
Entre rituais, fanatismo e assassinatos brutais, a primeira temporada de Os Assassinatos da Mandala se despediu do público com um desfecho violento e simbólico.
A trama se desenrola em meio a uma disputa geracional entre duas mulheres ligadas a um passado ancestral, marcado por um culto macabro e por um suposto deus chamado Yast.
O que começou como uma investigação criminal sobre mortes grotescas logo mergulhou em um universo de experimentos, seitas e mensagens criptografadas de um livro sagrado conhecido como Aayast Granth.
No centro dessa disputa, Rea e Ananya representam lados opostos de um conflito que atravessa décadas, com a primeira tentando impedir a conclusão de um plano apocalíptico e a segunda disposta a sacrificar tudo para reencarnar uma divindade.

O confronto final
Ao longo da série, fica claro que Rea não é apenas uma agente da CIB, e sim neta de Nandini, cientista que, nos anos 1950, participou da construção do dispositivo que tornaria possível a vinda de Yast ao mundo mortal. Já Ananya é neta de Rukmini, líder do culto Aayasti, que deu início ao ritual no passado. Essa herança familiar determina o destino das duas protagonistas e as coloca em rota de colisão.
Ananya, que poderia ter seguido uma carreira política de sucesso, opta por reativar o projeto de sua avó, mergulhando de vez na seita e liderando assassinatos brutais para reunir os elementos necessários à reencarnação de Yast, responsável por transformar pessoas em aberrações, liderar sacrifícios e manipular os moradores de Charandaspur em nome de uma utopia distorcida.
Do outro lado, Rea segue pistas que a conectam às mortes e aos segredos enterrados no santuário conhecido como Aayasthal. Mesmo sem saber, ela carrega o legado de Nandini, que, antes de morrer, sabotou o plano original ao descobrir o verdadeiro custo da chegada de Yast.
No fim, Rea consegue impedir o renascimento da entidade e mata Ananya, encerrando temporariamente a ameaça.

O retorno da seita
Um dos aspectos mais perturbadores do desfecho é a forma como os crimes da seita foram ignorados pela população local. Mortes horriveis ocorreram sem grandes reações. Ainda assim, a indiferença coletiva permitiu que o culto se expandisse sem grandes oposições.
Se no passado os moradores de Charandaspur se revoltaram contra Rukmini, agora a população parece paralisada, como se a barbárie tivesse sido naturalizada. Esse silêncio é justamente o que dá força à nova geração dos Aayastis, que mesmo após a morte de Ananya continuam agindo nas sombras.
Com Moksha libertada e Maithili desaparecida, o fim da temporada indica que os planos do culto estão longe de acabar. O dispositivo criado por Nandini, guardado como prova, volta a emitir sinais após a fuga de Moksha, sugerindo que Yast ainda pode despertar.

O legado de Yast e as dúvidas que ficam
Apesar de servir como a principal motivação para os eventos da série, a figura de Yast permanece envolta em mistério. Não fica claro se ele é uma divindade real, uma entidade sobrenatural ou apenas uma fábula usada para justificar o fanatismo de seus seguidores. Aayast Granth, o livro sagrado do culto, também é pouco explorado em termos de origem e significado.
A falta de explicações abre espaço para especulações: seria Yast uma força ambiental, contrária à destruição causada por projetos nucleares como o de Anant? Há algo simbólico na tentativa de impedir o avanço tecnológico e retomar uma espécie de ordem natural? Ou tudo não passa de uma interpretação deturpada por parte dos Aayastis?
A série aponta para essa última hipótese. Yast, talvez, nunca tenha desejado um corpo humano, e seus seguidores é que insistem em forçar sua encarnação por meio de um processo grotesco e falho. A própria falha na concessão de um “dom” a Pawan é interpretada como uma tentativa da entidade de sabotar seus fiéis. A pergunta que fica é: qual seria, então, o verdadeiro plano de Yast?