Compreensível

Round 6: 3ª temporada mostra o efeito especial mais bizarro da história da série

Terceira temporada usou CGI para trama importante dentro da série. Apesar de parecer estranho, é totalmente compreensível

Round 6: 3ª temporada mostra o efeito especial mais bizarro da história da série

Atenção: Este texto contém spoilers da 3ª temporada de Round 6!

Quando você acha que Round 6 já chegou ao limite, ela dá mais um passo e se torna ainda mais insana do que você imaginava. Trata-se da inclusão da bebê, na última temporada, filha da jogadora 222/Jun-hee. Como dito anteriormente, ela nasce durante o jogo de esconde-esconde e a senhorinha Geum-ja faz o parto dela.

Até aí, achávamos que ia ficar tudo bem e que elas iam sair dali em segurança, pois o tempo do jogo estava quase terminando. Mas a situação se torna trágica quando o filho de Geum-ja aparece com uma faca nas mãos, e ameaça assassinar a bebê e Jun-hee. Isso leva Geum-ja a tomar uma decisão terrível: ela mata o próprio filho para protegê-las – algo que pensávamos que ela não seria capaz de fazer.

Mas como Round 6 sempre surpreende, podíamos esperar que ia entregar esse desfecho. Geum-ja então passa a conviver com essa culpa e se suicida. Jun-hee se suicida também durante o jogo de pular-corda, já que não vai conseguir atravessar a ponte com o pé quebrado e deixa sua filha com Gi-hun. Então, todos esses fatores fazem com que o público crie empatia pela história da bebê, mas o problema é que ela foi muito renderizada com CGI, ou seja, imagens geradas por computador. Embora algumas cenas da menina sejam aceitáveis, vários closes mostram que a produção colou o rosto de uma criança sobre um boneco, o que é bizarro.

Usar GCI para o rosto do bebê é uma escolha estranha

É óbvio que não se trata de um bebê real, diante da situação perigosa que envolve a cena e as longas horas no set necessárias para filmagem. Mas é difícil de entender o porquê eles usaram CGI para tomadas simples. Os close-ups da criança nos Episódios 3, 4 e 5 são claramente em CGI.

Colocar um rosto gerado por computador em algo que claramente é uma boneca gera um desconforto visual em várias cenas. Embora isso não seja tão incômodo quanto os furos de roteiro da primeira temporada, ainda assim atrapalha bastante. Assim como aconteceu com o polêmico bebê digital de Crepúsculo: Amanhecer, esses efeitos quebram a imersão do público em momentos importantes como na cena do suicídio de Kim Jun-hee, em que o bebê aparece chorando sozinho dentro de um vaso de flores logo após ser salvo.

Por que a terceira temporada de Round 6 tem um bebê CGI?

Existem algumas razões pelo fato de a equipe ter usado um bebê falso. A primeira tem a ver com os perigos do set. Por exemplo, uma cena da segunda temporada de Round 6 deixou os atores doentes: o jogo de pentatlo de seis pernas. Como disse o ator que interpreta o Front Man ao The Wrap: “Toda vez que um grupo corria, [o set] ficava completamente cheio de poeira e era difícil respirar”. Essa informação foi confirmada pelo criador da série, Hwang Dong-hyuk, que acrescentou: “Todos ficaram muito doentes. Assim que eu disse ‘Corta’, todos começaram a tossir, inclusive eu. Levamos mais de duas semanas para filmar a cena.”

Já a segunda são as leis de trabalho infantil na Coreia do Sul, que tem mobilizado discussões nos últimos anos. As regras atuais determinam que ninguém com menos de 15 anos pode trabalhar mais de 35 horas por semana. Em fevereiro de 2025, foi proposta uma nova lei que limitaria menores de nove anos a trabalhar 30 horas por semana, com um máximo de 6 horas por dia. Apesar das cenas com CGI serem visualmente estranhas, esse é o caminho mais seguro e honesto.

As três temporadas de Round 6 estão disponíveis na Netflix.

 
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