Se tem uma coisa que Breaking Bad sabe fazer como ninguém é deixar a gente desconfortável com os próprios sentimentos. A série não só nos faz torcer por um traficante de metanfetamina, como também nos faz admirar vilões que, se fossem reais, provavelmente nos deixariam arrepiados só de ouvir o nome.
Durante anos, Gus Fring foi apontado como o ápice da frieza, o verdadeiro monstro da história. Mas e se eu te disser que tem alguém ainda pior? Uma única cena da quinta temporada deixa claro: Gus pode ser frio, mas Todd Alquist é o mal puro. E isso muda tudo.
Todd Alquist é a verdadeira face do mal em Breaking Bad
Gus Fring pode ser um gênio do crime, meticuloso e implacável, mas Todd Alquist é algo totalmente diferente. Ele não planeja como Gus, não manipula com maestria, mas justamente por isso, é ainda mais perigoso. Sua imprevisibilidade e falta total de empatia fazem dele um vilão que aterroriza de uma forma muito mais crua e instintiva.
Desde sua primeira aparição em Breaking Bad, Todd parece apenas mais um rostinho sem expressão. Mas o que se esconde por trás daquele sorriso inofensivo é uma capacidade assustadora de cometer atrocidades sem qualquer remorso. E esse contraste é o que o torna tão impactante. Ele não precisa de grandes discursos, nem de estratégias maquiavélicas. Ele simplesmente mata, tortura, destrói, como se fosse algo natural.
O assassinato de uma criança muda tudo
Na cena emblemática do episódio 5 da quinta temporada, Todd mata uma criança que apenas estava no lugar errado na hora errada. Sem hesitar. Sem pestanejar. A frieza desse momento é tão brutal que parece congelar o tempo. É um daqueles instantes que marcam para sempre quem assiste. E mostra, sem deixar dúvidas, que Gus pode ter sido cruel, mas Todd ultrapassa todos os limites morais.
O impacto desse assassinato é ampliado pelo olhar de Jesse Pinkman, que assiste tudo sem conseguir sequer processar o horror. Esse momento é um divisor de águas. Ele mostra que, ao contrário de Gus, Todd não tem regras. Ele não obedece a uma lógica. Ele é caos puro em Breaking Bad, e por isso, ainda mais assustador.
Gus era cruel, mas seguia um código
Giancarlo Esposito deu vida a um vilão fascinante. Gus era metódico, estrategista e, sim, capaz de atos brutais. Ele mandou matar pessoas próximas, manipulou Walter White como um mestre do xadrez e demonstrou zero compaixão em várias situações. Mas havia um código. Uma lógica. Um limite.
Gus acreditava no controle, na ordem. Por mais perturbador que fosse seu comportamento, ele agia racionalmente. Isso o tornava temível, mas também previsível. Ele não matava por impulso. Não era movido por vaidade, nem por carência. Já Todd? Todd matava para agradar, para mostrar serviço. Um tipo de mal muito mais desconectado da realidade, e muito mais perigoso.
A ausência de empatia torna Todd ainda mais ameaçador
Todd age como se estivesse fazendo favores. Seu comportamento passivo-agressivo, sua necessidade doentia de aprovação e sua completa ausência de empatia criam um perfil aterrorizante. Ele mata com a mesma naturalidade com que oferece café. Essa dissonância é o que o torna um vilão tão eficaz: ele não parece vilão, e justamente por isso, é letal.
É essa ausência de culpa que coloca Todd acima de Gus quando falamos em maldade pura. Porque, diferente de Gus, Todd não carrega peso. Ele dorme tranquilo após matar. E isso, em qualquer universo, é mais assustador do que qualquer chefão do crime bem vestido e educado.
Jesse Pinkman foi a maior vítima de Todd
O sofrimento de Jesse ao longo de Breaking Bad é quase insuportável, mas ele atinge níveis inimagináveis nas mãos de Todd. A partir do momento em que Todd entra em sua vida, Jesse perde qualquer chance de redenção emocional. Ele se torna prisioneiro, física e psicologicamente, de alguém que o enxerga mais como um brinquedo do que como um ser humano.
Todd não apenas mantém Jesse em cativeiro por meses, ele o obriga a viver sob uma constante ameaça de morte, testemunhar a execução de uma mulher inocente (Andrea) e seguir colaborando contra a própria vontade. A cada nova ação, Todd mostra que sua crueldade não tem fundo. Ele não quebra Jesse de uma vez. Ele o vai destruindo aos poucos. Como se estivesse se divertindo.
Todd representa um tipo de vilão mais real e mais assustador
Gus Fring pode até parecer saído de um filme de espionagem, elegante, eficiente, um estrategista que poderia comandar uma empresa internacional ou uma rede de tráfico. Mas Todd? Todd é o tipo de vilão que a gente tem medo de encontrar na rua. Ele é banal, comum, sem charme, mas com uma arma na mão e um sorriso no rosto.
Esse tipo de personagem incomoda porque não parece parte da ficção. Ele é muito mais próximo da realidade. E talvez por isso, sua presença na série seja tão impactante. Ele não precisa de frases de efeito ou grandes planos. Ele é o mal disfarçado de mediocridade, e isso é simplesmente apavorante.
A verdadeira prova está na reação dos personagens
Basta observar o comportamento de Jesse e de Walter diante de Todd para entender o quanto ele é mais perigoso que Gus. Jesse entra em colapso. Walter perde o controle. Mesmo no auge de seu poder, Heisenberg não consegue manipular Todd da mesma forma que fez com tantos outros.
Isso porque Todd é um fantasma, não se pode negociar com alguém que não tem consciência. Enquanto Gus provoca medo e respeito, Todd provoca pânico em Breaking Bad. Porque ele é instável. Ele não se encaixa em nenhuma regra. E, acima de tudo, ele não tem limites.
Todas as temporadas de Breaking Bad estão disponíveis na Netflix.