A tecnologia tem estado cada vez mais presente em filmes de terror, tanto quanto em nossas vidas, transformando o que deveria facilitar a rotina em um pesadelo. Desde inteligências artificiais que fogem do controle até androids que se rebelam, o gênero tem encontrado nesse tema um solo fértil para criações inquietantes.
A minissérie alemã Cassandra, lançada pela Netflix, leva essa ideia a um novo nível ao apresentar uma casa inteligente dos anos 1970 que se torna o epicentro de um terror psicológico. O que começa como uma história de ficção científica logo se transforma em um mistério complexo, alternando entre duas linhas temporais que revelam verdades perturbadoras.
Quando Samira e sua família se mudam para a casa, eles se deparam com Cassandra, a assistente virtual da residência, que rapidamente demonstra uma consciência própria. No entanto, ao longo dos episódios, fica claro que Cassandra não é um simples programa de inteligência artificial, e sim uma presença muito mais real e assustadora.
O passado trágico de Cassandra
A trama revela que, na verdade, Cassandra era uma mulher de carne e osso que viveu naquela casa com seu marido, Horst, e seu filho, Peter, em 1972. Grávida do segundo filho, ela foi submetida a um experimento de seu próprio marido, que utilizava radiação para determinar o sexo do bebê. O resultado foi desastroso: a criança nasceu com malformações e Cassandra desenvolveu um câncer incurável.
Mesmo sabendo da traição do marido com sua amiga Birgit, Cassandra aceitou participar de um último experimento: transferir sua consciência para uma máquina conectada à casa. O processo foi concluído, mas seu filho Peter viu seu corpo sendo retirado em um saco, confirmando que sua mãe agora existia apenas na forma digital. Horst tentou desligá-la, mas o dispositivo de desativação era falso. Quando ele trouxe Birgit e o filho recém-nascido para viverem na casa, Cassandra se reativou, iniciando sua vingança.
No presente, a história que se espalhou é que Cassandra teria matado sua família. No entanto, é revelado que seu filho Peter morreu ao tentar fugir de um carro em movimento, provocando o acidente fatal. O choque de testemunhar a morte do filho fez com que Cassandra, na forma digital, entrasse em colapso. Ao mesmo tempo, a filha que ela acreditava ter perdido ao nascer estava viva, escondida durante toda a vida pelo próprio pai.
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No episódio final, Samira está internada em uma clínica psiquiátrica após ser acusada de colocar uma criança dentro do forno. Enquanto isso, seu marido David e os filhos estão sendo mantidos reféns por Cassandra, que quer recriar sua própria família. David, sob ameaça, é obrigado a sair para buscar uma árvore de Natal, mas sua tentativa de pedir ajuda falha.
O confronto final
Samira sente que sua família está em perigo e foge do hospital para retornar à casa. Cassandra, para provar seu controle, ordena que David mate sua esposa, e ele obedece, tentando atacá-la ao perceber que Cassandra poderia ferir seus filhos. Durante a fuga, Samira descobre um cômodo escondido cheio de brinquedos infantis e encontra Maggie, a filha de Cassandra, que permaneceu reclusa durante anos.
A revelação sobre a existência de Maggie muda tudo. Cassandra se emociona ao ver as imagens da filha e, em um último momento de lucidez, permite que Samira saia com sua família. O que ninguém esperava é que o sistema da casa foi sabotado, e o gás já está espalhado pelo ambiente. A família foge instantes antes de Cassandra incendiar a casa, encerrando seu ciclo de sofrimento.
O último quadro da série mostra Cassandra e Maggie juntas, deixando a casa em chamas. O desfecho sugere que, de alguma forma, Cassandra conseguiu encontrar a filha, mesmo que em uma existência fora do mundo físico. A série deixa algumas perguntas no ar, como o paradeiro de Birgit e do filho Thomas após o acidente do passado, mas entrega uma conclusão impactante.
Cassandra está disponível na Netflix.
