entender a cronologia do MCU entre os filmes e as séries do Disney+ pode parecer uma missão impossível — e Thunderbolts* só complica ainda mais essa equação. O terceiro ato do filme se passa em Nova York, a mesma cidade que, segundo vimos recentemente em Daredevil: Born Again, está sob o rígido controle de Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio), agora prefeito. Na série, Fisk reprime com força os vigilantes, transformando Nova York em uma zona de guerra até o fim da primeira temporada — o que torna ainda mais confuso ver um grupo de super-humanos agindo abertamente nas ruas sem nenhuma interferência.

Pela linha do tempo oficial, Thunderbolts* se passa em 2027, após os eventos de Capitão América: Admirável Mundo Novo, ambientado no início do mesmo ano. Já Daredevil: Born Again acontece entre 2026 e 2027, com Fisk no poder durante esse período. Isso significa que os eventos das duas produções são simultâneos. Considerando a postura radical do novo prefeito contra heróis não autorizados, é, no mínimo, estranho que a presença de figuras como Bucky Barnes, Yelena Belova e o Agente Americano — todos agindo em plena luz do dia — passe completamente despercebida, tanto pela polícia quanto pela administração de Fisk.

Mesmo que os Thunderbolts* sejam tecnicamente uma equipe sancionada pelo governo, e não vigilantes como Matt Murdock, a ausência de qualquer menção ao prefeito Fisk — nem um pôster de campanha, um comentário ou uma manchete de jornal — é uma oportunidade perdida de criar o tão desejado “tecido conectivo” entre os filmes e séries da Marvel.

O próprio Vincent D’Onofrio comentou, em entrevista ao podcast Happy Sad Confused, que, por questões de direitos e decisões criativas, sua versão do Rei do Crime está restrita às séries de televisão: “No momento, só sou utilizável para séries. Nem mesmo um filme solo do Fisk está em desenvolvimento; tudo está preso em direitos e outras coisas.”

Essa limitação pode explicar sua ausência, mas não justifica o silêncio narrativo. Para o público casual, tudo segue como sempre em Nova York: super-heróis continuam bem-vindos e ninguém parece lembrar que a cidade está, teoricamente, sob o comando de um dos vilões mais perigosos do universo Marvel.

Yelena

Yelena não conseguia saber o que há no Vazio

O grupo de desajustados conhecido como Thunderbolts* nunca foi exatamente um exemplo de força bruta. A equipe é composta majoritariamente por personagens que dependem de armas, golpes e lâminas — estratégias pouco eficazes contra um ser de poder praticamente divino como o Sentinela, e completamente inúteis diante da entidade conhecida como Vazio. Na sequência da Torre de Vigia, isso se torna evidente: o confronto físico é fútil, e resta à equipe encontrar uma alternativa mais… emocional.

É aí que entra Yelena Belova. Em um ato que mistura desespero e bravura, ela se lança diretamente no Vazio, uma entidade que até aquele momento havia sido mostrada consumindo pessoas e transformando-as em sombras. Com base nas informações disponíveis, não havia como ela saber o que a esperava do outro lado. Poderia ter sido a morte. Em vez disso, ela se depara com memórias dolorosas de seu passado — um mergulho literal em seus próprios traumas — dos quais consegue emergir, encontrando Bob no processo.

A decisão impensada de Yelena, por mais irracional que pareça, acaba funcionando. Os demais membros da equipe seguem seu exemplo, e a união emocional dos Thunderbolts* ajuda Bob Reynolds a recuperar sua humanidade, suprimir o Vazio e evitar a destruição completa de Nova York. É o poder da empatia em ação — uma escolha temática ousada, ainda que envolta em lógica questionável.

Sim, é uma solução meio boba, e a execução pode dividir opiniões. Mas considerando que todos seriam consumidos pelo Vazio de qualquer maneira, talvez não fosse uma escolha tão absurda assim. Ao menos, a cena oferece uma representação simbólica poderosa: uma ex-assassina confrontando a escuridão dentro de si, não com violência, mas com vulnerabilidade. É um momento que se destaca em meio ao caos — e que, apesar das falhas, acerta em sua intenção emocional.

A imprensa

De onde veio a imprensa?

Depois do ato corajoso (e impulsivo) de Yelena, os Thunderbolts* unem forças para alcançar Bob Reynolds em meio à escuridão do Vazio. Em um raro momento de empatia coletiva, eles o cercam com compaixão e apoio emocional — uma intervenção que, de forma quase mágica, dissipa o Vazio, restaura Nova York e traz de volta todas as pessoas anteriormente transformadas em sombras. Bob, ao despertar, não se lembra de nada. Mas os Thunderbolts* se lembram. E, se a lógica do roteiro for levada a sério, os cidadãos ao redor também devem ter enfrentado seus próprios pesadelos internos naquele estranho plano de existência.

E, ainda assim, mal passa um minuto antes de vermos Valentina Allegra de Fontaine manipulando novamente a narrativa. Sem pestanejar, ela convence a equipe a subir em um palco improvisado, onde os apresenta à imprensa como os novos e reluzentes Vingadores. A mídia, aparentemente ilesa e curiosamente tranquila, está toda ali — como se nada tivesse acontecido, como se não tivessem acabado de ser engolidos por uma entidade cósmica de pura escuridão emocional.

A pergunta que ecoa é inevitável: a imprensa sempre esteve ali? Eles também passaram pelo Vazio? E, se sim, por que ninguém está questionando o que acabou de acontecer? Por que não há uma avalanche de perguntas sobre a origem daquela ameaça ou sobre quem, exatamente, é o homem que quase destruiu tudo?

Claro, isso parece seguir um padrão recorrente no MCU. Metade da população mundial desapareceu por cinco anos no Blip e, quando retornou, a vida retomou seu curso com surpreendente rapidez. Dentro desse contexto, a população de Nova York sumir em um vazio por cerca de uma hora talvez pareça um inconveniente menor — mais um entre tantos eventos catastróficos que os nova-iorquinos já aprenderam a ignorar.

Ainda assim, há algo desconcertante na forma como o filme simplesmente volta à rotina, evitando explorar qualquer impacto psicológico ou social mais profundo. O Vazio se dissipa, mas o vazio narrativo permanece.

Sam Wilson

Por que Sam Wilson está demorando tanto para formar sua equipe dos Vingadores?

Na cena pós-créditos de Thunderbolts* — situada 14 meses após os eventos principais do filme — descobrimos que os Novos Vingadores de Valentina seguem ativos e operacionais. Enquanto isso, Sam Wilson, o atual Capitão América, parece preso na burocracia, tendo entrado com uma reclamação de direitos autorais contra o uso do nome “Vingadores”. Mais intrigante ainda é o comentário de Yelena: “Se [Sam] montar uma equipe”, o que sugere que, passados mais de doze meses, ele ainda não conseguiu reunir ninguém para o grupo. O que está acontecendo?

Considerando que Thunderbolts* ocorre depois de Capitão América: Admirável Novo Mundo, no qual Sam claramente estava decidido a formar sua própria equipe ao lado de Joaquin Torres (o novo Falcão), essa inércia não faz muito sentido. Ele teve, no mínimo, um ano e meio para começar a escalar heróis. Então… por que a lista ainda está vazia?

Ok, recrutar pode ser complicado. Doutor Estranho provavelmente está perdido no Multiverso — de novo. A Capitã Marvel, como sempre, está a anos-luz de distância. Mas a Terra ainda abriga opções viáveis: Shang-Chi está por aí, She-Hulk e Moon Knight são conhecidos publicamente, Thor sempre aparece quando precisa de uma desculpa para sair de casa, e até mesmo o Hulk (entre sessões de terapia ou viagens no tempo) poderia atender a uma ligação. A desculpa do “ninguém disponível” começa a soar como má administração ou, mais provável, como uma inconsistência narrativa.

A verdade é que, nos bastidores do MCU, parece que a ideia de montar uma nova equipe central ainda está sendo rascunhada enquanto os estúdios decidem o que fazer com o futuro da franquia. Enquanto isso, dentro da narrativa, o universo enfrenta ameaças cósmicas, monstros de sombra, realidades quebradas — e a Terra não tem um time principal de heróis ativo.

Esperamos que Sam se organize antes que surja algo realmente sério… tipo um certo Doutor Doom com o rosto de Robert Downey Jr.

Quarteto Fantástico

Thunderbolts* acabou de estragar o Quarteto Fantástico: Primeiros Passos?

A ambição de Sam Wilson de formar uma nova equipe de Vingadores, sem o respaldo do governo, não é a única pista intrigante da cena pós-créditos de Thunderbolts*. Durante o diálogo com Yelena, ela menciona uma “perturbação no espaço”, enquanto imagens de vídeo mostram uma nave cruzando para dentro da realidade principal do MCU. Na lateral do veículo, um símbolo inconfundível: o número “4”. Segundos depois, a icônica trilha sonora de o Quarteto Fantástico: Primeiros Passos começa a tocar. Para quem acompanha a linha do tempo de lançamentos do estúdio, faz total sentido: o filme estreia em 25 de julho.

Mas, pensando bem… essa cena pode ter acabado de estragar o final do próximo filme do MCU, meses antes de ele chegar aos cinemas.

Sabemos que Primeiros Passos se passa em uma realidade alternativa, onde Silver Surfer (Julia Garner) avisa que a Terra está prestes a ser devorada por ninguém menos que Galactus (Ralph Ineson). Cabe ao Quarteto Fantástico tentar o impossível: salvar seu mundo. Mas e se eles não conseguirem?

A simples presença do grupo — e da nave — migrando para a linha do tempo principal do MCU parece sugerir uma coisa: falharam. Essa possibilidade já rondava os fóruns e vídeos de teoria há algum tempo, mas essa cena funciona quase como uma confirmação visual. O Quarteto Fantástico está fugindo, não chegando como heróis conquistadores. Eles não salvaram seu planeta — estão buscando outro.

Isso dá força à ideia de que Primeiros Passos será menos sobre uma vitória épica contra Galactus e mais sobre perda, fracasso e recomeço. Talvez seja esse o motor emocional dos personagens: a tentativa de se redimirem. E se for esse o caso, também se encaixa com rumores de que Doom será o verdadeiro vilão recorrente nos próximos capítulos do MCU, e o Quarteto terá uma segunda chance de impedir o fim — só que desta vez, em uma realidade diferente.

Claro, o MCU já não é estranho a spoilers autoprovocados. Já mostraram zumbis, variantes e até mortes importantes em trailers e pôsteres. Mas ainda assim, é curioso (e talvez ousado) plantar uma revelação tão importante na pós-créditos de outro filme — mesmo sabendo que milhões verão essa cena antes mesmo de Primeiros Passos chegar às telonas.

Os Novos Vingadores

A Marvel atirou no próprio pé?

Depois de meses de especulação e debates sobre o que significava o asterisco no título de Thunderbolts*, a cena da coletiva de imprensa entregou a resposta: eles não são realmente os Thunderbolts*. Na verdade, o filme apresenta Os Novos Vingadores. Essa revelação foi uma surpresa divertida, mas a questão persiste: do ponto de vista comercial, a Marvel não teria sido mais inteligente em simplesmente chamar o filme de Os Novos Vingadores?

Até o momento, Thunderbolts* está projetado para um fim de semana de estreia mais modesto, com estimativas de arrecadação entre US$ 70 e US$ 75 milhões internamente. Embora esse número ainda seja razoável, ele está aquém das expectativas, considerando o histórico do MCU, onde filmes de Vingadores frequentemente abriam com mais de US$ 200 milhões — como em Os Vingadores (2012), que arrecadou impressionantes US$ 1,5 bilhão no total, com mais de US$ 600 milhões apenas nos EUA. Desde Endgame (2019), o público tem aguardado ansiosamente por um novo filme de Vingadores, e Thunderbolts* parecia ser a oportunidade perfeita para saciar essa demanda.

Se o filme tivesse sido lançado sob o nome de Os Novos Vingadores, provavelmente haveria um impulso imediato de público. O nome Thunderbolts* carrega uma conotação mais obscura e menos reconhecível para o público geral. Apesar de ser uma equipe importante nos quadrinhos, Thunderbolts* não tem o mesmo apelo imediato de Os Vingadores para a audiência mainstream. Isso pode explicar a estreia mais morna, em comparação com as aberturas de outros filmes do MCU.

Não podemos deixar de questionar se a Marvel poderia ter tirado mais proveito de sua marca forte ao utilizar um título mais familiar, como Os Novos Vingadores, em vez de arriscar com algo menos claro. Se o objetivo era criar uma nova dinâmica e atrair o público com uma abordagem mais fresca, talvez a troca de nome pudesse ser a chave para um grande sucesso desde o início.

Claro, ainda é possível que Thunderbolts* tenha um bom desempenho à medida que o boca-a-boca positivo se espalhe. O filme não enfrentará muita concorrência direta até a chegada de Missão: Impossível – O Reckoning Final em 23 de maio, o que poderia ajudá-lo a se destacar nas semanas seguintes. Porém, é impossível não perguntar: algum membro do departamento de marketing da Marvel está se perguntando se uma maior aposta no nome Vingadores poderia ter sido o movimento certeiro.

 
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