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Yellowjackets: 3ª temporada continua uma das maiores reclamações dos fãs sobre a 2ª temporada

Personagens de Yellowjackets
Personagens de Yellowjackets

Desde sua estreia, Yellowjackets se destacou pelo formato narrativo que intercala passado e presente, mostrando como a luta pela sobrevivência deixou marcas em seus personagens. No entanto, à medida que a história avança, um aspecto específico da produção continua incomodando parte do público.

A terceira temporada chegou cercada de expectativas, especialmente após o desfecho do segundo ano. O retorno trouxe um episódio duplo, retomando a trama imediatamente após os eventos intensos da temporada anterior. Mas, ao mesmo tempo que mantém sua atmosfera sombria e um elenco que entrega performances marcantes, a série persiste em um problema que já havia sido bastante criticado: a presença de personagens secundários sem desenvolvimento.

Figuras desconhecidas na trama

Desde o início, Yellowjackets construiu seu enredo baseado em duas linhas temporais. De um lado, temos as jovens presas na floresta após um acidente de avião em 1996. Do outro, as sobreviventes tentando seguir com suas vidas em 2021, lidando com segredos e traumas do passado.

A dinâmica funciona bem para criar mistério, já que os espectadores sabem que nem todas as personagens da linha do tempo passada chegaram à idade adulta. No entanto, há um problema crescente: três temporadas depois, ainda existem rostos desconhecidos na história.

O segundo ano já havia sido alvo de críticas por introduzir personagens no núcleo da floresta que nunca foram devidamente apresentados. Com a chegada da terceira temporada, essa questão continua evidente. Embora a situação tenha melhorado levemente, o público ainda se depara com personagens sem identidade definida, cujos nomes sequer são mencionados.

Essa dinâmica tem gerado um contraste desconfortável com o elenco principal e enfraquece o impacto emocional de suas eventuais mortes.

O problema de manter personagens irrelevantes

A abordagem de Yellowjackets contrasta com a de outras séries de sobrevivência, como Lost, que desde o início estabeleceu uma identidade para seus personagens secundários, mesmo aqueles com menos tempo de tela. Em Yellowjackets, os personagens de fundo permanecem desconhecidos, mesmo após sobreviverem por tanto tempo na floresta.

Considerando que a trama já indicou que o grupo recorre ao canibalismo para sobreviver, a falta de desenvolvimento desses personagens os torna apenas uma reserva de alimento para as protagonistas.

Se a intenção dos roteiristas é que esses personagens sejam eliminados de forma brutal, ao menos deveriam dar a eles alguma profundidade. Quando figuras como Jackie e Javi morreram, o público sentiu o peso dessas perdas porque já conhecia suas histórias. Mas quando um figurante sem nome é devorado, a cena perde seu impacto emocional.

A solução para esse problema não exige grandes mudanças no roteiro. Bastaria que a série dedicasse um pouco mais de tempo para estabelecer quem são esses personagens e qual sua relação com os protagonistas. Pequenos diálogos, interações e até mesmo momentos de conflito ou amizade poderiam fazer toda a diferença.

A série tem planos para pelo menos cinco temporadas, e esse tipo de detalhe pode se tornar um problema maior conforme a história avança. Se Yellowjackets pretende manter a tensão psicológica e o impacto emocional que a tornou um sucesso, precisa tratar esses personagens secundários como parte real da narrativa e não apenas como uma estatística em um massacre iminente.

Yellowjackets está disponível na Netflix.

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