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O episódio essencial de Dexter que você precisa rever antes de Dexter: Resurrection

Episódio final da 1ª temporada de Dexter mergulha em traços da sua personalidade e mostra por que ele continua sendo um dos personagens mais complexos e inesquecíveis da TV

O episódio essencial de Dexter que você precisa rever antes de Dexter: Resurrection

Dexter Morgan, interpretado por Michael C. Hall, pode nunca morrer. Ele estreou originalmente nos livros de Jeff Lindsay que inspiraram a série original, com oito temporadas. Posteriormente, apareceu na minissérie Dexter: New Blood e na recente prequela Dexter: Original Sin. Agora, você poderá conferir o que ele fará a seguir no novo spin-off Dexter: Resurrection, que estreia nesta sexta (11) no Paramount+.

Existe um episódio da série original Dexter que você precisa conferir antes de assistir ao novo derivado, para lembrar o que torna o personagem tão memorável, divertido e bem executado – e um desses fatores é a atuação poderosa de Hall.

O amor de Dexter por Debra vence no final da primeira temporada de Dexter

O último episódio da primeira temporada de Dexter, chamado “Nascido Livre”, permite que o público entenda quem ele realmente é e mostra aspectos de sua personalidade. O capítulo revela que o Assassino do Caminhão de Gelo é, na verdade, o irmão biológico de Dexter, Brian Moser (Christian Camargo).

Brian propõe a Dexter que eles matem sua irmã adotiva, Debra Morgan (Jennifer Carpenter), como uma espécie de “reunião familiar” distorcida. Mas Brian não contava com o fato de que Dexter fosse realmente apegado à Debra, por quem tinha um forte vínculo. Tanto é que no final Dexter demonstra humanidade ao salvá-la.

A história de Dexter é o maior ponto forte da série

Apesar de, à primeira vista, a revelação de que Dexter tem um irmão biológico parecer um clichê típico de novela, não se trata apenas de uma reviravolta chocante. A trama vai construindo com cuidado essa revelação ao longo da primeira temporada, culminando no episódio “Nascido Livre”, que oferece uma visão mais profunda das motivações de Dexter.

Elementos como sua sede por sangue e o conceito do “Passageiro das Trevas” podem parecer dramatizações exageradas dos efeitos do trauma, mas funcionam bem dentro da narrativa. O código moral ensinado por Harry Morgan, seu pai adotivo, parece inicialmente uma tentativa de moldar o comportamento de Dexter — uma defesa da influência da criação sobre a natureza. No entanto, quando Brian surge com sua versão dos acontecimentos, o passado de Dexter se revela mais complexo do que aparentava.

A figura de Harry ganha contornos ainda mais ambíguos quando descobrimos que ele escolheu salvar apenas Dexter, deixando Brian para trás. Essa decisão mostra o modo como Harry enxergava o mundo: dividido entre o bem e o mal, ignorando nuances ou contextos mais profundos. A introdução de Brian não só desafia essa lógica, como também enriquece a narrativa da série, especialmente quando sua história é expandida posteriormente em Dexter: Pecado Original, aprofundando ainda mais o passado perturbador que moldou o protagonista.

“Nascido Livre” explora a dualidade de Dexter como herói e assassino

Dexter é um assassino em série profundamente moral. Em “Nascido Livre”, Brian o confronta ao dizer com raiva: “Você não pode ser um herói e um assassino. Não é assim que funciona.” A partir daí, no final do episódio, acontece um dos momentos mais interessantes da série: quando Dexter reflete sobre sua decisão de matar Brian.

Conhecido por sua frieza e aparente falta de emoção, Dexter revela, nesse instante, que sentia por Brian uma conexão mais profunda do que com qualquer outra pessoa. Ainda que o mundo o veja como um herói por eliminar o infame Assassino do Caminhão de Gelo, a situação é muito mais complexa. Esse conflito interno evidencia o ponto forte da série: sua habilidade de explorar as zonas cinzentas da moralidade, onde o certo e o errado raramente são absolutos.

“Nascido Livre” demonstra tudo o que torna Dexter um personagem tão cativante e duradouro. O episódio não apenas aprofunda sua trágica origem, mas também revela os dilemas que definem sua identidade. Ele entrega a brutalidade que os fãs de thrillers e terror esperam, mas o que realmente prende o espectador é o traço de humanidade que ainda resiste dentro dele — a luta constante entre seu impulso assassino e o desejo de pertencer, de sentir algo real. Essa dualidade é o que transforma Dexter de um simples anti-herói em um dos personagens mais intrigantes da televisão.

A série original Dexter está disponível na Netflix e no Paramount+. O novo spin-off Dexter: Resurrection estreia em 11 de julho no Paramount+.