Desde que Wandinha estreou na Netflix, lá em 2022, muita gente ficou com uma pulga atrás da orelha: cadê a família Addams? Ok, a série leva o nome da filha mais sombria, mas mesmo assim… Esperávamos ver mais de Mortícia, Gomez, Tio Fester e até do Pugsley, né? Pois bem. A ausência não foi descuido, falta de orçamento ou problema de agenda. Foi, pasme, totalmente intencional, e até bem pensada. Mas calma, fã dos Addams, que a segunda temporada promete corrigir esse “desfalque”.
A seguir, a gente te explica por que a primeira temporada tratou a família Addams como figurante de luxo, o que isso significou para a narrativa e, o mais importante: por que você pode esperar por muito mais drama familiar sombrio nos próximos episódios.
A série é da Wandinha, não da Família Addams
Vamos começar pelo óbvio: a série se chama Wandinha. Não Os Addams em Nevermore, nem A Família Addams 2.0. Então, sim, a ausência dos outros membros é proposital. A ideia foi justamente tirar Wandinha da sombra dos pais, algo que, convenhamos, não é fácil quando seus pais são Mortícia e Gomez, e dar a ela uma narrativa própria, com desenvolvimento real e espaço para brilhar.
E brilhar ela brilhou. Jenna Ortega trouxe uma Wandinha autêntica, com aquele olhar de quem já julgou toda a sua existência em 0,5 segundo, mas agora com camadas. Ao ser enviada para a Escola Nunca Mais, um internato para excluídos com dons sobrenaturais, ela se envolve em assassinatos, segredos do passado, poderes psíquicos e, claro, muita acidez emocional. E faz tudo isso sem precisar da muleta da família aparecendo toda hora.
Sim, a família aparece… mas com um propósito bem calculado
Embora os Addams não estejam sempre em cena, eles estão longe de serem ignorados. Cada aparição, por menor que seja, é estratégica. Por exemplo, a tensão entre Wandinha e Mortícia vai além da típica rebeldia adolescente. É ali que descobrimos que os dons psíquicos da protagonista vêm da mãe, e que essa relação complicada é quase um espelho invertido.
Outro momento importante é quando Wandinha decide estudar em Nevermore após vingar Pugsley de bullies na escola antiga. Ou seja, a motivação está enraizada em seus laços familiares. A série não precisa mostrar a família a todo momento para lembrar o impacto que eles têm na vida da personagem. Eles são a origem, mas não o centro. E, sejamos honestos, é refrescante ver Wandinha longe da caricatura clássica de irmã macabra.
O novo tom da série exige outra abordagem
Se você esperava uma repetição do tom cômico dos filmes dos anos 90, pode ter levado um susto. Wandinha veio com uma proposta diferente: mais sombria, mais adolescente e mais voltada ao mistério. A vibe aqui é Harry Potter gótico com pitadas de Agatha Christie, não uma comédia familiar pastelona.
A mudança de gênero foi intencional. Ao invés de apelar para o saudosismo puro, a série quis conquistar um novo público: jovens adultos e fãs de thrillers sobrenaturais. E acertou em cheio. Ainda há aquele humor ácido, claro, mas agora com pitadas de crítica social, investigação e construção emocional. Não é sobre piadas fáceis, mas sobre construir um universo que respeita o legado, enquanto ousa ser algo novo.
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Wandinha era a personagem certa para protagonizar esse spin-off
Vamos ser sinceros: se fosse um spin-off focado no Tio Fester ou no Pugsley, você assistiria? Talvez por curiosidade mórbida. Mas Wandinha sempre foi a mais enigmática da família. Aquela que soltava frases mortais com um sorrisinho sutil. O problema é que, até agora, ela sempre foi mostrada como “a criança estranha”, divertida, mas sem profundidade real.
Em Wandinha, finalmente vemos a personagem com mais camadas do que uma cebola mal-humorada. Ela não é apenas cínica e mórbida. Ela é inteligente, determinada, emocionalmente bloqueada (sim), mas também capaz de mudar. A série mostra que mesmo uma Addams pode crescer, ou pelo menos tentar. E ver essa transformação ao longo da adolescência é uma das coisas mais fascinantes da série.
A segunda temporada promete mais Addams… e mais esquisitice
Agora vem a parte que os fãs raiz estavam esperando: a confirmação de que a segunda temporada trará mais da família Addams. Sim, Mortícia (Catherine Zeta-Jones), Gomez (Luis Guzmán), Pugsley (Isaac Ordonez) e Tio Fester (Fred Armisen) estão de volta, com mais tempo de tela e, esperamos, ainda mais caos.
Além disso, o elenco vai ganhar reforços de peso. Nomes como Steve Buscemi, Billie Piper, Christopher Lloyd e Thandiwe Newton estão confirmados, embora seus papéis ainda sejam mantidos em segredo (Netflix sendo Netflix). Isso indica que o universo de Wandinha vai se expandir de forma considerável, e pode até mesmo trazer outros membros da árvore genealógica Addams que nunca vimos antes.
O reencontro com a família será inevitável e necessário
O distanciamento dos Addams na primeira temporada fez sentido. Era preciso tirar Wandinha da zona de conforto. Mas agora que a personagem foi bem estabelecida, a série pode (e deve) explorar com mais profundidade os laços familiares que tanto encantam o público.
A tensão entre mãe e filha, o afeto estranho entre irmãos, o tio pirado que some e aparece do nada… tudo isso faz parte do charme da franquia. E agora que a base foi construída, não há desculpas para não mergulhar nesse caos delicioso. A promessa da Netflix é de uma temporada mais sombria, mais intensa, e com a família Addams ocupando finalmente o lugar que lhes pertence: o centro do palco (ou, ao menos, da cripta).
A 1ª temporada de Wandinha está disponível na Netflix.
