Quando uma série mata um personagem querido, a reação do público é imediata. Mas e quando essa morte acontece por um motivo real, fora das câmeras? Em A Faxineira, disponível na Max, a despedida de Arman não foi apenas mais uma reviravolta de roteiro: foi um adeus definitivo a Adan Canto, ator que faleceu aos 42 anos.
Um adeus que ultrapassou a ficção
A terceira temporada de A Faxineira começou com uma ausência difícil de ignorar: Arman Morales, interpretado por Adan Canto, simplesmente desapareceu. Durante semanas, os fãs se perguntaram o que teria acontecido com o personagem. E a resposta veio de forma dolorosa no episódio exibido no dia 9 de abril: Arman morreu.
Mas essa não foi uma morte qualquer. O personagem se despediu com heroísmo, salvando Thony (Elodie Yung), sua parceira de tramas e dilemas. Durante uma cena intensa, Arman se joga sobre um dos sequestradores que estava prestes a atirar em Thony, fazendo o carro onde estavam despencar de um penhasco. Foi o fim trágico de um personagem que tinha tudo para dominar a temporada.
O que o público talvez não saiba é que a ausência de Arman não foi planejada no início. A temporada, segundo os próprios produtores, havia sido pensada como “centrada em Arman”. Mas a vida real exigiu uma reviravolta muito maior do que qualquer roteirista poderia prever.
A batalha silenciosa de Adan Canto
Adan Canto, além de dar vida a Arman em A Faxineira, também ficou conhecido por seu papel em Sobrevivente Designado. O ator faleceu em janeiro de 2024, aos 42 anos, após lutar silenciosamente contra um câncer raro no apêndice. A doença não era de conhecimento público, e Canto manteve a luta longe dos holofotes até o fim.
Segundo os showrunners da série, o ator nunca chegou a gravar cenas para a nova temporada. Mesmo assim, os roteiristas encontraram uma maneira de trazê-lo de volta para um último momento, usando recursos de “mágica de Hollywood”, como definiu Jeannine Renshaw, uma das produtoras.
E o resultado foi emocionante. A participação final de Arman pode ter sido curta, mas teve impacto, tanto narrativo quanto emocional. Foi uma forma de dar encerramento ao personagem e prestar uma homenagem verdadeira a quem o interpretou com tanta intensidade.
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Bastidores marcados pela dor e respeito
A morte de Adan Canto abalou não só os fãs, mas toda a equipe da série. Elodie Yung, sua parceira de cena, revelou que a perda foi devastadora. “É perder um parceiro, um amigo. Foi trágico e muito doloroso”, contou a atriz. O elenco, que já estava junto há três temporadas, tinha criado laços fortes, tornando o luto coletivo ainda mais evidente nos bastidores.
Ainda durante a estreia da terceira temporada, a série abriu o episódio com uma homenagem a Canto, dedicando toda a temporada ao ator. No telão, a mensagem era simples, mas poderosa: “Nosso querido amigo”.
A co-produtora Miranda Kwok afirmou que a produção teve muito cuidado ao escrever sobre a ausência de Arman. “Foi importante honrá-lo como pessoa, como personagem e mostrar o que ele significava para os fãs”, disse. As mudanças no roteiro foram feitas com delicadeza, para que os personagens também pudessem processar a perda de Arman, assim como o público precisava.
A última missão de Arman foi emocionar o público
Na ficção, Arman teve um final digno de herói. Na vida real, Adan Canto foi lembrado como um artista talentoso, generoso e querido por todos que trabalharam com ele. Sua esposa, Stephanie, e seus dois filhos pequenos, Roman Alder e Eve Josephine, são agora o legado que ele deixou fora das telas.
A despedida do personagem foi o tipo de cena que transcende o roteiro: era mais do que um fim de arco, era uma carta de amor disfarçada de ação. E, mesmo com a dor da perda, a equipe conseguiu transformar a tragédia em uma homenagem tocante. O público sentiu. Chorou. E entendeu.
As três temporadas de A Faxineira estão disponíveis na Max.
