Stranger Things conseguiu atravessar quase uma década sendo um dos maiores fenômenos culturais da era do streaming. De 2016 para cá, a série da Netflix levou o público por um mergulho nostálgico nos anos 80, construiu personagens marcantes e transformou um grupo de crianças em astros internacionais. Mas como tudo que tem um início, também precisa ter um fim.
Com a quinta temporada prevista para 2025, Stranger Things se prepara para sua despedida definitiva. A sensação de vazio entre os fãs é quase certa, mas talvez a resposta para essa lacuna esteja mais próxima do que parece.
Acampamento Jurássico pode ser a próxima grande aposta juvenil da Netflix
Longe dos holofotes principais, Jurassic World: Acampamento Jurássico foi lançada em 2020 como uma animação voltada ao público jovem, expandindo o universo dos filmes da franquia Jurassic World. A trama acompanha seis adolescentes presos na Isla Nublar após a fuga do Indominus Rex, obrigados a sobreviver sozinhos em meio à ameaça constante dos dinossauros.
Ao longo de cinco temporadas, os protagonistas enfrentam ameaças corporativas, dilemas morais e desafios de amadurecimento, sem nunca perder o foco na relação entre eles e nos conflitos internos que vão se aprofundando com o tempo.
A semelhança com Stranger Things vai muito além da estrutura de “crianças enfrentando o desconhecido”. Ambas as séries se apoiam em arcos narrativos de crescimento pessoal e formam elencos que evoluem junto com o público.
Apesar de já ter encerrado sua fase animada, a história desses personagens continua na sequência Teoria do Caos, e muitos fãs acreditam que a Netflix poderia transformar esse universo em um live-action.
Essa versão poderia capturar a atenção de um público que já acompanha Stranger Things há anos. Assim como Hawkins, Isla Nublar também esconde conspirações governamentais, experiências secretas e jovens colocados em situações-limite. A diferença é que, no lugar do Mundo Invertido, os perigos aqui têm dentes e garras afiadas.
Narrativas que crescem junto com os personagens
Outro ponto de conexão entre as duas séries está no desenvolvimento emocional dos protagonistas. Stranger Things sempre se destacou por acompanhar o amadurecimento de seus personagens em tempo real, algo que Acampamento Jurássico também fez com eficiência, mesmo em formato animado.
Os dois universos têm o dom de explorar as complexidades da adolescência dentro de contextos extremos. E, ainda que o foco esteja nas ameaças externas, o que realmente impulsiona as histórias é o laço que se forma entre os personagens.
É claro que nenhuma série substituirá Stranger Things em termos de impacto cultural. Mas isso não impede que novas histórias ocupem o espaço deixado por ela. Com uma adaptação bem executada, Acampamento Jurássico poderia se tornar a nova referência de ficção juvenil da Netflix.
Existe material suficiente para isso. A mitologia jurássica é rica, cheia de possibilidades ainda não exploradas, e poderia ser reorganizada para criar um arco canônico, interligado com os filmes.
Stranger Things abriu caminhos ao mostrar que narrativas centradas em jovens enfrentando o extraordinário ainda têm muito a oferecer. Cabe à Netflix reconhecer que a próxima grande história já está ali, esperando apenas para ser contada de outra forma.