Não foi real: As maiores invenções da série Monstro sobre Ed Gein

A série antológica Monstro, da Netflix, tem sido alvo de inúmeras controvérsias por distorcer fatos reais em suas temporadas anteriores. Isso não foi diferente com A História de Ed Gein e o público pode se surpreender ao perceber que muitos eventos mostrados são mais ficção do que realidade, apesar de inspirados nos crimes do infame serial killer. A história de Gein influenciou clássicos do cinema como Psicose, O Massacre da Serra Elétrica e O Silêncio dos Inocentes.

1. Ed Gein nunca foi noivo de Adeline Watkins

A série mostra Gein e Adeline Watkins como noivos, mas, na realidade, eles tiveram apenas um breve namoro. Watkins rejeitou uma proposta e não tinha conhecimento dos crimes de Gein.

A série exagera ao mostrar Watkins tendo relações sexuais com Gein em cemitérios, ajudando-o a conseguir empregos e encobrindo seus crimes – situações que não têm respaldo histórico. Como aponta um criador de conteúdo do YouTube, muitas dessas distorções vêm de livros sobre Gein que já continham alegações duvidosas. A minissérie, portanto, se distancia significativamente da realidade para aumentar o drama.

2. Robert Bloch não era especialista em Gein

Na série, Robert Bloch, autor de Psicose, é retratado como alguém que entende profundamente a psicologia de Ed Gein. Na realidade, isso está longe da verdade. Bloch se interessou pelos crimes de Gein apenas como inspiração para escrever Psicose, fascinado pela ideia de que uma pequena cidade escondia um serial killer sem que ninguém soubesse.

Ele não tinha conhecimento detalhado da mente de Gein e, mais tarde, afirmou que Psicose não se baseava diretamente na vida do assassino. A minissérie, portanto, exagera seu envolvimento e interpretações sobre Gein.

3. Ed Gein não ajudou a capturar Ted Bundy

O episódio final mostra Gein ajudando a polícia a capturar Ted Bundy, mas isso é pura ficção.

Na vida real, Gein nunca colaborou com o FBI nem participou de entrevistas da Unidade de Ciências Comportamentais. Suas próprias entrevistas serviram apenas para estudos de psicólogos criminais sobre seus motivos, sem levar a conclusões concretas. A sequência da série, portanto, é um exagero dramático sem base histórica.

4. Ed Gein provavelmente não matou Evelyn Hartley

O enredo envolvendo Evelyn Hartley, interpretada por Addison Rae na série, é um dos mais imprecisos. Na realidade, Hartley tinha 15 anos quando desapareceu, e não há evidências de que Gein a tenha assassinado.

A trama da minissérie, que sugere uma rivalidade por empregos de babá, também é falsa: eles moravam em cidades diferentes e Gein era financeiramente instável, tornando qualquer competição improvável. Além disso, a autoria do crime é incerta, e Gein nunca teve cúmplices conhecidos.

5. Interesse exagerado por Christine Jorgensen

Embora Monstro: A História de Ed Gein evite alguns clichês transfóbicos, a série exagera o interesse de Gein pela mulher trans Christine Jorgensen. Na vida real, ele possuía artigos sobre cirurgias de mudança de sexo, mas não tinha fascínio específico por Jorgensen.

Além disso, o livro que Watkins entrega a Gein na série só foi publicado depois da prisão dele, tornando a ligação mostrada totalmente fictícia. Essa interpretação errônea reforça uma imagem equivocada de Gein em relação à identidade de gênero.

6 – Ed Gein não matou seu irmão, Henry Gein

Na série, a morte de Henry Gein é retratada como obra de Ed Gein, mas na realidade isso nunca foi comprovado. O irmão de Gein morreu de causas naturais, possivelmente por inalação de fumaça ou ataque cardíaco, embora algumas lesões na cabeça tenham levantado suspeitas.

Ed Gein só foi associado à morte de Henry anos depois, como parte dos mitos que cercam sua figura na cultura pop. A série, portanto, transforma um episódio não resolvido em ficção para aumentar o drama.

Monstro: A História de Ed Gein está disponível na Netflix.