Uma série que ousou dar nova vida à lenda do Rei Arthur, misturando história, fantasia e drama, chegou ao fim antes do tempo. O Rei do Inverno, adaptação dos livros de Bernard Cornwell, disponível no Prime Video, parecia ter tudo para ser uma saga duradoura.
Mas, ao contrário do que muitos esperavam, a série foi cancelada logo após a primeira temporada. O motivo? Nem sempre qualidade e criatividade são suficientes para manter uma produção viva no universo implacável do streaming. E o pior: a história estava só começando a ficar interessante.
Uma adaptação promissora que caiu antes de voar
O Rei do Inverno trouxe uma proposta ousada: mostrar a história de Arthur sob uma perspectiva mais crua, mais humana, e com fortes raízes históricas. Ao invés de reis reluzentes e castelos mágicos, a série nos levou para a Bretanha sombria da Idade das Trevas, em um cenário de guerra, fé e disputas políticas. A proposta agradou a muitos, especialmente fãs de produções que não têm medo de fugir do clichê.
Mas nem todos embarcaram nessa leitura. Ainda que a ambientação e o elenco fossem bem avaliados por parte do público, a série não conseguiu agradar à massa. E, em tempos de algoritmos e métricas, isso pesa, e muito.
A audiência foi a sentença
Mesmo com uma proposta diferenciada e bem executada, a série simplesmente não atingiu os números esperados. A baixa audiência foi o principal fator por trás do cancelamento. Plataformas como a MGM+ precisam justificar o investimento em cada produção, e quando os números não compensam o orçamento, a decisão mais comum é a que mais dói para os fãs: o cancelamento.
A série Beacon 23, também da MGM+, foi cancelada no mesmo período, mostrando que nenhuma produção, por melhor que seja, está a salvo quando o público não aparece em peso. É o lado cruel, mas real, do mundo do entretenimento.
A decepção de parte da crítica e do público
Apesar de contar com uma base fiel de fãs, O Rei do Inverno enfrentou críticas duras desde sua estreia. Alguns espectadores elogiaram o tom mais sério e a narrativa mais complexa. Outros, no entanto, acharam a série lenta e distante da emoção presente em outras adaptações de Arthur.
Um dos comentários mais fortes veio do crítico Erik Kain, que não poupou palavras: O Rei do Inverno foi uma decepção esmagadora, escreveu ele, afirmando que a série foi arruinada pela arrogância de quem quis recontar a história sem respeitar a essência dos livros. Ele ainda disse: “Isso é karma. Não derramo uma lágrima”. Palavras duras, mas que refletem uma parte do sentimento do público.
O que a segunda temporada teria mostrado
Se você achou o final da primeira temporada eletrizante, saiba que a segunda prometia ser ainda mais intensa. Arthur havia salvado Derfel e Nimue, e partia para Dumnonia com o objetivo de derrotar Aelle e os saxões. Já Merlin descobria o misterioso Chifre de Bran, banhado em sangue, o que indicava uma ameaça sobrenatural prestes a emergir.
Esses elementos deixaram ganchos claros para uma segunda temporada repleta de batalhas épicas, traições e magia obscura. A expectativa era de um aprofundamento nos conflitos religiosos, nas alianças políticas e no crescimento de Arthur como líder. Mas, com o cancelamento, tudo isso ficou apenas na promessa.
O Rei do Inverno está disponível no Prime Video.