The Handmaid’s Tale chegou ao fim após seis temporadas, encerrando uma das séries mais emblemáticas da era dos streamings. Desde sua estreia em 2017, a produção foi pioneira ao vencer o Emmy de Melhor Série de Drama como uma obra de plataforma digital.
Agora, com o último episódio da sexta temporada, a série se despede sem dar continuidade direta a uma sétima temporada. Mas essa decisão não tem relação com queda de audiência ou cancelamento inesperado.
A decisão criativa por trás do fim
A conclusão de The Handmaid’s Tale já estava nos planos da equipe criativa há alguns anos. Bruce Miller, criador da série, revelou que a ideia inicial era trabalhar com cinco temporadas, mas que, ao longo da produção, a narrativa se expandiu naturalmente até a sexta.
Essa escolha permitiu que os arcos principais fossem encerrados com coesão, respeitando os personagens e o universo construído. A trajetória de June, Serena, Lydia, Nick e outros personagens ganhou desfechos que fazem sentido dentro da proposta da série, mesmo que nem todos os destinos tenham sido plenamente resolvidos.
Além disso, o fato de a história da protagonista ter ultrapassado os limites do livro original de Margaret Atwood também pesou na decisão. Ao adaptar eventos além das páginas de “O Conto da Aia”, a série precisou criar novas direções narrativas, o que intensificou a necessidade de um encerramento consciente.
A transição para The Testaments
O fim de The Handmaid’s Tale não significa o fim do universo de Gilead. A história continuará na série The Testaments, adaptação do livro lançado por Atwood em 2019. A nova produção já está em desenvolvimento e tem Bruce Miller como um dos principais nomes envolvidos.
Situada cerca de 15 anos após os eventos da série original, The Testaments acompanha a vida de Hannah (também conhecida como Agnes) e Nicole, filhas de June, além de trazer a perspectiva de Tia Lydia, que assume um papel central.
A escolha por encerrar a história principal agora permite uma transição mais fluida para essa nova fase do universo. Alguns elementos já foram introduzidos na última temporada, como o crescimento da resistência e a mudança de postura de personagens-chave, e devem ser o foco da produção sucessora.
Como o final prepara o terreno para a próxima fase
Entre os pontos que estabelecem a conexão entre as duas obras, está a transformação de Tia Lydia, que passa a reconhecer os abusos dos Comandantes e a colaborar com os rebeldes. Em The Testaments, suas memórias serão fundamentais para expor as contradições do sistema.
A sexta temporada também introduz o distanciamento entre June e suas filhas, com Hannah ainda presa em Gilead e Nicole vivendo no Canadá. A distância e o silêncio entre elas ajudam a compor o cenário de ruptura que veremos na nova produção.
Outro aspecto relevante é a abordagem geracional. The Testaments deve colocar em foco a visão de personagens mais jovens que cresceram sob a influência direta ou indireta do regime, oferecendo uma perspectiva distinta da vivida por June e seus aliados.
A nova série ainda não tem data de estreia definida, mas as filmagens começaram em abril de 2025. Considerando o histórico da franquia, é possível que o lançamento ocorra em 2026.