
Ao longo de sua primeira temporada, Operação: Lioness construiu um clima tenso e emocional ao redor de sua protagonista, colocando em jogo tanto sua integridade quanto sua sanidade. A história foi se desenrolando em meio a segredos e pressões institucionais, mas nada poderia preparar o público para o desfecho amargo que aguardava a equipe.
A série, que acabou de ser disponibilizada na Netflix, deixou claro desde o início que, apesar do foco na ação militar, o que realmente movia a narrativa era o conflito interno das personagens. Cruz, nova recruta do programa Lioness, foi apresentada como uma mulher determinada, mas ainda em busca de seu lugar no mundo. Seu relacionamento com Aaliyah, filha de um terrorista procurado, colocou em xeque sua lealdade e a missão como um todo.
O dilema de Cruz e o dever de Joe
Cruz mergulhou fundo na missão de se aproximar de Aaliyah, mas acabou cruzando limites que tornaram o trabalho ainda mais complicado. Em um momento de fragilidade emocional, as duas se envolveram, e a confissão de amor feita por Cruz ameaçou comprometer tudo. Mesmo assim, a operação seguiu adiante, sob o comando de Joe, que não tinha margem para recuar.
A tensão atingiu o auge quando Ehsan, o noivo de Aaliyah, descobriu a verdadeira identidade de Cruz e a confrontou. Isso desencadeou uma reação brutal: Cruz matou tanto Ehsan quanto o terrorista Asmar, pai de Aaliyah, escapando por pouco com a ajuda da equipe de extração.
Paralelamente, a série mostrou a luta de Joe para equilibrar sua vida profissional com os laços familiares. O acidente de carro envolvendo sua filha foi um divisor de águas, fazendo-a prometer que abandonaria o campo para assumir um cargo administrativo.
No entanto, a missão em Mallorca colocou essa promessa à prova, e apesar do retorno dramático, Joe continuou envolvida no programa Lioness, o que ampliou ainda mais o abismo entre ela e sua família.
O reencontro com Cruz após a extração não foi fácil. Tomada pela culpa e pelo trauma, Cruz agrediu Joe ao entrar no barco e depois a confrontou verbalmente. Disse que havia se tornado um monstro sob o comando dela e deixou claro que não queria mais fazer parte da equipe.
Consequências políticas e feridas abertas
A morte de Asmar gerou uma crise dentro do governo dos EUA. Embora estivesse na lista de alvos da CIA, sua influência na política internacional e nos negócios de petróleo causou grande descontentamento entre os altos escalões. O Secretário de Estado foi contra a missão desde o início, temendo que o assassinato do terrorista comprometesse relações diplomáticas com o Oriente Médio.
Porém, não havia como recuar. Cruz já estava inserida demais para ser retirada sem levantar suspeitas. Com a execução realizada, restou lidar com os danos colaterais: desconfiança, instabilidade e a promessa de novas ameaças futuras. Como a própria Cruz apontou antes de partir, ao tirar um terrorista da equação, acabaram criando novos futuros inimigos.
Apesar da missão ter sido cumprida, a sensação que ficou foi de derrota. Cruz saiu devastada, certa de que não havia salvado vidas, mas sim destruído a própria identidade. O que restou foi uma mulher desiludida, sem rumo e com a convicção de que o sacrifício não valeu a pena.
Joe, por sua vez, voltou para casa com o peso da culpa. Diante do marido, desabou e revelou a dimensão emocional da missão. Mesmo assim, segue envolvida com a operação na segunda temporada, o que deixa claro que os fantasmas do passado continuarão a assombrá-la.