Difíceis de aturar

Os personagens mais irritantes de The Big Bang Theory que os fãs não suportam até hoje

Sitcoms frequentemente exageram traços de personalidade para gerar humor, mas The Big Bang Theory parece ter ultrapassado os limites

Personagem Sheldon de The Big Bang Theory
Personagem Sheldon de The Big Bang Theory

The Big Bang Theory que está disponível no Prime Video e Max, é uma das sitcoms mais queridas de todos os tempos, mas nem por isso está livre de críticas. Apesar de seu enorme sucesso e popularidade, a série apresenta uma galeria de personagens que, em muitos momentos, se mostram bastante desagradáveis. Desde o protagonista Sheldon Cooper até membros secundários da trama, diversos personagens são levados ao extremo em suas características, tornando-se versões caricatas de si mesmos. Esse fenômeno, conhecido como Flanderization, é bastante evidente ao longo da série.

Sitcoms frequentemente exageram traços de personalidade para gerar humor, mas The Big Bang Theory parece ter ultrapassado os limites. Em diferentes momentos, Sheldon se mostra egoísta de forma quase irreparável, Howard é retratado como um pervertido incorrigível e Stuart é constantemente mostrado como patético de maneira pouco crível. Esses exageros comprometem a profundidade dos personagens e tornam difícil, até mesmo para os fãs mais fiéis, simpatizar com todos eles.

Apesar disso, a série consegue se sustentar graças a personagens mais equilibrados e cativantes, como Penny e Amy, além de momentos pontuais que oferecem certa redenção aos protagonistas. Esses instantes de humanidade e afeto ajudam a equilibrar a comédia exagerada com alguma dose de realismo emocional, o que garante que o público continue se importando com os personagens, mesmo quando eles se tornam difíceis de aturar.

No entanto, é inegável que The Big Bang Theory se destaca também por seu caráter altamente caricatural — e isso divide opiniões. Enquanto alguns apreciam o humor baseado em estereótipos e exageros, outros se afastam justamente pela superficialidade de certos personagens. Assim, embora a série tenha conquistado um lugar especial na cultura pop, seu legado é, em partes, marcado por essa abordagem extrema de comédia de personagens.

Ramona Nowitzki

Ramona Nowitzki não adiciona nada de bom ao show

A única coisa realmente positiva sobre Ramona Nowitzki em The Big Bang Theory é que sua participação se limita a poucos episódios. Acadêmica da Caltech, Ramona desenvolve uma obsessão por Sheldon Cooper e tenta controlar sua rotina, incentivando-o a se dedicar exclusivamente à vida acadêmica e afastando-o de seus amigos.

O problema é que sua personagem pouco contribui para o humor da série ou para o avanço real da trama. Sua presença é marcada por uma falta de bom senso que beira o incômodo, tornando difícil simpatizar com ela. Além disso, Sheldon já possui ego suficiente sem a necessidade de alguém constantemente o idolatrando.

Ainda assim, Ramona não chega a ser uma das piores personagens da série, principalmente porque os fãs podem simplesmente ignorar seus episódios. Curiosamente, é graças a seus avanços românticos que Sheldon acaba percebendo o valor de seu relacionamento com Amy — o que, de certa forma, justifica sua breve aparição.

Raj Koothrappali

A falta de bom senso de Raj é enervante às vezes

Raj Koothrappali desperta sentimentos bastante contraditórios entre os fãs de The Big Bang Theory. Apesar de ser, por vezes, adorável, engraçado e até carismático — o suficiente para conquistar um sólido grupo de admiradores — ele também protagoniza momentos extremamente problemáticos ao longo da série.

Em diversos episódios, Raj revela um lado egocêntrico, misógino e até mesmo narcisista, o que acaba afastando parte do público. Um exemplo claro disso ocorre em The Griffin Equivalency, quando Raj é destaque na revista People e deixa a fama subir à cabeça. Ele passa a agir de forma arrogante e desdenhosa, chegando ao ponto de presumir que Penny tem interesse sexual por ele — uma atitude totalmente deslocada e desconfortável.

Outro momento polêmico é quando Raj reúne todas as suas ex-namoradas para perguntar o que poderia fazer para se tornar um namorado melhor. A ideia, embora pareça bem-intencionada à primeira vista, revela-se insensível e egoísta, ignorando os sentimentos das mulheres envolvidas.

Infelizmente, os roteiristas parecem ter levado o personagem por um caminho cada vez mais negativo com o passar das temporadas. Raj vai se tornando um namorado inseguro, ciumento e, em muitos casos, tóxico. Seu desespero por um relacionamento nas últimas temporadas não só se torna cansativo, como também transforma o personagem em alguém difícil de torcer.

Barry Kripke

Barry Kripke é muito desagradável para o Fandom

Barry Kripke é um personagem recorrente em The Big Bang Theory, aparecendo em pelo menos um episódio por temporada — com exceção da primeira. Ele é facilmente reconhecível por sua fala característica, trocando o som do “r” pelo de “w”, o que se tornou uma marca registrada.

Apesar de servir como alívio cômico, Barry é frequentemente retratado de forma negativa. Arrogante, mesquinho, infantil e desrespeitoso, ele raramente — ou nunca — demonstra crescimento pessoal ou qualquer sinal de redenção ao longo da série. Suas aparições costumam girar em torno de disputas de ego com Sheldon ou interações desagradáveis com os demais personagens.

Além disso, Barry tem o hábito de fazer piadas grosseiras e inapropriadas, especialmente sobre strippers, o que não apenas reforça seu lado ofensivo, como também o torna um personagem difícil de simpatizar. Embora sua função seja a de agitar a trama com humor, muitos espectadores não o consideram engraçado ou carismático. No fim das contas, Barry parece existir apenas para criar conflitos absurdos e desconfortáveis em episódios pontuais.

Bernadette Rostenkowski

Bernadette se torna uma esposa muito rancorosa

Bernadette pode facilmente ser considerada a personagem mais irritante do grupo principal de The Big Bang Theory — e talvez o mais frustrante seja o fato de que ela tinha muito potencial. Sua introdução foi promissora: uma mulher inteligente, determinada e surpreendentemente encantada por Howard, com quem desenvolve um relacionamento peculiar, mas carismático.

No entanto, após o casamento, Bernadette adota uma postura controladora e, muitas vezes, cruel com o marido. Ela frequentemente ridiculariza Howard, rebaixa suas conquistas e o humilha publicamente, o que decepcionou muitos fãs que esperavam um relacionamento mais equilibrado e maduro.

Embora seja verdade que Howard também está longe de ser o parceiro ideal, a dinâmica entre os dois acaba caindo em um clichê antiquado: o velho estereótipo de casais que mal se suportam, popularizado nas comédias dos anos 1960. Inverter os papéis de gênero, tornando Bernadette a figura autoritária e Howard o alvo das piadas, não faz desse relacionamento algo moderno ou progressista — apenas uma nova embalagem para um modelo ultrapassado.

Por outro lado, Bernadette brilha em sua amizade com Penny e Amy. As interações entre as três são leves, engraçadas e, muitas vezes, genuinamente afetuosas, o que ajuda a redimir um pouco sua personagem. Ainda assim, fica a sensação de que Bernadette poderia ter sido muito mais do que apenas uma esposa mandona com uma voz estridente.

Stuart Bloom

Stuart fica cansado com o tempo

No início de The Big Bang Theory, Stuart parecia ser um cara legal — um verdadeiro entusiasta dos quadrinhos, com um pouco mais de bom senso do que qualquer outro membro da gangue. Ele chegou a sair com Penny e se comportou como um verdadeiro cavalheiro, o que o fez parecer uma adição promissora ao grupo.

No entanto, à medida que a série avançava, Stuart se tornou vítima de uma das armadilhas mais comuns nas sitcoms de longa duração: a Flanderização — quando um personagem passa a ser definido exclusivamente por um ou dois traços exagerados. No caso dele, o traço escolhido foi o desespero.

Sua vida entrou em uma espiral de fracassos, e as piadas envolvendo Stuart passaram a girar unicamente em torno de sua solidão, pobreza e aparente inutilidade. Ele chega ao ponto de morar com a mãe de Howard, aproveitando-se da situação, e é retratado como preguiçoso, carente e constantemente embaraçoso. Aos poucos, Stuart deixa de ser uma figura simpática para se tornar o alvo constante do humor mais cruel da série.

Em vários momentos, é difícil até entender por que o grupo o mantém por perto — não pela falta de valor humano, mas pela forma como a narrativa o trata, tornando-o quase um acessório cômico de mau gosto. As piadas raramente funcionam e, mais do que risos, causam constrangimento.

Embora o final da série tente resgatar sua dignidade — com pequenos indícios de melhora em sua vida pessoal —, a impressão que fica é de que o personagem merecia mais. Stuart tinha potencial para ser muito mais do que o coadjuvante deprimente de piadas repetitivas.

Howard Wolowitz

Howard era um personagem terrível

Antes de iniciar seu relacionamento com Bernadette, Howard provavelmente era o personagem mais detestado de The Big Bang Theory. Apesar de ser um amigo leal, grande parte de seu humor se baseava em insinuações sexuais constantes e desconfortáveis. Howard estava sempre falando sobre sexo de maneira vulgar, objetificando mulheres e sendo particularmente inapropriado com Penny, a quem frequentemente direcionava comentários sugestivos e invasivos.

Seu desespero por uma vida sexual ativa gerava situações constrangedoras e, por vezes, ofensivas. Ele permite que uma garota use o Mass Rover da NASA como brinquedo, comprometendo milhões de dólares em filmagens de Marte; se masturba com um braço robótico da universidade; e, em diversas ocasiões, exibe comportamentos que hoje seriam facilmente classificados como assédio.

Felizmente, a partir da terceira temporada, o personagem passa por uma transformação significativa. Quando começa a namorar Bernadette, Howard amadurece gradualmente, tornando-se um parceiro mais sensível e, eventualmente, um marido dedicado. Essa evolução foi essencial não apenas para a sua própria redenção, mas também para a continuidade da série — afinal, sem essa mudança, muitos espectadores talvez não tivessem permanecido até o fim.

Beverly Hofstadter

Beverly Hofstadter pode ser a pior mãe em qualquer sitcom

Christine Baranski é uma atriz brilhante, mas sua personagem em The Big Bang Theory, Beverly Hofstadter, é difícil de digerir. Fria, calculista e emocionalmente distante, Beverly é a mãe de Leonard — embora raramente se comporte como tal. Ela demonstra uma clara preferência por Sheldon, valorizando intelecto acima de qualquer outro traço humano, inclusive o afeto ou a empatia. Para ela, Leonard nunca é bom o suficiente, e isso se reflete em sua constante desvalorização do próprio filho.

Como psiquiatra, Beverly está sempre analisando os outros com um olhar clínico desconectado, o que poderia render momentos cômicos sofisticados. No entanto, sua tendência a expor aspectos íntimos da vida de Leonard, inclusive sua vida sexual, ultrapassa o limite do aceitável e se torna desconfortável.

Com o tempo, sua presença na série acaba se resumindo a um único truque: gerar constrangimento emocional e alimentar a autocomiseração de Leonard — e, curiosamente, tornar Sheldon mais simpático por comparação. O potencial para que Beverly fosse uma figura cômica mais elaborada e interessante existia, especialmente com uma atriz do calibre de Baranski. No entanto, os roteiristas optaram por repetir piadas freudianas de gosto duvidoso, desperdiçando uma personagem que poderia ter sido muito mais do que uma caricatura de mãe negligente e elitista.

Sheldon Cooper

Sheldon Cooper é ridiculamente desagradável

Sheldon Cooper, o protagonista de The Big Bang Theory, é também seu personagem mais controverso. Amado por uns e detestado por outros, ele desperta reações extremas — e até mesmo os fãs mais leais precisam admitir: Sheldon pode ser insuportável.

Arrogante, hipócrita e egoísta, Sheldon frequentemente trata mal seus melhores amigos, mesmo quando não há qualquer provocação. Sua teimosia beira o absurdo e rapidamente se torna cansativa. Grande parte dos episódios gira em torno de sua recusa em aceitar mudanças, lidar com emoções humanas básicas ou reconhecer as próprias falhas.

É difícil entender por que os outros personagens continuam em sua órbita. Sheldon constantemente os insulta, desmerece suas conquistas e exige atenção incondicional, sem oferecer empatia em troca. Nem mesmo sua namorada, Amy, escapa de seu comportamento tóxico. Embora os roteiristas tentem suavizar suas atitudes com o tempo, alegando que ele está em constante aprendizado, há quem simplesmente não compre essa evolução.

Para muitos espectadores, Sheldon é o charme peculiar que deu vida à série. Para outros, ele é o motivo pelo qual The Big Bang Theory se tornou impossível de assistir. Seu gênio científico não é suficiente para apagar o fato de que, socialmente, ele é um verdadeiro desastre.

 

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