
A produção espanhola Respira retorna à Netflix em 31 de outubro, retomando o drama vivido pelos médicos do Hospital Joaquín Sorolla, em Valência. Com uma trama que combina dilemas éticos, vícios e pressões do sistema de saúde, a série ganhou destaque por retratar o ambiente hospitalar de forma realista e intensa. Agora, com a segunda temporada prestes a estrear, vale relembrar o que aconteceu na primeira.
Antes de chegar ao caos que marcou o desfecho, a série apresentou um retrato complexo de profissionais divididos entre o dever e a exaustão. A greve que abre o primeiro episódio é apenas o ponto culminante de uma sequência de eventos que expõem o colapso emocional e estrutural do hospital.

O início do caos
A história começa em meio a uma cirurgia de alto risco interrompida por uma paralisação inesperada. Pouco depois, o enredo volta dois meses no tempo para mostrar a chegada de Biel de Felipe, um jovem residente idealista. Seu entusiasmo é rapidamente confrontado por Patricia Segura, presidente da Comunidade Valenciana, diagnosticada com câncer, e por Dr. Nestor, o experiente oncologista que o alerta sobre os limites entre o cuidado e a política.
Enquanto isso, outro médico, Quique, tenta lidar com o vício em drogas enquanto ainda atende pacientes. Esses conflitos individuais preparam o terreno para o embate coletivo que viria a seguir, quando erros, negligência e falta de recursos passam a colocar vidas em risco.

Três gerações de médicos e um sistema em colapso
Nos episódios seguintes, Respira aprofunda o contraste entre três gerações da medicina: Biel representa o idealismo, Nestor traz a voz da experiência e Dr. Lluis Blasco simboliza o oportunismo. Já Dra. Pilar Amaro, uma das personagens mais respeitadas do hospital, luta contra a própria rigidez enquanto tenta salvar o filho Oscar, que enfrenta um vício destrutivo.
O caos se intensifica quando Oscar sofre uma overdose e é levado de volta ao hospital. Pilar inicia uma investigação e descobre que o responsável por facilitar o vício do filho é o próprio amigo Quique. Paralelamente, Dra. Jesica tenta equilibrar uma carga de trabalho insustentável e ainda orientar Rodri, um jovem médico mais interessado em fama nas redes sociais do que em aprender o ofício.

O erro que mudou tudo
A virada trágica acontece quando Jesica pede a Rodri que atenda uma menina com dificuldade para respirar. Inexperiente, ele interpreta o caso como ansiedade, e o quadro da paciente piora rapidamente. Jesica se vê presa em outra emergência, enquanto Pilar é impedida de operar por causa do filho. Sem supervisão adequada, Rodri assume a cirurgia e comete um erro fatal. A criança morre, e o jovem médico é consumido pela culpa.
Dias depois, a mãe da menina o confronta em público, e Rodri, incapaz de lidar com a pressão, se joga do alto do hospital. Ele sobrevive por um breve período em coma, mas acaba morrendo, marcando o momento mais devastador da temporada.

O estopim da revolta
A morte de Rodri acende uma chama de revolta entre médicos e enfermeiros, que percebem que o erro do jovem foi consequência direta da falta de pessoal e das condições precárias de trabalho. Liderados por Nestor, eles organizam um protesto simbólico: uma greve de cinco minutos à meia-noite. O gesto, pensado como um ato de união, acaba gerando ainda mais tensão, pois expõe o quanto todos estão no limite entre o idealismo e o desespero.
Esses minutos silenciosos se tornam um grito coletivo contra o sistema que os desgasta e os trata como descartáveis. A paralisação marca o início da crise que será retomada na nova temporada, agora com os personagens tendo de lidar com as consequências morais e emocionais de suas escolhas.

O que esperar da nova temporada
Com o hospital à beira de um colapso e a população dividida entre apoio e indignação, a segunda temporada deve aprofundar os efeitos do luto e da culpa. Biel precisa decidir até onde vai sua fé na medicina, enquanto Pilar e Jesica enfrentam investigações internas e uma opinião pública cada vez mais impiedosa.
A Netflix ainda mantém sigilo sobre os novos episódios, mas é provável que a narrativa siga explorando os bastidores do sistema de saúde, os conflitos éticos dos personagens e a tensão social que se instalou após a greve.


 
									 
			 
			 
			 
			 
			 
			 
			