Atenção para spoilers do filme a seguir!
O suspense A Mulher na Cabine 10, estrelado por Keira Knightley, se tornou um dos filmes mais comentados da Netflix nos últimos dias — e também um dos mais debatidos. Inspirado no best-seller de Ruth Ware, o longa mistura mistério, drama psicológico e uma forte crítica social sobre o papel das mulheres em estruturas de poder. Agora, o diretor Simon Stone explicou o sentido por trás do final do filme e a mensagem que quis transmitir com a história.
A trama e o mistério central
No filme, Knightley interpreta Laura “Lo” Blacklock, uma jornalista do The Guardian que embarca em um luxuoso cruzeiro organizado pelo bilionário Richard Blummer (Guy Pearce). O evento beneficente tem como objetivo arrecadar fundos para pesquisas sobre o câncer, após o diagnóstico da esposa do empresário, Anne Blummer (Lisa Loven Kongsli).
Durante a viagem, Lo acredita ter testemunhado uma mulher sendo jogada ao mar na cabine ao lado — mas ninguém acredita nela quando todos os passageiros são contabilizados. A partir daí, ela inicia uma investigação por conta própria e descobre uma conspiração terrível: Anne foi assassinada pelo próprio marido, que contratou uma sósia, Carrie (Gitte Witt), para se passar por ela e manter o controle sobre a fortuna.
Com a ajuda de Carrie e da chefe de segurança do navio, Sigrid (Amanda Collin), Lo consegue expor o crime e impedir que Blummer fuja. No fim, a herança é doada conforme o desejo de Anne, e a jornalista sobrevive para contar a história — publicando uma versão da reportagem com um tom de esperança e redenção.
O significado do final, segundo o diretor
Em entrevista à Netflix, Simon Stone afirmou que o desfecho foi intencionalmente otimista, contrariando as convenções dos thrillers psicológicos, que costumam terminar de forma trágica.
“O público não duvida do que Lo viu. O filme nunca tenta transformá-la em uma narradora não confiável. É sobre uma mulher enfrentando uma estrutura que insiste em desmenti-la — e ela vence. O final simboliza resistência e esperança”, explicou o diretor.
Stone também destacou que o principal tema do filme é a objetificação e a substituição das mulheres dentro de uma sociedade patriarcal:
“A conversa sobre essa suposição de que mulheres podem ser descartadas e substituídas está no coração do filme. Ultrapassa o mistério e se torna uma reflexão sobre poder e controle”, afirmou.
A jornada emocional de Lo
Além da crítica social, A Mulher na Cabine 10 também mostra o crescimento pessoal da protagonista. Antes dos eventos no iate, Lo havia perdido uma fonte em uma investigação sobre tráfico humano — uma mulher assassinada antes de conseguir denunciá-lo. Esse trauma faz com que a jornalista comece o filme desiludida e emocionalmente abalada.
“Ela começa a história desacreditada, exausta, sem fé no jornalismo. Mas o que ela vive a faz reencontrar o sentido de lutar pela verdade — mesmo quando o sistema tenta silenciá-la”, comentou Stone.
Sucesso de público e recepção crítica
Apesar das críticas mistas no Rotten Tomatoes, A Mulher na Cabine 10 rapidamente conquistou o público global, alcançando a segunda posição no Top 10 de Filmes da Netflix no Brasil. O longa se destaca pelo visual elegante, a tensão crescente e a performance intensa de Keira Knightley, que equilibra vulnerabilidade e determinação.
Leia a crítica de A Mulher na Cabine 10
Explicamos o final do filme de suspense da Netflix
Com essa combinação de suspense e crítica social, A Mulher na Cabine 10 se firma como mais do que um simples thriller — é um filme sobre coragem, empatia e resistência.