A 2ª temporada de Ninguém Quer marca uma virada significativa na trajetória de Joanne e Noah. Após a fase inicial de encantamento, o casal começa a enfrentar a realidade da convivência e as diferenças que haviam sido adiadas.
A série, estrelada por Kristen Bell e Adam Brody, aprofunda os conflitos entre fé, identidade e amor, mantendo o tom leve que conquistou o público no primeiro ano.
Noah, agora mais pressionado por sua comunidade, mente sobre o progresso da conversão de Joanne. Quando ela descobre, o relacionamento entra em crise, abrindo caminho para decisões difíceis e um encerramento que redefine o rumo da trama.

A pressão da conversão e o dilema de Joanne
O principal conflito da temporada gira em torno da decisão de Joanne sobre sua conversão ao judaísmo. Embora Noah tenha afirmado no passado que escolheria o relacionamento acima de qualquer exigência religiosa, ele passa a condicionar o futuro dos dois à conversão dela. A tensão cresce até que Joanne questiona se o desejo de mudar vem dela ou do peso imposto pelo parceiro.
Com o passar dos episódios, a personagem começa a se aproximar da cultura judaica de forma natural. Ela participa dos rituais, celebra o Shabat, adota expressões e costumes, e encontra prazer na vida comunitária. A conversa final com Esther serve como ponto de virada: Joanne percebe que, na prática, já incorporou os valores e tradições do judaísmo e que talvez a fé seja mais vivida do que imposta.

A separação e a reconciliação de Joanne e Noah
O relacionamento chega ao limite quando Joanne é despejada e decide se mudar para o apartamento de Noah. O rabino, por sua vez, se recusa a dar esse passo enquanto ela não oficializar a conversão. O impasse leva à separação.
Pouco depois, Noah percebe o erro. Ao sair do local onde discutiram, ele entende que sua rigidez o afastou da mulher que ama. A reconciliação acontece de forma simbólica: ele decide que o amor entre eles é mais importante que as regras, encerrando o arco com a decisão de seguir juntos, independentemente da religião.

O fim de Esther e Sasha
Paralelamente, a temporada aprofunda o casamento de Esther e Sasha, cuja crise ganha destaque. Desde o início, ela carrega o peso das tarefas domésticas e emocionais da família, enquanto ele mantém um comportamento imaturo e pouco colaborativo. Quando Sasha começa a insistir em ter outro filho, a tensão explode.
Cansada de ser a única responsável por tudo, Esther coloca um ponto final no casamento. O término é retratado como libertador, um passo necessário para que ela descubra quem é além dos papéis de mãe e esposa. Essa escolha abre novas possibilidades para o desenvolvimento da personagem em uma eventual 3ª temporada.

Morgan, Dr. Andy e uma relação problemática
Morgan também ganha uma trama marcante. A personagem se envolve com seu próprio terapeuta, Dr. Andy, desrespeitando os limites éticos da profissão. A relação rapidamente se torna abusiva, marcada por manipulação emocional e desequilíbrio de poder.
Quando Morgan descobre que não é a primeira paciente com quem Andy se relacionou, ela finalmente se liberta da situação. O término acontece durante o noivado, encerrando um ciclo de engano e reafirmando o amadurecimento pessoal.

A improvável amizade entre Morgan e Bina
Um dos momentos mais inesperados do segundo ano é a aproximação entre Bina, mãe de Noah, e Morgan, irmã de Joanne. As duas se conhecem em um encontro casual e, apesar das personalidades opostas, formam um vínculo genuíno. A amizade cresce a partir da empatia e se transforma em um alívio cômico dentro da série.
Esse relacionamento improvável serve como contraponto aos conflitos principais, mostrando como personagens de universos distintos podem encontrar apoio mútuo. A dinâmica das duas deve continuar a ser explorada, especialmente se a Netflix confirmar a próxima temporada.

O conflito de Noah com seu novo trabalho
Noah também enfrenta um arco pessoal importante. Após ser preterido em sua antiga sinagoga, ele aceita o cargo de rabino-chefe em um novo templo. No entanto, a mudança o coloca em um ambiente mais liberal, que desafia suas crenças tradicionais.
A dificuldade de se adaptar às regras mais flexíveis do novo grupo coloca em dúvida seu papel como líder espiritual. Essa insatisfação profissional reflete seu conflito interno, dividido entre os valores aprendidos na infância e a necessidade de evoluir.

Um final aberto e novas possibilidades
O último episódio deixa o caminho preparado para uma continuação direta. Joanne e Noah parecem finalmente prontos para morar juntos, enquanto ela dá os primeiros passos oficiais rumo à conversão. O futuro da personagem deve incluir aulas e práticas religiosas, reforçando a temática de autodescoberta espiritual.
Ao mesmo tempo, Noah precisará lidar com sua própria fé e avaliar se o novo templo realmente reflete suas convicções. Essas questões, combinadas às transformações de Esther, Morgan e Bina, mantêm o enredo vivo e cheio de possibilidades para um terceiro ano.

