ATENÇÃO PARA SPOILERS DO FILME A SEGUIR!
Esse não é o mesmo The Rocky Horror Picture Show que você viu um bilhão de vezes durante a adolescência, e ainda assiste de vez em quando hoje em dia. Columbia veste uma saia ao invés de calças apertadas, o cabelo de Magenta não é tão “fofo” e os arranjos das músicas são diferentes – mas se eles realmente precisavam refazer The Rocky Horror Picure Show, só poderia ser desse jeito.
Para quem não conhece o The Rocky Horror Picture Show original, aqui vai um rápido resumo: os protagonistas são o casal Brad e Janet, cujo carro quebra no meio da estrada enquanto eles estavam correndo dividir a notícia de seu noivado com um professor. Procurando ajuda, eles acham o castelo da Dra. Frank-N-Furter, que criou uma “versão sexy” do monstro de Frankenstein, um gostosão chamado Rocky Horror.
O papel de Frank-N-Furter no remake ficou com Laverne Cox, afamada por Orange is the New Black. A atriz transgênero se aproxima do personagem sublimemente interpretado por Tim Curry anteriormente com gosto e preparação, dando a um personagem que sempre foi retratado como transgênero uma interpretação talvez até mais apropriada, e tão deliciosamente exagerada quanto a original. Ninguém poderia ter feito The Rocky Horror Picutre Show melhor.
![Rocky Horror Picture Show](https://observatoriodocinema.com.br/wp-content/uploads/2016/10/rhps-1.jpg)
Plateia participativa
Uma das principais deferências da Fox, que banca esse novo The Rocky Horror Picture Show, às legiões de fãs do original são os momentos em que a ação é cortada e vemos uma plateia de verdade assistindo e reagindo aos filmes. A cultura em torno do Rocky Horror original é que os fãs se reúnem em salas de cinema ao redor dos EUA e do mundo e seguem uma espécie de “roteiro” em que reagem ao filme – essa referência dentro do remake parece uma tentativa exagerada de agradar, e pode parecer inútil para fãs menos inteirados.
Outro problema com o novo filme é que The Rocky Horror Picture Show não decide se quer ser uma performance teatral filmada ou um remake cinematográfico. A primeira parte do filme tem números musicais menores e momentos em que o script da peça original que deu origem ao filme de 1975 é mais seguido do que o do próprio filme, mas do meio para o final esse valor se inverte e estamos claramente vendo uma produção cinematográfica, com efeitos especiais e muitos cortes.
O The Rocky Horror Picture Show da FOX é uma tentativa válida de refazer a magia de um clássico. Talvez em 2016, e em formato televisivo, o impacto seja menor do que foi lá nos anso 70, quando se tornou um meio de escape para a comunidade LGBT. Os fãs mais radicais sabem que Rocky Horror não precisava de um remake – mas já que ganhamos um, que bom que foi feito pelas pessoas certas.