A 3ª temporada de The Walking Dead: Daryl Dixon chegou ao fim sem convencer o público de que ainda há uma boa razão para continuar acompanhando o spin-off.
Depois de novos episódios mostrando Daryl (Norman Reedus) e Carol (Melissa McBride) tentando voltar para os Estados Unidos, a dupla termina presa na Espanha, e com o barco explodido. Com a confirmação de que a 4ª temporada será a última, o desafio do canal AMC agora é dar um propósito verdadeiro à história antes da despedida.

Um final que levanta mais perguntas do que respostas
Após um início promissor em Londres, a temporada rapidamente desacelera ao levar Daryl e Carol à vila espanhola de Solaz del Mar. Lá, eles se envolvem em dramas locais, como um sorteio que obriga jovens mulheres a se casarem com os homens de Guillermo (Gonzalo Bouza). Carol, incapaz de ignorar a injustiça, entra em conflito com Daryl, que só quer consertar o barco e seguir viagem.
O resultado é uma temporada que soa como “encheção de linguiça”, sem o dinamismo visto na 2ª temporada, ambientada em Paris. A relação de Carol com Antonio (Eduardo Noriega) até adiciona uma nova camada emocional, mas não é suficiente para sustentar o enredo.
No final, Daryl tem um momento de reflexão com Carol: “Esse tempo todo, eu só queria voltar pra casa. Por que diabos eu saí em primeiro lugar?”, questiona, num diálogo que reflete o dilema da própria série. Pouco depois, o barco explode – símbolo de um ciclo que insiste em não ir a lugar nenhum.

Outros spin-offs encontraram seu propósito
Enquanto The Walking Dead: The Ones Who Live justificou sua existência ao reunir Rick (Andrew Lincoln) e Michonne (Danai Gurira) em uma trama emocionalmente satisfatória, e Dead City explorou a relação de ódio e perdão entre Maggie (Lauren Cohan) e Negan (Jeffrey Dean Morgan), Daryl Dixon ainda não sabe ao certo por que existe.
Mesmo sendo o personagem mais querido da franquia, Daryl tem sido vítima de roteiros repetitivos e desconexos. O spin-off parecia ter encontrado direção na 2ª temporada, com a relação entre Daryl, Isabelle (Clémence Poésy) e o jovem Laurent (Louis Puech Scigliuzzi), mas essa história foi abruptamente encerrada quando Isabelle morreu e Laurent desapareceu da trama.

A 4ª temporada precisa dar sentido ao fim
Com a próxima temporada confirmada como a última, Daryl Dixon precisa finalmente responder à pergunta central: por que continuar? A 3ª temporada desperdiçou a oportunidade de explorar a parceria entre Daryl e Carol, mantendo-os separados durante grande parte da história.
Agora, a 4ª temporada deve unir os dois de forma definitiva e entregar um encerramento emocionalmente coerente – um retorno real para casa, tanto literal quanto simbólico. Caso contrário, a série corre o risco de terminar com a mesma inquietação do protagonista: perdida, sem destino e sem um verdadeiro motivo para existir.
As três temporadas de The Walking Dead: Daryl Dixon estão disponíveis na Netflix.
