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A adaptação live-action de One Piece pela Netflix provou ser possível transformar um dos animes mais populares do mundo em uma série de sucesso. A primeira temporada conquistou os fãs, trouxe um elenco carismático e entregou uma história fiel ao material original. Mas, apesar de todas as vitórias, há um problema sério que pode comprometer o futuro da produção: o envelhecimento dos atores.
Com a confirmação de que a segunda temporada só chegará em 2026, a série pode enfrentar dificuldades para manter a coerência visual e narrativa, já que o tempo de espera entre os lançamentos pode fazer com que os atores se distanciem ainda mais das idades de seus personagens. Para uma produção que precisa adaptar centenas de episódios do anime e um mangá em andamento, esse fator pode se tornar um obstáculo gigantesco.
O grande problema do tempo entre temporadas
A primeira temporada de One Piece foi lançada em 31 de agosto de 2023 e se tornou rapidamente um dos maiores sucessos da Netflix. Com um orçamento robusto e um elenco talentoso, a série conseguiu capturar o espírito da obra de Eiichiro Oda, conquistando tanto os fãs do anime quanto novos espectadores.
Porém, o principal desafio agora é a longa espera entre as temporadas. Segundo os produtores, a segunda temporada só deve ser lançada em 2026, ou seja, três anos após a estreia da primeira. Esse intervalo coloca a produção em uma situação delicada, pois, além de correr o risco de perder o engajamento do público, precisa lidar com o envelhecimento dos atores.
Esse problema já aconteceu com outras séries de grande porte da Netflix, como Stranger Things, onde o elenco infantil rapidamente cresceu, dificultando a manutenção da cronologia original da história. Em One Piece, essa questão é ainda mais complicada, já que a história acompanha um grupo de jovens piratas, cujas idades são bem definidas no material original.
O elenco vai envelhecer e isso pode comprometer a fidelidade à obra
Ao contrário do anime e do mangá, onde os personagens podem permanecer jovens por anos sem que isso afete a narrativa, no live-action os atores inevitavelmente envelhecem. Iñaki Godoy, por exemplo, que interpreta Luffy, tinha 19 anos quando gravou a primeira temporada. Quando a segunda temporada for lançada, ele terá cerca de 22 anos, e se novas temporadas demorarem a sair, essa diferença de idade pode ficar cada vez mais perceptível.
Embora atores frequentemente interpretem personagens mais jovens do que suas idades reais, há um limite para isso. Se One Piece demorar muitos anos para avançar na história, pode chegar ao ponto em que será difícil convencer o público de que Luffy e sua tripulação ainda são jovens aventureiros iniciando suas jornadas nos mares.
Assim, caso a série não consiga manter um ritmo acelerado de produção, pode se ver obrigada a tomar decisões drásticas, como substituir membros do elenco, algo que, historicamente, nem sempre é bem recebido pelos fãs.
O time skip do anime pode ser uma solução, mas precisa ser bem usado
Curiosamente, o próprio One Piece já possui uma ferramenta narrativa que poderia ajudar a resolver esse problema: o famoso time skip. No anime e no mangá, há um salto temporal de dois anos na história, que marca um ponto crucial no desenvolvimento dos personagens.
No entanto, há um problema: a série live-action continua longe desse momento na narrativa. O primeiro salto temporal da história só acontece após os acontecimentos de Marineford, que ainda levariam algumas temporadas para serem adaptados. I
Isso significa que, se a Netflix quiser aproveitar essa solução, terá que acelerar a história significativamente ou aumentar o tempo do próprio time skip, tornando-o maior do que os dois anos do material original. Isso poderia ser uma saída interessante, mas exigiria algumas mudanças no roteiro.
O live-action de One Piece precisa acelerar o ritmo ou corre o risco de fracassar
Independentemente de como a Netflix decida lidar com o envelhecimento dos atores, uma coisa é certa: a série não pode se dar ao luxo de demorar anos para lançar novas temporadas. O universo de One Piece é vasto, com uma quantidade enorme de material para adaptar, e a série live-action já começa em desvantagem em relação ao anime, que continua lançando novos episódios regularmente.
Se a Netflix não encontrar um equilíbrio entre qualidade e velocidade de produção, pode acabar perdendo o interesse do público. Para piorar, fãs do anime podem não querer investir tempo na adaptação se perceberem que o ritmo de lançamento é muito lento e que a história pode ficar comprometida no longo prazo.
No fim das contas, One Piece pode ter se consolidado como uma das melhores adaptações de anime já feitas, mas seu futuro ainda é incerto. A Netflix precisa encontrar uma solução para o envelhecimento dos atores e acelerar a produção se quiser que essa série continue a ser um sucesso duradouro. Caso contrário, o live-action pode acabar se tornando mais uma adaptação promissora que não conseguiu manter seu fôlego ao longo dos anos.
A 1ª Temporada do live-action está disponível na Netflix.