
A evolução da Netflix precisa ser reconhecida. A empresa começou como uma locadora de DVDs e agora se tornou a gigante do streaming, responsável por uma nova era da cultura e entretenimento.
Em abril de 2020, a Netflix valia uma fortuna de 194 bilhões de dólares, de acordo com a Forbes, fazendo dela “mais valiosa” que a própria Disney.
Parte desse sucesso está no experimentalismo da Netflix, que constantemente busca novos conteúdos dos gêneros mais diversos para atrair um público bastante amplo. Além disso, a Netflix introduziu novas funções que hoje em dia se tornaram basicamente padrões na indústria.
Bom exemplo disso é a função de pular a abertura de séries – essencial quando vamos assistir episódios atrás de episódios da mesma obra de uma vez só, o famoso “binge watch”.
Uma recente mudança, contudo, não agradou muito os produtores de conteúdo. Ela consiste na possibilidade de acelerar ou reduzir a velocidade de filmes e séries na plataforma, uma função que a Netflix vem experimentando desde 2019.
“Como qualquer teste, isso pode não se tornar uma função permanente”, disse um representante da Netflix à Android Police.
Os cineastas reagem
Na época do anúncio, Judd Apatow, criador da série Love, não gostou da função. O diretor usou seu Twitter para descrever a ferramenta como “ridícula e ofensiva”.
Brad Bird, o diretor de Os Incríveis, também se manifestou contra. “É um duro golpe na já achacada experiência de cinema”.
Pater Ramsey, co-diretor de Homem-Aranha no Aranhaverso criticou os fãs que escolhem esse tipo de reprodução. “Será que tudo deve ser projetado para os mais preguiçosos e com menos bom gosto?”
Aaron Paul, que protagonizou o filme El Camino, de Breaking Bad, detonou a iniciativa da Netflix em seu Twitter, chamando-a de “destruição completa da arte”.
Na época, a Netflix respondeu comentando que a configuração foi um pedido de muitos assinantes.
Curiosamente, essa função já existe desde a época do VHS e acabou passando para o DVD e o Blu-ray. Não há muito sentido brigar por algo que pode ser ativado conforme a vontade do espectador.
Em todo caso, a polêmica envolvendo a Netflix deve continuar.