Idealizada pelo cineasta Heitor Dhalia, conhecido por trabalhos marcantes como O Cheiro do Ralo, a série brasileira DNA do Crime, disponível na Netflix, vem se destacando como um verdadeiro fenômeno global.
Com um elenco de peso, a série reúne alguns dos mais respeitados nomes do audiovisual nacional. Maeve Jinkings (Ainda Estou Aqui), Thomas Aquino (Bacurau), Rômulo Braga (Homem com H) e Alex Nader (Arcanjo Renegado) entregam performances marcantes que elevam o nível da produção. A ambientação densa e os diálogos intensos transformam DNA do Crime em um drama policial à altura das melhores séries internacionais do gênero.
Na segunda temporada da série DNA do Crime, da Netflix, Isaac (Alex Nader) e sua temida “Quadrilha Fantasma” seguem foragidos após articularem a fuga do Embaixador da prisão. Com crimes cada vez mais elaborados, o grupo se consolida como uma lenda no submundo do crime e passa a ser o principal alvo da Polícia Federal.
À frente das investigações, a agente Suellen (Maeve Jinkings) enfrenta uma corrida contra o tempo para capturar os criminosos, enquanto Benício (Rômulo Braga) lida com o luto pela perda de um colega e a fuga de seu maior inimigo, o perigoso Sem Alma (Thomás Aquino).
A nova temporada promete ainda mais tensão e sequências eletrizantes, mergulhando nas fronteiras entre justiça e vingança em um cenário marcado por ação, conflitos morais e reviravoltas.
Realismo técnico
Um dos principais diferenciais da série está em seu realismo técnico. As operações policiais, o uso de tecnologia forense e os procedimentos investigativos foram desenvolvidos com consultoria especializada, proporcionando à narrativa uma autenticidade que prende a atenção do espectador. A investigação, centrada em vestígios genéticos deixados no local do crime, utiliza o DNA como fio condutor para desmantelar uma facção criminosa transnacional.
Além do suspense policial, DNA do Crime também se destaca por suas camadas sociopolíticas. A série reflete sobre as fragilidades onde o crime organizado encontra terreno fértil para se expandir. A trama em suas temporadas expõe, com coragem, os desafios enfrentados pelas forças de segurança diante de organizações que atuam com mais recursos, inteligência e influência do que muitas instituições oficiais.
Ritmo preciso do roteiro
O roteiro, escrito com ritmo preciso, explora não apenas a ação e o mistério, mas também os dilemas morais enfrentados pelos personagens. Há uma constante tensão entre o dever institucional e os impulsos individuais, especialmente quando os investigadores se veem diante de um inimigo invisível, que parece sempre um passo à frente.
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A produção também impressiona pela direção de arte e pela cinematografia. Cenas filmadas em locações reais conferem verossimilhança ao ambiente. A estética sombria e o uso inteligente da luz e do som criam uma atmosfera de constante vigilância, como se o espectador também estivesse sendo observado por olhos ocultos.
Não à toa, DNA do Crime vem sendo celebrada pela crítica internacional. Plataformas especializadas elogiam a ousadia da narrativa, o comprometimento dos atores e a qualidade técnica da produção. Para muitos, a série representa um novo patamar para as produções brasileiras na Netflix, ao lado de títulos como Sintonia e O Mecanismo.
O crime organizado e os desafios
Heitor Dhalia, ao escolher o realismo como base para a ficção, acerta em cheio ao mostrar que a realidade sul-americana oferece material tão instigante quanto qualquer thriller nórdico ou drama policial estadunidense. A série não apenas entretém, mas também denuncia, provocando reflexões sobre o alcance do crime organizado e os desafios de combatê-lo em um cenário geopolítico complexo.
Outro mérito importante da série está na valorização de um elenco que representa a diversidade brasileira. As atuações equilibram intensidade dramática com sutileza emocional, trazendo à tona o lado humano de cada personagem, mesmo daqueles que operam nas sombras da lei.
A trama aponta para desdobramentos ainda mais complexos, e o público já demonstra ansiedade por continuar acompanhando a trajetória dos agentes federais e os novos desafios que os aguardam.
Mais do que uma série policial, DNA do Crime é um retrato contundente de uma realidade próxima, um lembrete de que, muitas vezes, a ficção se aproxima perigosamente da verdade. Em tempos em que as fronteiras do crime se tornam cada vez mais difusas, a obra de Dhalia surge como um grito de alerta, e também como um marco para a dramaturgia brasileira no streaming.
Confira o trailer:
