Se você vibrou com a tensão sufocante de O Urso ou com a trama política eletrizante de Andor, prepare-se: existe uma série escondida no Apple TV+ que vai explodir sua mente. Estamos falando de Carême, uma produção que mistura culinária, romance e conspiração política em doses irresistíveis. Parece improvável? Pois é exatamente essa mistura inusitada que faz a série ser tão boa.
Carême: muito além de um drama de cozinha
Séries sobre cozinha normalmente seguem um roteiro conhecido: pratos lindos, chefs geniais e uma cozinha que mais parece um campo de guerra emocional. Carême, no entanto, vai além. A série nos joga direto no coração da França napoleônica, onde Antonin Carême, o primeiro chef-celebridade da história, precisa lidar não apenas com receitas complexas, mas também com intrigas políticas que poderiam custar sua cabeça, literalmente.
Assim como em O Urso, a tensão não vem só da comida, mas das relações humanas. Enquanto Carmy luta para manter seu restaurante em pé, Carême batalha para sobreviver em uma corte cheia de segredos e traições. A diferença? Aqui, um erro pode significar a morte, e não apenas um cliente insatisfeito.
Para quem ama biografias que fogem do óbvio
Esqueça os dramas biográficos quadradinhos e previsíveis. Carême pega a vida real do chef Antonin Carême e transforma em um espetáculo quase rock’n’roll. O personagem vivido por Benjamin Voisin tem ares de estrela moderna: brinco, roupas estilosas e uma arrogância que lembra Gordon Ramsay em seus melhores dias.
Co-criado por Ian Kelly, autor de uma biografia sobre Carême, o seriado aposta em liberdade criativa. Nada de ficar preso a fatos históricos secos: aqui, a diversão está em imaginar possibilidades, como um Carême espião, usando confeitaria para mudar o rumo da política francesa. É exagerado? Sim. Mas é exatamente isso que torna a série tão irresistível.
Um espetáculo visual de encher os olhos
A direção de Martin Bourboulon, conhecido por sua adaptação de Os Três Mosqueteiros, dá a Carême um ar de superprodução. Cenários exuberantes, figurinos caprichados e uma fotografia que transporta o espectador direto para o século XIX. Se você curtiu o visual impecável de Napoleão, de Ridley Scott, vai se sentir em casa aqui, mas com uma pitada extra de sensualidade e irreverência.
E não é só a estética que impressiona. Como em Andor, os detalhes são usados para criar atmosfera: o barulho das panelas, os sussurros nos corredores, os olhares suspeitos. Tudo contribui para manter o espectador preso, querendo saber o que vem a seguir.
Comida como arma de revolução
Um dos maiores trunfos de Carême é transformar a comida em símbolo de poder. Há cenas em que uma simples sobremesa vira instrumento de sedução política, ou em que um prato de ratatouille é capaz de fazer um rei abrir mão de sua coroa. Parece absurdo? Talvez. Mas essa ousadia é que dá charme à série.
Mais do que falar de culinária, Carême mostra como pequenas coisas podem influenciar grandes movimentos. Assim como em Andor, onde a resistência surge de gestos discretos, aqui os bolos e tortas viram veículos de mensagens escondidas e acordos velados. É o tipo de detalhe que faz o espectador não desgrudar da tela.
Romance, intriga e suspense na medida certa
Além da trama política e das cenas de cozinha, Carême também entrega uma boa dose de romance e suspense. Tem paixão ardente, alianças perigosas e personagens ambíguos que te fazem questionar quem está do lado de quem. Nada aqui é preto no branco, e isso torna tudo ainda mais emocionante.
O ritmo é ágil, alternando momentos de puro deleite visual com cenas de tirar o fôlego. Em muitos momentos, você se pega tenso, torcendo para que aquele prato saia perfeito ou para que um segredo não seja revelado. É exatamente essa combinação de tensão e prazer que transforma Carême em um prato cheio para fãs de séries complexas e bem construídas.
Carême está disponível no Apple TV+.