Por que The Last of Us deve ser encerrada na 4ª temporada

Fim próximo? The Last of Us pode acabar na 4ª temporada e faz sentido

The Last of Us precisa terminar na 4ª temporada e o motivo é impactante
The Last of Us precisa terminar na 4ª temporada e o motivo é impactante

A primeira temporada de The Last of Us foi aclamada, a segunda dividiu opiniões e agora o futuro da série levanta um questionamento inevitável: até onde vale a pena continuar? Com a terceira temporada já confirmada e prevista para 2027, o destino da produção está nas mãos de Craig Mazin. Mas a verdade é que, se os criadores quiserem manter o alto padrão e não transformar a adaptação em algo arrastado e esvaziado, a série deveria terminar de vez na quarta temporada.

Encerrar The Last of Us no auge pode ser a única maneira de preservar a intensidade emocional da história. E mais: seria um sinal de respeito ao público e ao material original. A série é baseada em dois jogos, e cada um oferece uma narrativa fechada. Estender além disso pode trazer mais prejuízos do que benefícios. 

O ritmo da série pode comprometer o impacto da história

O desafio de adaptar a segunda parte do jogo em tão poucos episódios

A segunda temporada da série terminou com uma cena explosiva: Abby de armas em punho, prestes a mudar a trajetória de todos os personagens. Quem jogou The Last of Us Part II sabe que, a partir daí, o enredo se fragmenta. O jogo alterna entre a perspectiva de Ellie e a de Abby, com foco em suas jornadas individuais e conflitos internos. E isso exige tempo de tela, desenvolvimento emocional e espaço narrativo.

O problema é que a série reduziu seu número de episódios de nove para sete na segunda temporada. Com isso, já houve cortes que incomodaram os fãs mais atentos. A terceira temporada, se seguir o mesmo caminho, terá que correr demais para dar conta da parte restante do jogo, e pode acabar sacrificando a complexidade das personagens e o peso das decisões que tomam.

Sem tempo, a série corre o risco de simplificar arcos essenciais
Sem tempo, a série corre o risco de simplificar arcos essenciais

A divisão da história pede uma quarta temporada para funcionar

Craig Mazin já havia dito antes da segunda temporada que The Last of Us Part II não caberia em apenas uma leva de episódios. E ele está certo. O jogo é denso, emocionalmente pesado e repleto de coisas que não podem ser comprimidas em apenas sete ou oito capítulos.

A jornada de Abby, por exemplo, envolve não só sua relação com a WLF e os Serafitas, mas também o surgimento de novas alianças e um questionamento profundo sobre quem ela é. Isso, por si só, já daria uma temporada inteira. Ao mesmo tempo, Ellie segue em um caminho sombrio, destruindo a si mesma em nome da vingança. 

O fim precisa ter peso, e não parecer uma solução apressada

Terminar a série na quarta temporada é o melhor para a narrativa

Há algo de muito poderoso em saber a hora de parar. Séries que ignoram isso acabam virando vítimas do próprio sucesso. The Last of Us  ainda está em alta, mas a terceira temporada pode mudar esse cenário se o roteiro tentar acelerar demais os eventos para caber tudo ali.

A melhor solução seria permitir que a terceira temporada foque na trajetória de Abby, aprofundando suas dores, escolhas e consequências. Ellie, nesse caso, poderia surgir como uma sombra, uma ameaça constante. E aí, sim, a quarta temporada viria como a conclusão definitiva, dando à história o encerramento emocional e narrativo que ela merece.

Abby em The Last of Us
Abby em The Last of Us

Abby no centro da trama pode afastar o público se a série demorar demais

Outro ponto importante: a produção da terceira temporada está prevista para 2027. Isso significa que, se houver uma quarta, ela só deve chegar lá por 2029 ou até 2030. É um intervalo grande demais para manter o engajamento do público, especialmente considerando que o foco passaria a ser Abby, uma personagem ainda vista com desconfiança por parte dos fãs.

Claro, há espaço para uma abordagem diferente, com Ellie aparecendo como figura ameaçadora, numa espécie de narrativa fragmentada estilo Rashomon. Mas ainda assim, seria frustrante ter que esperar anos para ver o fim da história. Se a HBO esticar demais o tempo entre as temporadas, há um risco real de perder a conexão emocional que sustenta a série desde o início.

Não se trata de enrolar, e sim de respeitar a complexidade do material
Não se trata de enrolar, e sim de respeitar a complexidade do material

O próprio jogo prova que a série precisa de tempo para contar sua história

No jogo, a transição entre as narrativas de Ellie e Abby é feita com calma, profundidade e ousadia. É um risco criativo que deu certo, mas que só funcionou porque houve tempo para isso. A série precisa seguir o mesmo caminho, não copiando o jogo, mas respeitando sua lógica narrativa.

Encerra-la na quarta temporada permitiria à equipe adaptar com fidelidade a tensão crescente, o ciclo de violência e os pequenos momentos de humanidade que tornam essa história tão especial. Qualquer tentativa de condensar tudo isso em apenas mais uma temporada seria como comprimir um romance inteiro em um capítulo final apressado.

O legado da série depende de um fim forte, e não de longevidade forçada
O legado da série depende de um fim forte, e não de longevidade forçada

Uma quarta temporada bem feita pode marcar a história da TV

The Last of Us já entrou para a história das adaptações de games. A primeira temporada foi elogiada pela crítica, pelos fãs e até por quem nunca jogou. Seria uma pena ver tudo isso escorrer pelas mãos só porque alguém quis esticar demais a história.

Ao encerrar na quarta temporada, a série teria a chance de marcar o seu nome com ainda mais força. Um final bem construído, com o tempo necessário para explorar todos os arcos, garantiria que Ellie e Abby se despedissem de forma inesquecível. E o público, que embarcou nessa jornada desde o começo, certamente saberia reconhecer esse respeito pela obra original.

As 3 temporadas de The Last of Us estando disponíveis na Max.