
À primeira vista, a volta de Lejla a Granås parece um simples retorno ao passado. Após a morte de sua mãe adotiva, a criminologista decide viajar até a pequena vila onde cresceu, mas o que era para ser uma despedida silenciosa rapidamente se transforma em uma nova investigação.
O desaparecimento de Alicia, filha de uma antiga amiga, muda o curso da viagem. Os detalhes do sumiço despertam lembranças enterradas, fazendo com que Lejla confronte traumas que sempre tentou deixar para trás. A partir daí, a série constrói uma espiral de segredos familiares, investigações paralelas e pistas que cruzam passado e presente.

A volta para casa
Logo nos primeiros episódios, Lejla se reconecta com Valter, seu pai adotivo, e com o local onde passou a infância. A relação distante com os pais adotivos é marcada por silêncios e ressentimentos não ditos. Fragmentos de memória sobre o sequestro que sofreu quando criança voltam à tona com força renovada.
A morte repentina de Louise, amiga de infância de Lejla, e o sumiço da pequena Alicia, filha da vítima, marcam a transição da narrativa para o mistério central. O corpo de Louise é encontrado em circunstâncias suspeitas, e os indícios apontam para um possível assassinato.
As roupas de Alicia são encontradas na entrada de uma antiga mina, despertando suspeitas sobre o paradeiro da garota. Tomas, chefe de polícia e amigo da família, assume a liderança das buscas e rapidamente aponta o pai da menina, Said, como o principal suspeito.
Mesmo sem provas sólidas, a investigação formal passa a girar em torno de Said. Enquanto isso, Lejla decide seguir pistas por conta própria e identifica detalhes que escaparam aos investigadores, incluindo um possível contato suspeito entre Alicia e um trabalhador da região chamado Maksim.

Memórias esquecidas
Em meio à busca por Alicia, Lejla começa a revisar arquivos antigos do próprio sequestro. Aos poucos, memórias reprimidas voltam à superfície, incluindo referências ao homem que a manteve em cativeiro, identificado apenas como “Ecki”.
As descrições da época revelam padrões de comportamento ritualísticos, com bonecas e cortes de cabelo impostos às vítimas. As semelhanças entre os casos alimentam a hipótese de que o responsável por seu trauma de infância ainda esteja por perto — e ativo.
A revelação mais impactante da série ocorre nos episódios finais. Valter, o homem que criou Lejla, é exposto como o verdadeiro Ecki. Ele foi o autor do sequestro que moldou toda a vida da protagonista — e agora, também o responsável pelo desaparecimento de Alicia.
Lejla é capturada novamente e levada ao mesmo esconderijo subterrâneo onde foi mantida na infância. Alicia está lá, viva, mas ferida. Tomas, desconfiado da ausência de respostas, decide investigar a propriedade e acaba descobrindo o cativeiro, resgatando as duas e prendendo Valter.

Confronto no cárcere
Mesmo após a prisão de Valter, a história de Lejla não encontra paz. Em uma visita à prisão, ela exige saber onde estão os corpos das outras meninas desaparecidas. Valter responde friamente, indicando o lago da cidade como local dos crimes.
Ele também revela como escolheu Lejla quando criança: após vê-la em um evento local, decidiu sequestrá-la e, anos depois, adotá-la sob nova identidade. A série encerra com essa revelação sombria.