A fase inicial da nova DCU ainda nem começou oficialmente nos cinemas, mas os bastidores já estão fervendo com uma promessa ousada: sete lançamentos por ano. Sob o comando de James Gunn e Peter Safran, o universo cinematográfico da DC quer deixar o passado turbulento para trás e abraçar um futuro ambicioso. O problema? Essa mesma pressa já custou caro para o maior rival da DC: a Marvel.
Com Superman previsto para julho de 2025, o primeiro filme live-action da nova era quer inaugurar um universo coeso, moderno e renovado. Mas a declaração de Peter Safran em uma recente coletiva deixou os fãs atentos, e preocupados. Segundo ele, a DC Studios planeja lançar, a cada ano, dois filmes live-action, uma animação para o cinema, duas séries live-action e duas animações para streaming. É conteúdo demais até para o fã mais dedicado.
O erro que derrubou a Marvel pode se repetir agora
Se você acompanhou o universo Marvel após Vingadores: Ultimato, deve ter notado que a qualidade caiu e a quantidade aumentou. Foi exatamente quando o estúdio passou a lançar mais de seis projetos por ano que os tropeços começaram a surgir com frequência. A saturação, aliada a roteiros menos inspirados, gerou desinteresse até entre os fãs mais fiéis.
A DCU pode estar flertando com o mesmo erro: acelerar demais, sem antes entender se o público quer acompanhar tantas histórias. O sucesso inicial da Marvel veio justamente da paciência. Cada herói foi apresentado com calma, criando expectativa e conexão. Já a DC tem um passado recente marcado por filmes divididos e um público desconfiado, ainda cicatrizando os traumas do DCEU.
Um universo que ainda precisa reconquistar a confiança do público
James Gunn e Peter Safran assumiram a missão de reconstruir a imagem da DC após anos de decisões equivocadas. E não é exagero dizer que a franquia vem de uma sequência de fracassos que minaram sua credibilidade. Pensar em sete projetos por ano soa mais como desespero do que estratégia.
É compreensível que a nova gestão queira marcar território e mostrar serviço. Mas existe uma diferença entre manter um universo em movimento e afogar o público em lançamentos que nem sempre entregam o que prometem. Um universo cinematográfico precisa de tempo para respirar, criar vínculos e gerar expectativa, não de um cronograma que mais parece uma linha de montagem.
Sete projetos por ano: audácia ou excesso?
A proposta da DCU é clara: sete projetos por ano. Isso inclui dois filmes live-action, como Supergirl: A Mulher do Amanhã e Clayface, uma animação para os cinemas, além de séries como Lanternas, Booster Gold e Waller. Também teremos animações como Creature Commandos, que já começou essa nova fase.
Mas será que o público vai acompanhar tudo isso? A estratégia se parece muito com o que vimos na Marvel pós-Ultimato: excesso de lançamentos, fragmentação de histórias e uma overdose de tramas paralelas. E sabemos no que isso resultou: queda de interesse, críticas negativas e até flops como The Marvels, que fracassou nas bilheterias.
A vantagem inesperada da DCU: o uso inteligente da animação
Nem tudo é motivo para alarme. Uma das diferenças mais interessantes da abordagem da DCU está no uso estratégico da animação. Dos sete lançamentos anuais previstos, três serão animações, algo que a Marvel ainda não conseguiu integrar de forma eficaz ao seu universo principal.
A animação oferece uma vantagem enorme: menor custo, maior liberdade criativa e menos dependência de cronogramas apertados de atores ou efeitos especiais realistas. E mais: ao dividir os formatos (live-action e animação), a DCU pode evitar sobrecarregar sua equipe criativa e técnica, algo que prejudicou a Marvel nos últimos anos.
Elseworlds e diversidade: uma possível salvação
Outro ponto que pode aliviar essa carga pesada de lançamentos é a inclusão dos projetos chamados Elseworlds, como The Batman – Parte II e Constantine 2. Esses filmes não fazem parte da linha do tempo oficial do DCU, permitindo que o público respire entre um arco principal e outro, sem perder o interesse na marca como um todo.
Além disso, a nova fase da DCU promete diversidade de gênero, tom e formato. Uma série como Paradise Lost deve explorar a história das Amazonas, enquanto Booster Gold promete um herói excêntrico vindo do futuro. Se os projetos forem bem distribuídos e tiverem identidade própria, a DCU pode evitar a fadiga que afetou seu maior rival.