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Na Lama, da Netflix, é baseado em história real?

Série argentina da Netflix levanta discussões sobre o sistema prisional feminino.

Na Lama, da Netflix, é baseado em história real?

A trama de Na Lama acompanha cinco mulheres que sobrevivem a um acidente durante o transporte para a prisão e são levadas ao presídio de segurança máxima La Quebrada. Ali, percebem que a sobrevivência depende de alianças e da adaptação às regras não oficiais que regem o ambiente.

O enredo é inspirado na realidade de muitas penitenciárias femininas da América do Sul. O criador Sebastián Ortega buscou referências em relatos de mulheres que viveram atrás das grades, incorporando experiências reais na construção de personalidades, motivações e dilemas das personagens.

Realidade e inspiração

Embora não se baseie em um caso específico, a série reflete problemas recorrentes nos sistemas prisionais de países como Argentina, Brasil e Equador, onde grande parte das mulheres é presa por crimes relacionados a drogas de baixo impacto. A superlotação, a falta de acesso à saúde e a violência de gênero são retratadas de forma próxima ao que relatam organizações de direitos humanos.

Outro elemento inspirado em fatos é a exploração do tráfico humano, presente na narrativa por meio das ações de Cecilia Moranzón e do Dr. Soriano. No enredo, eles utilizam o poder que têm dentro da prisão para comandar um esquema ilegal de adoção de crianças, prática que, segundo denúncias e investigações, também já foi registrada na vida real.

Conexão com casos reais

A série dialoga com crimes de grande repercussão na Argentina, como o desaparecimento de Loan Danilo Peña, menino de 5 anos que levantou suspeitas de tráfico infantil.

Ao inserir referências a crimes dessa natureza, Na Lama cria uma ponte entre ficção e a dura realidade, usando o entretenimento como ferramenta de conscientização.

Além disso, o retrato das gangues rivais em La Quebrada também tem base em dinâmicas observadas em presídios reais. Disputas por território e poder, como as lideradas por Maria, La Zurda e posteriormente Amparo, ecoam casos verídicos, incluindo rebeliões e tragédias ocorridas em prisões femininas da região.

Com isso, Na Lama se estabelece como uma obra que, apesar de ficcional, bebe de fontes reais para criar um drama intenso e reflexivo sobre o que significa sobreviver em um sistema prisional marcado pela desigualdade e pela violência.