
The Walking Dead sempre teve esse histórico curioso: a primeira temporada conquista, a segunda divide opiniões e a terceira costuma acertar em cheio. Com Daryl Dixon não foi diferente. Depois de uma segunda temporada que deixou muitos fãs desanimados, a terceira chega com fôlego renovado, transportando a história para a Espanha e resgatando aquele espírito que parecia perdido.
E aqui não é só uma troca de cenário. É quase uma reconstrução. A série ganha cor, intensidade e um ritmo que lembra os tempos de ouro da franquia. Para quem já tinha desacreditado, essa temporada soa como um “ei, ainda sabemos entregar boas histórias”.
A Espanha muda tudo
Daryl e Carol partem rumo aos Estados Unidos, mas o destino decide brincar com eles: em vez de encurtar a viagem, eles acabam parando na Espanha. E essa reviravolta é um presente para o público. O país não é só pano de fundo, mas parte ativa da narrativa.
Festas populares, prédios antigos em ruínas e um choque cultural que obriga os protagonistas a se adaptarem, tudo isso dá uma cara nova à trama. Daryl, carregando cicatrizes da França, tenta não repetir erros, enquanto Carol encontra novas conexões que a fazem revisitar sua dor e buscar novos caminhos de cura.
Personagens secundários com alma
Se a segunda temporada de Daryl Dixon pecou ao esvaziar o elenco de apoio, a terceira acerta em cheio. Antonio (Eduardo Noriega) traz humanidade ao lado de Carol, enquanto Paz (Alexandra Masangkay) emociona e surpreende em momentos de ação.
Já o casal Roberto e Justina entrega drama romântico no meio do caos, lembrando que mesmo no apocalipse ainda há espaço para histórias de amor e tragédia.
Esses personagens não são figurantes, eles respiram, influenciam e fazem a diferença. É exatamente isso que dá peso emocional ao enredo.
Vilões: ainda tropeçando
Aqui Daryl Dixon continua com um velho problema: antagonistas que parecem reciclados. Guillermo Torres e o grupo El Alcazar surgem como uma ameaça, mas soam mais como variações de vilões que já vimos antes. Nada que realmente assuste ou inove.
Mesmo assim, a trama não perde força. O equilíbrio entre ação explosiva e drama intimista segura a temporada e impede que a previsibilidade dos vilões tire o brilho.
Ação que empolga, drama que emociona
O quarto episódio, “La Justicia Fronteriza”, já nasceu para ser lembrado pelos fãs. Batalhas intensas, Daryl retomando seu lado imponente e cenas de zumbis que conseguem ser criativas mesmo depois de tantos anos de franquia.
Mas a beleza está no contraste: logo depois da adrenalina, a série respira e entrega momentos sensíveis, como Carol revisitando sua dor pela filha e Daryl tentando quebrar o hábito de fugir da paz. É essa dança entre explosão e silêncio que torna a temporada tão envolvente.
O coração está em Daryl e Carol
A essência da temporada está no vínculo entre Daryl e Carol, construído com calma e autenticidade. Ao invés de forçar grandes revelações, a série mostra duas pessoas que aprenderam a sobreviver lado a lado, apesar das diferenças, sustentando uma relação madura, forte e extremamente convincente.
Esse laço é o que realmente move a história de Daryl Dixon, funcionando como motor emocional da temporada. Entre diálogos sutis, desentendimentos realistas e demonstrações de respeito, o público reencontra aquela química que conquistou fãs na série original. É nesse equilíbrio que a 3ª temporada encontra sua maior força.
Um futuro incerto, mas promissor
Saber que Daryl Dixon já tem fim anunciado na 4ª temporada dá uma pontada de tristeza. Mas se o nível continuar como na terceira, o spin-off pode encerrar sua trajetória em alta, deixando uma lembrança positiva dentro do universo The Walking Dead.
Norman Reedus e Melissa McBride entregam atuações afiadas, como se também tivessem sentido essa virada de energia. A mensagem é clara: ainda dá para acreditar nessa franquia. A 3ª temporada estreou em 7 de setembro nos Estados Unidos pela AMC, mas ainda não tem data confirmada para chegar no Brasil.
A 1 e 2 temporada de Daryl Dixon estão disponíveis no Prime Video.