Quando a saga Crepúsculo estreou em 2008, desencadeou um verdadeiro frenesi entre o público adolescente, popularizando os vampiros de forma inédita e criando uma franquia que arrecadou mais de US$ 3 bilhões ao redor do mundo. No Brasil, os filmes estão disponíveis no Prime Video, e muitos fãs estão aproveitando a oportunidade para revisitar a história de Bella e Edward, mergulhando novamente na atmosfera nostálgica que marcou uma geração.
Mesmo com o passar dos anos, os filmes continuam atraindo novos olhares e despertando sentimentos nostálgicos nos antigos fãs. O impacto cultural da franquia é inegável, e sua popularidade persiste quase duas décadas depois, o que permite dizer que Crepúsculo envelheceu surpreendentemente bem — independentemente das críticas negativas que recebeu à época de seu lançamento.
No entanto, um olhar mais atento revela que nem tudo é tão perfeito quanto se lembrava. Ao rever os filmes, muitos espectadores têm notado falhas curiosas: desde erros de continuidade até detalhes técnicos, como membros da equipe aparecendo em cena e mudanças inexplicáveis nas roupas dos personagens.
Esses deslizes, apesar de não comprometerem a essência da trama, mostram que a franquia não escapou de tropeços comuns em grandes produções. Ainda assim, para os fãs, essas imperfeições podem até acrescentar charme à experiência de revisitar um clássico moderno do entretenimento adolescente.
O caminhão autônomo
Talvez um dos erros mais evidentes da franquia Crepúsculo aconteça logo nos primeiros minutos do filme original. Ao chegar a Forks, Bella é conduzida por seu pai, Charlie, pelas ruas da cidade chuvosa do estado de Washington. Ela acaba de se mudar de Phoenix, enquanto sua mãe e o padrasto “caem na estrada”, e a cena serve como uma introdução tanto para Charlie quanto para o novo cenário da trama.
Durante esse trajeto, ao pararem em um cruzamento, um grande caminhão azul carregado de toras cruza lentamente a frente do carro. No entanto, há algo estranhamente fora do lugar: o caminhão parece não ter motorista. A cabine está completamente vazia — e o enquadramento da cena deixa isso bem visível, o que chamou a atenção de fãs mais atentos. Considerando que o caminhão ocupa o centro da imagem, a ausência de um condutor se torna ainda mais evidente.
Décadas depois, o “caminhão autônomo de Forks” segue sendo um mistério curioso entre os fãs — e um deslize que passou despercebido pela produção.
O colete que desaparece de Tyler
Quando Bella chega pela primeira vez ao colégio de Forks, ela estaciona seu velho caminhão vermelho — um veículo que imediatamente se destaca em meio aos carros modernos dos demais estudantes. A cena reforça o contraste entre Bella e seus novos colegas, e essa diferença não passa despercebida. Tyler, um dos alunos, lança um comentário sarcástico ao ver o caminhão: “Bom passeio.” A frase, aparentemente inocente, já estabelece Bella como uma espécie de pária no novo ambiente.
No entanto, para os espectadores mais atentos, há algo estranho nessa cena. Um erro de continuidade bastante evidente revela-se na roupa de Tyler. Na tomada ampla, onde o caminhão de Bella aparece cercado por alunos, Tyler veste um moletom vermelho. Mas, no close-up em que faz o comentário — o famoso “Nice ride” — ele aparece com um colete cinza por cima da roupa. Logo em seguida, quando Bella passa por ele, o colete desaparece, e ele está novamente com apenas o moletom vermelho.
Embora o colete cinza apareça por apenas alguns segundos, o salto visual é nítido. Esse tipo de erro é comum quando diferentes tomadas são combinadas na edição final, mas neste caso, o deslize se torna bastante visível — e adiciona mais um detalhe curioso à longa lista de pequenos equívocos nos filmes da saga Crepúsculo.
Os olhos de Victoria
Embora Victoria já tivesse aparecido nos filmes anteriores, ela retorna com sede de vingança em Eclipse, o terceiro capítulo da saga Crepúsculo. No entanto, uma mudança significativa chama atenção: a personagem foi reformulada. Rachelle Lefevre, que interpretou Victoria nos dois primeiros filmes, foi substituída por Bryce Dallas Howard, justo quando o arco de sua personagem alcança seu clímax.
Motivada pelo desejo de vingança pela morte de seu companheiro James — morto por Edward no primeiro filme —, Victoria arma um plano para matar Bella. No entanto, seu confronto final é frustrado por Edward, que conta com a ajuda do lobisomem Seth. Juntos, eles conseguem derrotar tanto Victoria quanto seu aliado Riley.
Durante a intensa batalha, Edward decapita Victoria, e sua cabeça cai com os olhos abertos, congelados em uma expressão de choque. No entanto, momentos depois, quando Bella se aproxima do corpo, os olhos de Victoria estão inexplicavelmente fechados. Como não há nenhuma justificativa dentro da cena para esse detalhe — afinal, trata-se de uma cabeça separada do corpo —, trata-se claramente de um erro de continuidade.
Essa mudança, aparentemente sutil, é resultado da falta de consistência entre as diferentes tomadas da sequência. É um exemplo clássico de como pequenos deslizes na continuidade podem passar despercebidos durante a edição, mas facilmente chamar a atenção dos fãs mais atentos.
Tela de bloqueio
Durante a prolongada lua de mel na costa do Brasil, Bella descobre que está grávida — uma reviravolta que muda completamente a dinâmica entre ela e Edward em Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1. A princípio, Edward deseja eliminar a criança, temendo pelos riscos que a gestação pode representar à vida de Bella. No entanto, Bella age rapidamente: enquanto Edward carrega as malas no aeroporto, ela aproveita um momento sozinha para ligar discretamente para Rosalie, pedindo sua ajuda para proteger o bebê.
Essa cena marca um ponto de virada emocional na trama, mas também revela um erro técnico comum no cinema. Ao mostrar Bella realizando a ligação, a câmera captura claramente a tela de seu celular ainda bloqueada — sem qualquer indicação de que uma chamada esteja em andamento. Apesar disso, o roteiro prossegue como se a ligação tivesse sido feita com sucesso, já que Rosalie passa a apoiar Bella ao longo de toda a gravidez e mais tarde se torna uma defensora fervorosa de Renesmee em Amanhecer – Parte 2.
O detalhe da tela de bloqueio pode parecer pequeno, mas, em uma cena tão carregada de tensão e significado, esse deslize técnico quebra momentaneamente a imersão. É um exemplo de como um simples ângulo de câmera pode comprometer a credibilidade de um momento chave da narrativa.
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Jaqueta meio seca de Bella
Após a morte de James, os rumores sobre a verdadeira idade de Carlisle e o quase ataque de Jasper a Bella durante a festa de aniversário a convencem de que a presença dos Cullens em Forks representa um perigo. Edward, então, toma a difícil decisão de deixar a cidade — e Bella — para protegê-la. A separação mergulha Bella em uma profunda depressão, que se arrasta por meses, até que ela começa a encontrar conforto na amizade com Jacob Black. O vínculo entre os dois cresce rapidamente, mas uma mudança repentina no comportamento de Jacob o afasta de Bella, deixando-a confusa e magoada.
Essa tensão culmina em uma cena intensa sob a chuva, quando Bella confronta Jacob. No entanto, esse momento dramático contém dois erros de continuidade notáveis. Primeiro, ao sair apressada de seu caminhão para encarar Jacob, a porta do veículo se fecha sozinha, como por mágica, sem que Bella ou o vento interfiram. Segundo, embora a cena se passe sob uma forte chuva, apenas a parte da frente da jaqueta de Bella parece molhada, enquanto o restante de sua roupa permanece surpreendentemente seco — um detalhe que quebra a verossimilhança da cena.
Na verdade, esse não é o único momento em que as roupas de Bella desafiam a lógica da água. No clímax de Lua Nova, quando ela corre através de uma fonte em Volterra para impedir que Edward se exponha aos humanos, seu jeans milagrosamente continua seco, como se a travessia não tivesse acontecido.
Esses pequenos deslizes visuais podem passar despercebidos em meio ao drama e à emoção, mas para os fãs mais atentos, são lembranças curiosas de que até grandes produções não escapam dos erros de continuidade.
Bella e Edward não brilham
Ao longo da franquia Crepúsculo, houve muito debate entre os fãs sobre a famosa característica dos vampiros “brilharem” ao sol. A regra geral, estabelecida logo no primeiro filme, é clara: a pele dos vampiros reluz como diamantes quando exposta à luz solar direta — um dos principais motivos pelos quais os Cullens vivem em Forks, uma cidade perpetuamente nublada.
Essa peculiaridade é apresentada ao público quando Edward (interpretado por Robert Pattinson) revela sua verdadeira natureza para Bella, durante uma caminhada na floresta. Uma breve abertura nas nuvens permite que o sol ilumine sua pele, revelando seu brilho sobrenatural — uma cena icônica da saga. Ainda que nem todos os vampiros sejam mostrados brilhando sob o sol, é possível entender essas omissões com a justificativa de que eles evitam a exposição direta.
No entanto, há momentos em que essa lógica é ignorada — como na cena final de Amanhecer – Parte 2. Agora ambos vampiros, Edward e Bella revisitam o prado que simboliza o amor entre eles. É um momento emocionalmente poderoso, que remete às origens do casal. No entanto, a direção da luz do sol torna evidente que os raios atingem diretamente o rosto de Edward — e ainda assim, ele não brilha. Bella também permanece sem qualquer vestígio de brilho, apesar de estar sob o mesmo céu claro.
Esse deslize pode parecer pequeno, mas representa uma quebra nas regras estabelecidas pelo próprio universo da saga. Para muitos fãs, foi uma oportunidade perdida: ver o casal finalmente brilhando juntos teria sido um símbolo visual forte de sua união e transformação. Em vez disso, a cena deixa um vazio visual, tornando-se mais um exemplo das inconsistências que alimentam as discussões em torno da série.
Reaparecimento do manguito de pressão arterial
Em um daqueles momentos de “piscar e perder”, Crepúsculo comete mais um deslize de continuidade — desta vez durante uma das cenas mais importantes do primeiro filme. Após o dramático acidente de carro que quase atinge Bella, Edward usa sua velocidade e força sobre-humana para salvá-la. Como resultado, Bella é levada ao hospital para ser avaliada, onde ocorre um erro sutil, mas notável, de edição.
Enquanto Bella (Kristen Stewart) está sentada em uma cama hospitalar, uma enfermeira mede sua pressão arterial, colocando um manguito ao redor de seu braço direito. Nesse momento, Charlie entra no quarto visivelmente preocupado e se dirige a Tyler — o colega de escola responsável pelo acidente — que está deitado na cama ao lado, tentando se desculpar.
Enquanto Charlie diz: “Com certeza não está tudo bem”, vemos a enfermeira à esquerda da tela retirando o manguito do braço de Bella. Até aí, tudo certo. No entanto, segundos depois, a câmera corta para um close de Charlie dizendo: “Você pode se despedir da sua licença”, e o manguito reaparece no braço de Bella — ainda que parcialmente oculto pela prancheta da enfermeira. Como se não bastasse, quando o Dr. Cullen entra em cena logo depois, o manguito já desapareceu novamente, sem que tenha sido retirado mais uma vez.
Esse tipo de erro de continuidade não é incomum em grandes produções com múltiplas tomadas e ângulos de câmera, mas chama atenção justamente por ocorrer em uma cena relativamente estática e emocionalmente carregada. Para os espectadores atentos, esses detalhes quebram um pouco da imersão e revelam os bastidores do processo de filmagem.
Os sapatos de Bella mudam no meio da luta
Durante a intensa e eletrizante batalha final de Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2 — que mais tarde se revela apenas uma visão de Alice — muitos elementos marcantes tomam conta da cena, incluindo mortes impactantes e coreografias de luta impressionantes. A sequência, que surpreendeu os fãs e elevou o clímax da franquia, também abriga um pequeno, mas perceptível erro de continuidade.
Ao longo de toda a batalha, Bella é vista usando botas com salto de cunha — um detalhe que combina com o figurino, mas que também sugere certa imponência visual. No entanto, em um momento-chave da luta, quando Edward a arremessa no ar para que ela ataque Aro, a câmera mostra claramente que Bella está, de repente, usando botas planas.
A troca de calçado é sutil, mas visível o bastante para ser notada por fãs mais atentos. Provavelmente, a mudança foi feita por questões de segurança e praticidade durante a gravação da acrobacia, já que saltos dificultariam os movimentos rápidos exigidos naquela cena. Apesar de compreensível, o descuido na edição quebra a continuidade visual, ainda que apenas por um instante.
Embora não seja tão criticado quanto o infame CGI do bebê Renesmee, esse detalhe reforça como pequenas falhas podem se destacar em meio a sequências cuidadosamente coreografadas — especialmente para os fãs mais dedicados, que sempre se lembram dos mínimos detalhes da saga.
