
Desde os primeiros minutos de O Eternauta, uma nevasca tóxica transforma Buenos Aires em um cenário de destruição. A neve, aparentemente inofensiva, mata instantaneamente qualquer um que entre em contato com ela, abrindo caminho para uma trama sobre sobrevivência.
Com base na graphic novel de Héctor Germán Oesterheld e Francisco Solano López, a série mistura ficção científica com teorias conspiratórias, sugerindo que a nevasca mortal é só o primeiro estágio de uma invasão cuidadosamente planejada.
Ao longo da temporada, diferentes hipóteses surgem sobre a origem da catástrofe, mas nenhuma é tão detalhada quanto a proposta por Favalli, engenheiro e um dos sobreviventes centrais da trama.

Uma teoria científica
Segundo Favalli, a neve tóxica pode ter sido causada por uma inversão dos polos magnéticos da Terra. Esse fenômeno teria fragilizado temporariamente o escudo magnético do planeta, permitindo que partículas radioativas das cinturas de Van Allen se ligassem à neve e chegassem à superfície.
A teoria ganha força quando os personagens percebem que as bússolas não funcionam mais corretamente, indicando que os polos realmente mudaram de lugar.
No entanto, a própria série admite que os conceitos científicos usados por Favalli estão mais próximos da pseudociência, funcionando como uma espécie de explicação simbólica para algo muito maior.
Mais adiante, torna-se evidente que a anomalia climática foi apenas o primeiro passo de uma ofensiva alienígena. A nevasca teria sido provocada de forma proposital para isolar as populações e paralisar sistemas de comunicação e transporte.

O plano por trás do caos
Com o mundo em colapso, entram em cena os chamados beetles, criaturas gigantes que atacam os sobreviventes e são seguidas por um controle mental. A combinação de medo, isolamento e manipulação mental forma a estratégia dos alienígenas, que se aproveitam do caos para transformar humanos em soldados involuntários.
Embora a série não revele abertamente os objetivos dos invasores, pistas indicam que o plano pode envolver o uso da população terrestre para combater uma ameaça ainda maior. Os alienígenas estariam moldando uma nova sociedade sob seu comando, criando um exército com base no medo e na perda da autonomia.
A revelação de que muitos humanos estão sendo manipulados à distância por uma entidade conhecida como A Mão intensifica essa interpretação. Ela não apenas comanda os beetles, mas também exerce influência sobre lideranças militares e sobreviventes, conduzindo as ações de forma quase invisível.

Um futuro de incertezas
O apocalipse em O Eternauta é menos sobre um desastre natural e mais sobre uma ocupação gradual, onde a destruição física é apenas uma etapa do controle total. A estratégia alienígena é sutil, mas eficaz, desmontando a civilização aos poucos, sem precisar de um ataque direto e imediato.
A segunda temporada, ainda não confirmada pela Netflix, deve aprofundar essas questões, explorando não apenas o que aconteceu, mas por que aconteceu. A origem da nevasca, a motivação da entidade A Mão e o papel dos humanos nesse novo cenário são temas que seguem em aberto.