Tenso

O verdadeiro vilão de Yellowjackets está escondido à vista de todos desde o primeiro episódio

Mais do que um título, essa posição se declara nas atitudes.

Cena de Yellowjackets.
Cena de Yellowjackets.

Desde o primeiro episódio, Yellowjackets apresenta o colapso de um grupo adolescente forçado a sobreviver em condições extremas, enquanto carrega o peso de suas próprias contradições. A violência, a manipulação e a crueldade surgem com naturalidade em um ambiente onde não há regras, e as relações sociais se distorcem sob pressão.

Entre tantas figuras complexas, Shauna surgiu como um ponto chave na narrativa. No início, sua vulnerabilidade e inseguranças a tornavam uma personagem fácil de acompanhar. Mas conforme a trama avança, sua jornada revela que, diferente do que parecia, talvez ela sempre tenha sido a figura mais perigosa do grupo.

A queda de uma protagonista silenciosa

Ainda no primeiro ano, a rivalidade com Jackie expôs as falhas de ambas, mas foi Shauna quem tomou atitudes mais controvérsas. Dormiu com o namorado da melhor amiga e engravidou. Mesmo com as tensões no ar, a morte de Jackie foi um ponto de virada emocional para Shauna, que se culpou silenciosamente, mas ao mesmo tempo passou a abraçar um lado mais sombrio.

A perda do bebê no meio da floresta, somada ao luto mal resolvido por Jackie, contribuiu para que Shauna se tornasse mais fria e agressiva. A personagem passou a demonstrar pouco apego emocional e se destacou como uma das mais habilidosas na caça e no abate. Quando Lottie passou a ser vista como uma líder espiritual, Shauna se opôs com violência, chegando a espancar a colega quase até a morte.

No fim da segunda temporada, durante a seleção da nova liderança, Shauna mostrou sua verdadeira face. Não apenas questionava a autoridade espiritual de Lottie, mas influenciava outras garotas a aderirem a sua visão crua e direta da sobrevivência.

A acusação contra o treinador Ben, que resultou em um julgamento informal por parte das garotas, também teve Shauna como principal incitadora. Sua sede por controle e justiça imediata colocou o grupo em um estado de histeria coletiva, tornando-a a líder de um comportamento em massa que levou o grupo a extremos.

Ecos do passado na vida adulta

Na linha do tempo atual, a versão adulta de Shauna continua reagindo de forma impulsiva e violenta. Após desconfiar de Adam, seu amante, Shauna o matou acreditando estar sendo ameaçada. Mesmo com traços de humanidade, como a tentativa de manter a família unida ou a preocupação com a filha, suas atitudes demonstram que aquela garota transformada pela floresta ainda está viva dentro dela.

A deterioração das relações com Jeff, Callie e as demais sobreviventes escancara como Shauna se isola mesmo quando não precisa. Em vez de se reaproximar do grupo após a morte de Natalie, opta por seguir um caminho solitário e cada vez mais desconectado da empatia. A relação com Misty, marcada por desprezo e provocações, evidencia o prazer que Shauna sente em humilhar os outros.

Shauna conseguiu surpreender por sua transformação constante. Ela não precisa de uma entidade sobrenatural para justificar seus atos. Diferente de Lottie, que acredita em forças da floresta, Shauna age guiada por impulsos internos. Sua violência não é ritual, é puramente humana.

Ao fim da terceira temporada, o papel de Shauna como vilã ainda não é declarado, mas está nas entrelinhas. Sua presença constante nas decisões mais duras, sua falta de remorso e sua distância emocional a colocam como uma ameaça silenciosa.

Yellowjackets está disponível na Netflix.

 

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