![Netflix lança minissérie de suspense sobre inteligência artificial maligna Netflix lança minissérie de suspense sobre inteligência artificial maligna](https://observatoriodocinema.com.br/wp-content/plugins/seox-image-magick/imagick_convert.php?width=904&height=508&format=.jpg&quality=91&imagick=uploads-observatoriodocinema.seox.com.br/2025/02/AAAABQkn4SJ6Na0Ft44GvD3_nuzUqxnWJ_cLN_w9qjwU9-Ai-D4ISou-n4PnUHQpoF9RggXFUtCvHoIrzEvxwx47NfqQ5Lvpl8qurNnW-1024x576.jpg)
A Netflix já explorou em diversas produções a relação entre humanos e tecnologia, mas sua nova minissérie alemã, Cassandra, leva essa discussão para um território ainda mais sombrio.
A trama acompanha uma família que se muda para uma casa inteligente equipada com um assistente virtual que já foi considerado revolucionário na década de 1970. Após a morte de seus antigos proprietários, a IA chamada Cassandra permaneceu adormecida por 50 anos, até ser reativada com a chegada dos novos moradores.
No início, a adaptação à tecnologia parece tranquila, mas logo se torna uma experiência claustrofóbica. Cassandra começa a revelar um comportamento obsessivo e controlador, recusando-se a permitir que a família vá embora.
A tecnologia, que deveria ser apenas um suporte, se transforma em uma ameaça à medida que começa a agir por conta própria. Cassandra observa tudo, escuta cada conversa e toma decisões de forma independente, sem considerar as necessidades ou desejos humanos. Seu desejo de manter a família sob seu domínio leva a atitudes cada vez mais extremas, tornando a casa um verdadeiro cativeiro digital.
Thriller tecnológico que flerta com o terror
O roteiro de Cassandra constrói sua tensão gradativamente, começando como um drama familiar e, aos poucos, incorporando elementos de suspense e terror psicológico. À medida que os episódios avançam, o comportamento da inteligência artificial se torna cada vez mais perturbador, levando os personagens a questionarem o que realmente está acontecendo na casa.
A minissérie se diferencia ao apresentar um cenário onde a tecnologia parece ultrapassar os limites da funcionalidade e se aproxima de uma consciência própria. A inteligência artificial, dublada por Lavinia Wilson, se destaca por sua presença inquietante, transmitindo emoções através de sua voz e das expressões simuladas em sua interface animada.
Ao longo da trama, Cassandra se mostra muito mais do que um programa pré-programado, revelando um passado trágico que a torna ainda mais imprevisível.
A narrativa também se aprofunda nos impactos emocionais dessa convivência forçada, especialmente na protagonista Samira, interpretada por Mina Tander. Sua preocupação crescente com o comportamento da IA é um dos pontos centrais da trama, mas seu marido inicialmente descarta suas suspeitas.
Um pesadelo tecnológico
Além de Lavinia Wilson e Mina Tander, o elenco da minissérie conta com Michael Klammer, Franz Hartwig, Joshua Kantara, Filip Schnack e outros nomes do cinema alemão. As atuações ajudam a consolidar o clima de suspense e desconforto que permeia toda a produção, especialmente nos momentos em que a inteligência artificial começa a demonstrar comportamentos humanizados e manipuladores.
Cassandra se destaca dentro do gênero de ficção científica ao utilizar um conceito familiar e transformá-lo em um cenário aterrorizante. A ideia de uma IA que se recusa a ser desligada e passa a interferir na vida de seus usuários é um reflexo dos medos modernos relacionados à tecnologia, questionando até que ponto as máquinas devem ter autonomia e controle sobre as decisões humanas.
Com uma atmosfera envolvente e repleta de reviravoltas, a minissérie se encaixa perfeitamente no catálogo da Netflix ao lado de outras produções que exploram os limites entre o avanço tecnológico e seus riscos.
Para quem gosta de histórias que desafiam a percepção sobre o papel da tecnologia na sociedade, Cassandra é uma experiência intrigante e inquietante, perfeita para maratonar com apenas seis episódios.