
A rivalidade entre Marvel e DC é quase tão lendária quanto os próprios heróis que elas criaram. Mas e se eu te dissesse que alguns dos personagens mais icônicos da Marvel nasceram, digamos… inspirados em figuras da concorrência?
Pois é, por trás das capas e dos escudos, existe uma longa história de “trocas criativas” que moldaram o universo dos quadrinhos como conhecemos. Mas afinal, o que define um herói: quem o criou primeiro ou quem o fez conquistar corações?
1. O Quarteto Fantástico e os Desafiadores do Desconhecido
Quem pensa que o Quarteto Fantástico foi a grande invenção que iniciou a era de ouro da Marvel talvez se surpreenda: quatro anos antes, em 1957, a DC já tinha apresentado um grupo de aventureiros bem parecido, os Desafiadores do Desconhecido.
Criados por Jack Kirby, o mesmo gênio que depois ajudaria a criar o Quarteto Fantástico, eles também enfrentavam ameaças científicas e sobrenaturais em nome da humanidade.
A principal diferença? Enquanto Reed Richards e companhia se tornaram uma “família cósmica” adorada, os Desafiadores ficaram esquecidos nas sombras da história.
2. A Tropa Nova e a Tropa dos Lanternas Verdes
Guardiões intergalácticos escolhidos para proteger diferentes setores do universo, soa familiar? A Tropa dos Lanternas Verdes foi criada em 1959, e seu conceito de “polícia espacial” inspirou diretamente a Tropa Nova, apresentada pela Marvel em 1976.
Richard Rider, o Tropa Nova mais famoso, é praticamente um espelho do Lanterna Hal Jordan: ambos são humanos comuns escolhidos por uma força cósmica para representar a Terra.
A diferença é que, enquanto a Tropa dos Lanternas mantém um código quase místico, a Tropa Nova sempre teve um tom mais “Marvel”: caos, humanidade e dramas. Mesmo assim, ninguém pode negar que a lanterna iluminou o caminho primeiro.
3. Os X-Men e a Patrulha do Destino
Pouca gente sabe, mas os X-Men, um dos maiores fenômenos da Marvel, surgiram apenas dois meses depois da estreia da Patrulha do Destino da DC, em 1963. Ambas as equipes traziam heróis marginalizados, liderados por um mentor em cadeira de rodas que acreditava na aceitação dos “diferentes”.
Enquanto Charles Xavier fundava sua Escola para Jovens Superdotados, o Chefe da Patrulha reunia seus “freaks” para lutar contra o mal, inclusive, enfrentando um grupo chamado Irmandade do Mal.
Coincidência demais, não? A verdade é que as duas equipes cresceram em direções distintas: os X-Men se tornaram símbolo da luta contra o preconceito, enquanto a Patrulha mergulhou no absurdo e na estranheza.
4. Bucky Barnes e Robin
Todo herói clássico precisava de um parceiro mirim nos anos 1940, e Robin, o jovem ajudante do Batman, foi o primeiro a mostrar que isso podia funcionar. Não demorou muito para a Marvel apresentar Bucky Barnes, o parceiro do Capitão América. Ambos eram garotos destemidos lutando ao lado de lendas mascaradas, e ambos acabaram marcados por tragédias.
Mas a virada veio décadas depois: enquanto Robin amadureceu e ganhou novas versões, Bucky voltou das cinzas como o Soldado Invernal, um anti-herói complexo e torturado.
O curioso é que, hoje, ele se parece muito mais com Jason Todd, o segundo Robin, aquele que morreu e retornou sombrio e vingativo. Coincidência ou carma editorial?
5. Os Novos Mutantes e os Novos Titãs
Quando a Marvel lançou os Novos Mutantes em 1982, a DC já havia redefinido o conceito de “time adolescente” com Os Novos Titãs, criados em 1979 por Marv Wolfman e George Pérez.
As semelhanças são tantas que parece quase uma resposta direta: jovens heróis com poderes variados, um mentor mais velho e conflitos de amadurecimento que falam direto com o público.
Ambas as equipes exploraram temas mais emocionais, identidade, amizade, trauma, e mostraram que o heroísmo também podia ser vulnerável. Se os Titãs venceram em popularidade, os Mutantes ganharam o status de cult dentro do universo X. No fim, uma inspiração que se transformou em legado.