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Sky Rojo, nova La Casa de Papel, pode estar enganando fãs da Netflix

Sky Rojo, nova La Casa de Papel, pode estar enganando fãs da Netflix

Fãs de La Casa de Papel podem comemorar! O mais novo projeto do criador da série acaba de estrear na Netflix! Trata-se de Sky Rojo, produção que acompanha as histórias, rotinas e sonhos de três garotas de programa – que se envolvem em uma trama perigosa e cheia de segredos.

“Uma mulher cubana, uma argentina e uma espanhola – todas prostitutas – fogem do cafetão. Cometendo vários crimes graves, elas não podem pedir ajudar da polícia”, afirma a sinopse oficial da série.

Segundo uma matéria publicada pelo site Digital Spy, Sky Rojo engana muitos espectadores ao apresentar um suposto viés feminista para a prostituição.

Confira abaixo os argumentos apresentados pelo site!

Sky Rojo é feminista?

A premissa central de Sky Rojo é a realidade prevalente da violência contra as mulheres – tanto sexual quanto física. Na produção (e na vida real), o abuso é na maioria das vezes feito por homens, em detalhes cruéis e sórdidos.

Com essa caracterização, Sky Rojo mostra mais uma vez o que é de praxe em inúmeras histórias femininas na TV: o sofrimento e trauma das mulheres como ferramenta narrativa e valor de entretenimento.

Segundo o Digital Spy, tudo é feito para chocar e impressionar, sem nenhum interesse em pensamentos críticos, caracterizações bem pensadas ou na subversão de clichês batidos – bombardeados em inúmeras propriedades do cinema e TV.

Esse tipo particular de narrativa conta também com exibições desconfortáveis da hiper-dominância masculina, tudo ao custo do desenvolvimento das personagens femininas.

Em Sky Rojo, existem momentos em que o trio de protagonista consegue superar os abusadores ou cafetões. Nesses momentos, as personagens experimentam o sentimento da alegria – ou um simples alívio por não estarem mortas em um buraco.

Essas cenas, no entanto, não se contrapõe à escolha da série em desumanizar e destruir as protagonistas em diversas maneiras violentas.

As emoções positivas duram muito pouco, e normalmente terminam degradadas pela própria progressão da trama de Sky Rojo.

No episódio final, as nuvens escuras parecem se afastar por um momento, quando Coral, Wendy e Gina tentar reverter a história de opressão e se livrar de Crhistian e Moisés.

“Quando isso acabar, vamos voltar ao bar e mostrar para aqueles babacas que não quer dizer não, que sim quer dizer sim e que ‘eu não sei’ também quer dizer não”, afirma Gina.

Mas de novo, essa é uma conversa que poderia ter acontecido sem Wendy pagar o preço.

O que acontece para dar origem a essa cena é um ato completamente gratuito de violência sexual, que não tem nada a ver com uma vontade genuína de provocar um debate sobre o conceito de consentimento ao público.

De acordo com o Digital Spy, Sky Rojo prometeu uma série de empoderamento feminino: três mulheres em uma missão para recuperar o controle de suas próprias vidas e reescrever suas histórias. Mas a execução dos episódios desconsidera completamente essa realidade.

Infelizmente, Sky Rojo termina confinada pelo olhar feminino, e se diverte além da conta com a punição de suas personagens femininas.

Alguns homens também sofrem destinos trágicos na série – um deles é até dissolvido em um tanque de ácido. Porém, o sofrimento das mulheres é sempre fundado na exploração sexual.

As protagonistas são repetidamente violadas, e a série está mais do que pronta para mostrar os detalhes mais desnecessários desses atos de violência.

Sky Rojo está disponível na Netflix e já foi renovada para a segunda temporada.

 

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