A segunda temporada de Respira, drama médico espanhol da Netflix, aprofunda ainda mais os dilemas humanos e morais vividos pelos profissionais do Hospital Joaquín Sorolla, em Valência.
Após os eventos trágicos do primeiro ano, a equipe médica se vê agora diante de um novo tipo de crise: a privatização da instituição. Com a chegada de uma nova administração e de personagens que desafiam a linha tênue entre ciência e ambição, a série leva seus protagonistas a um ponto de ruptura.
O final da temporada não apenas redefine o futuro do hospital, mas também coloca em dúvida a moralidade de todos os envolvidos.

O novo comando e o retorno do passado
O início da temporada acompanha as consequências do ataque sofrido por Jesica, que ainda luta pela vida. Enquanto Pilar e Biel tentam mantê-la estável, surge a notícia de que o hospital será privatizado por decisão da presidente Patricia Segura.
Pouco depois, Nicolás, pai de Biel, que havia abandonado a família anos antes, assume o controle como diretor. Sua chegada provoca desconforto imediato, pois, mais interessado em lucro do que em vocação, ele impõe uma gestão voltada para parcerias corporativas e redução de custos.
Ao mesmo tempo, Nicolás traz consigo Sophie Lafont, uma oncologista francesa que promete revolucionar o tratamento contra o câncer. Sua presença, no entanto, desperta desconfiança em Dr. Nestor, que começa a investigar os métodos da médica e a possível manipulação de resultados.

Privatização e poder em disputa
A aproximação entre Patricia e Sophie torna-se o centro da narrativa. Diagnosticada com um câncer em estágio avançado, a presidente se torna uma das pacientes do tratamento experimental da francesa.
Embora os resultados pareçam promissores, Nestor e Biel percebem inconsistências nos relatórios e começam a desconfiar de que Sophie manipula dados para garantir prestígio e financiamento.
A situação se agrava quando Lluís, diretor do hospital e companheiro de Jesica, falsifica documentos para conseguir órgãos compatíveis e salvar a vida da cirurgiã. A fraude é descoberta por Nicolás, que aproveita o escândalo para destituí-lo do cargo e colocar Pilar no comando.
Com a nova estrutura de poder consolidada, o diretor aprova um controverso acordo com a empresa farmacêutica Healock, que promete investimento em troca de controle sobre os experimentos, uma decisão que divide a equipe médica.

Sophie e o segredo do tratamento
Enquanto Patricia inicia o tratamento experimental, outro paciente, Ximo, começa a apresentar efeitos colaterais severos e morre logo em seguida. Isso leva Patricia e Nestor a investigar os relatórios de Sophie, e ambos descobrem divergências nas fichas médicas e na taxa de sucesso dos testes. Com a ajuda de Biel, que se infiltra na equipe da oncologista, eles descobrem que a taxa real de eficácia é muito menor do que a divulgada oficialmente.
Os três unem esforços para denunciar Sophie, mas decidem agir em sigilo para evitar que ela destrua as provas. No entanto, Biel acaba confiando a informação ao pai, e o plano se complica. Pouco antes da operação policial, Sophie desaparece misteriosamente, indicando que alguém a alertou sobre a prisão iminente.
As suspeitas de Biel recaem imediatamente sobre Nicolás, já que ele tinha motivos para proteger a oncologista e preservar a própria reputação. Ao ser confrontado, o diretor nega ter avisado Sophie e marca um encontro com o filho para esclarecer tudo. Durante a ligação entre os dois, o carro de Nicolás é atingido por um caminhão.
O episódio encerra sem revelar se ele sobreviveu, deixando em aberto se foi realmente ele quem traiu o grupo e quem mais poderia estar envolvido na fuga de Sophie.

Patricia entre a política e a sobrevivência
Enquanto isso, Patricia enfrenta as consequências de suas próprias escolhas. Mesmo debilitada, ela decide seguir com sua campanha de reeleição, escondendo do público que ainda não está curada.
O conflito chega ao ápice quando Nestor descobre que os policiais estão a caminho do hospital para fechar o laboratório de Sophie, o que impediria a presidente de concluir o tratamento.
Ele tenta ajudá-la a realizar a última sessão de forma clandestina, mas chega tarde demais: o laboratório foi esvaziado e todos os registros desapareceram. Apesar disso, Patricia vence a eleição e mantém o cargo, embora saiba que sua recuperação não está garantida.

Desfechos paralelos e novas perdas
Outros personagens também enfrentam desfechos marcantes. Quique, anestesista envolvido em um novo relacionamento com o cirurgião Jon, vê a relação ruir quando a filha do parceiro, Lola, é hospitalizada após ingerir ecstasy encontrado em casa. Embora a menina sobreviva, o episódio destrói a confiança entre eles, e Quique é forçado a encarar os efeitos de seu passado hedonista.
Enquanto isso, Irene, companheira de Nicolás, vive uma gravidez de alto risco. Quando entra em trabalho de parto prematuro, Biel e Lucía são obrigados a realizar uma cesariana improvisada, guiados por telefone. Contra todas as probabilidades, mãe e filho sobrevivem, encerrando a temporada com um raro vislumbre de esperança em meio ao caos.

