A franquia Dexter conquistou uma legião de fãs ao longo dos anos, misturando suspense, crimes brutais e uma narrativa envolvente sobre um serial killer com um código moral peculiar. Agora, com a chegada de Dexter: Original Sin, um prequel que explora os primeiros passos de Dexter (Michael C. Hall) na vida criminosa, as expectativas estavam altas.
Mas será que a produção conseguiu entregar algo à altura do legado deixado pela série original? A primeira temporada já foi concluída e está disponível no Paramount+, mas o que era para ser um aprofundamento da história acabou levantando mais dúvidas do que respostas. Se você é fã de Dexter, prepare-se: aqui estão 6 momentos da nova série que simplesmente não fazem sentido.
6 – O retorno de Dexter contradiz o final de New Blood
Quando Dexter: New Blood foi lançado em 2021, a ideia era corrigir o desastroso final da série original. O desfecho trouxe Harrison, filho de Dexter, assumindo um papel central na trama e encerrando o ciclo de violência ao matar o próprio pai com um tiro no peito. A cena foi impactante e parecia colocar um ponto final na jornada do personagem.
Mas Dexter: Original Sin ignora completamente esse final, sugerindo que Dexter pode ter sobrevivido. A explicação para isso ainda não foi dada, mas levanta suspeitas de que Dexter: Resurrection pretende trazê-lo de volta.
A série já exigia uma certa suspensão da descrença, mas fingir que um tiro fatal no peito não foi suficiente para matar Dexter é um exagero até para os padrões da franquia.
5 – Sarah Michelle Gellar é subaproveitada
Quando foi anunciado que Sarah Michelle Gellar estaria em Original Sin, os fãs ficaram empolgados. Afinal, a eterna Buffy é um ícone da TV e poderia adicionar muito à série. Ela interpreta Tanya Martin, chefe do departamento de perícia e uma figura importante na trajetória de Dexter.
No entanto, sua participação no primeiro episódio foi decepcionante. Aparecendo em apenas duas cenas, Tanya não tem grande impacto na história. Para uma atriz do calibre de Gellar, isso soa como um desperdício. Se ela não for melhor aproveitada nos próximos episódios, sua presença acabará sendo apenas um chamariz para atrair audiência.
4 – A história da família Morgan ficou desnecessariamente complicada
Desde a série original, sempre ficou claro que Harry Morgan adotou Dexter após testemunhar a brutalidade do assassinato de sua mãe biológica. Esse trauma foi o que o motivou a criar um código para o filho poder canalizar seus impulsos de forma “controlada”.
Mas Original Sin adiciona um novo elemento trágico: antes de Dexter e Debra, os Morgans tiveram outro filho que morreu afogado. Isso explica, de certa forma, a vontade de Harry e sua esposa de terem mais filhos, mas é um acréscimo completamente desnecessário.
O impacto da adoção de Dexter já era forte o suficiente sem a necessidade de outro trauma familiar. Parece um caso clássico de “colocar um chapéu em cima de outro chapéu”, tentando adicionar profundidade onde não era necessário.
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3 – O primeiro assassinato de Dexter não tem peso na trama
O primeiro episódio de Dexter: Original Sin revisita o primeiro assassinato do protagonista, algo que já foi abordado na série original no episódio Abuso (1×03). Na história original, Dexter descobre que a enfermeira de seu pai está matando pacientes e, incentivado por Harry, decide matá-la.
Em Original Sin, o evento se repete quase exatamente da mesma forma, mas sem adicionar nada de relevante à narrativa. O problema aqui é a falta de novidade. Quem já assistiu à série original sabe exatamente como essa história termina. Se o objetivo da série era mostrar algo novo, repetir uma trama antiga apenas com pequenos ajustes não foi a melhor escolha.
2 – Dexter nunca sair de Miami não faz sentido
Uma das características mais comuns de serial killers é a mobilidade. Eles raramente ficam em um único lugar por muito tempo para evitar suspeitas. No entanto, Dexter: Original Sin reforça a ideia de que Dexter passou a vida inteira em Miami sem nunca considerar sair.
Claro, ele pode ter um apego emocional ao local por conta de Harry e do trabalho na polícia. Mas, considerando sua natureza meticulosa e sua necessidade de evitar ser pego, parece estranho que ele nunca tenha cogitado mudar de cidade ou, pelo menos, de emprego.
Isso se torna ainda mais inconsistente quando lembramos que a série original mostrou Dexter mudando sua identidade para fugir. A insistência de Original Sin em mantê-lo no mesmo ambiente por tanto tempo vai contra o que já sabemos sobre sua personalidade.
1 – A mudança repentina no visual de Dexter é bizarra
Por fim, um detalhe aparentemente pequeno, mas que chama atenção: o corte de cabelo de Dexter muda drasticamente no primeiro episódio. Durante boa parte do episódio, ele aparece com um cabelo mais longo, possivelmente para manter a continuidade com um flashback da série original.
Mas, sem explicação convincente, ele aparece com o cabelo curto no final, com um comentário genérico de outro personagem dizendo “bom corte de cabelo”. Se essa mudança tivesse um peso narrativo, faria sentido. Mas, do jeito que foi feita, parece apenas um detalhe estético forçado para criar uma conexão com a série original, sem real importância para a história.
Ainda há tempo para Dexter: Original Sin
Dexter: Original Sin tinha potencial para ser um prequel envolvente e expandir o universo da série original de forma interessante. No entanto, o excesso de contradições, a falta de criatividade em certas escolhas narrativas e o subaproveitamento de grandes nomes do elenco acabaram tornando a experiência frustrante para os fãs.
A primeira temporada já foi concluída e está disponível no Paramount+, mas será que a série conseguiu justificar sua existência ou apenas reforçou as falhas? Ainda há tempo para a série se recuperar, mas, por enquanto, essas decisões deixaram muita gente com um pé atrás.
A 1ª temporada de Dexter: Original Sin está disponível no Paramount+.
