A Netflix ampliou sua franquia Monstro com a estreia de Monstro: A História de Ed Gein, lançada nesta sexta-feira. A terceira temporada da antologia mergulha na vida de um dos nomes mais infames do crime norte-americano, cuja história ultrapassou os limites da realidade para se tornar uma das principais referências do gênero de terror no cinema.
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Ed Gein, conhecido por seus crimes em Wisconsin nos anos 1950, se tornou figura central em debates sobre psicopatia, isolamento e obsessão. O impacto de seus atos foi tão grande que, décadas depois, cineastas encontraram nele a base para personagens como Norman Bates, de Psicose, Leatherface, de O Massacre da Serra Elétrica, e Buffalo Bill, de O Silêncio dos Inocentes.
O que a nova temporada mostra
A proposta da série não é apenas relatar os assassinatos ou a profanação de túmulos cometidos por Gein, mas explorar como se formou a figura do “monstro”. A narrativa destaca a relação dele com a mãe, Augusta, o ambiente de repressão em que viveu e como esses elementos culminaram em práticas que chocaram o mundo.
Com direção de Max Winkler em boa parte dos episódios e roteiro supervisionado por Ian Brennan, a produção aposta em uma construção que mostra o personagem em suas contradições e aprofunda na contextualização que revela como traumas e abandono social moldaram o caso.
O elenco reúne nomes de peso. Charlie Hunnam assume o papel de Ed Gein, enquanto Laurie Metcalf interpreta Augusta, a mãe controladora. Outros destaques incluem Suzanna Son, Olivia Williams e Lesley Manville. A série também traz personagens ligados ao cinema, como Alfred Hitchcock e Anthony Perkins, evidenciando como a trajetória de Gein foi absorvida pela cultura pop.
Uma história que ultrapassa o crime
Os episódios da temporada carregam títulos sugestivos como Mother e The Babysitter, reforçando a intenção de apresentar diferentes camadas da narrativa. Em paralelo, a presença de figuras reais do entretenimento mostra como o choque provocado pelos crimes chegou rapidamente a Hollywood.
Alfred Hitchcock, por exemplo, aparece como parte da trama. O diretor foi responsável por adaptar em Psicose muito da atmosfera de terror psicológico associada a Gein, o que consolidou de vez a transição entre o caso real e a ficção cinematográfica.
Além disso, a temporada insere vítimas reais e personagens históricos como Bernice Worden e Evelyn Hartley, reforçando o vínculo da série com os acontecimentos documentados na época.
Relevância cultural e impacto no terror
Ed Gein se tornou um símbolo do horror não apenas pelos atos que cometeu, mas pelo que eles representaram no imaginário coletivo. Seus crimes, descobertos em detalhes macabros pela polícia, mostraram ao público um tipo de violência até então inimaginável.
Esse choque atravessou fronteiras e décadas, inspirando desde cineastas independentes até grandes estúdios. Personagens que carregam traços de Gein se multiplicaram no cinema, transformando-o em uma espécie de “pai involuntário” do terror moderno.
Com essa temporada, a Netflix reforça a intenção da franquia Monster de revisitar casos que marcaram a sociedade. Depois de abordar Jeffrey Dahmer e os Menéndez, a escolha por Gein amplia o alcance da série e mantém aceso o interesse por narrativas criminais que ultrapassam gerações.
Monstro: A História de Ed Gein está disponível na Netflix.
