A primeira temporada de Legado Corrompido encerrou sua trama deixando muitos espectadores em busca de respostas. A produção espanhola da Netflix mergulha no universo dos Seligman, uma família poderosa que domina o jornalismo e a televisão, mas que é corroída por segredos e ambições conflitantes.
Ao longo dos episódios, acompanhamos a decadência moral dessa família que antes se vendia como ícone de integridade. Entre chantagens e revelações, o clã dos Seligman precisa decidir entre manter as aparências ou expor tudo e começar do zero.
O acordo com Progressa e os bastidores da traição
O ponto de virada da temporada foi a decisão dos Seligman de vender o jornal El Báltico à Progressa, principal acionista do grupo. Essa medida veio após uma crise interna gerada por um depoimento de Federico, patriarca da família, no qual ele expunha os podres de seus três filhos mais velhos.
Em paralelo, Manuel, genro de Federico e marido de Guadalupe, foi peça-chave para o agravamento da situação. Envolvido em atividades ilegais, como contrabando e ocupação de terras históricas, ele entregou a cópia da entrevista à polícia em troca de imunidade. Esse movimento permitiu que o policial Vargas, com histórico de abusos e chantagens, usasse o material para fins escusos.
A colaboração entre eles teve consequências rápidas, onde Manuel acabou brutalmente agredido como recado aos Seligman. Guadalupe, ao descobrir os crimes do marido e temendo por sua carreira política, decidiu interná-lo com a desculpa de um vício em jogos. Sentindo-se traído, Manuel se aliou à Progressa, acelerando ainda mais a queda da família.
No desfecho, mesmo com a assinatura da venda de El Báltico, a vitória de Manuel é ambígua. Ele perde a família, mas ganha dinheiro e a satisfação de ver os ex-aliados derrotados. O arco do personagem escancara os limites da ambição e o preço de alianças por conveniência.
Quem matou Vargas?
Outro mistério do final envolve a morte de Vargas. Após ser preso por seus crimes, incluindo o atentado contra a médica Pinos, o policial recusa uma trégua com Federico e promete vingança. Pouco depois, ele é morto na cadeia, num suposto suicídio que levanta suspeitas.
Yolanda, filha de Federico, acredita ter causado a morte ao falar demais num clube noturno, supostamente contratando um matador sem saber. No fim, descobre que o homem não era um assassino.
A identidade do verdadeiro mandante nunca é revelada, mas especula-se que tenha sido Nunez, assessor do governo, ou o próprio Federico, para silenciar ameaças ao seu império.
A traição contra Rocío e o preço da moral
A queda de Rocío, líder de um partido de esquerda e aliada do governo, foi mais um movimento estratégico dos Seligman. Para conseguir apoio político e um empréstimo bancário, Federico cedeu à pressão do presidente Gobierno e permitiu que Guadalupe entregasse e-mails comprometedores de Rocío.
Com isso, Federico contradiz o discurso ético que sustentou por décadas. Ao participar ativamente de uma armação política, ele se afasta ainda mais da imagem de jornalista justo e prova que, para manter o poder, estava disposto a tudo.
Lara expõe o passado de Federico?
A jovem Lara, que parecia distante da dinâmica familiar, protagoniza um dos momentos mais relevantes do final. Ao investigar a morte do jornalista Bruno, ela descobre que seu pai havia encoberto o crime para obter vantagens junto ao governo. A verdade vem à tona graças ao envolvimento de Leon, filho do colega assassinado.
Com acesso ao áudio da entrevista de Federico em que ele admite a fraude, Lara se vê diante de um dilema. Ao final, ela parece disposta a divulgar o material, mas a série não confirma se ela o fez. A dúvida permanece: ela preferiu fazer justiça ou proteger a família?
Legado Corrompido está disponível na Netflix.