
Durante os 15 anos em que esteve no ar, Supernatural não foi apenas uma série sobre caçadas sobrenaturais, demônios ou apocalipses iminentes. Ela foi, acima de tudo, sobre laços, especialmente entre dois irmãos que, juntos, enfrentaram o inferno, literalmente.
E, por mais que o final original planejado por Eric Kripke na 5ª temporada tenha sido emocionante, um detalhe em especial sempre incomodou os fãs mais atentos. Um comportamento que simplesmente não combinava com quem Dean Winchester sempre foi.
A ideia original era encerrar a série com grandiosidade na 5ª temporada
Eric Kripke, criador de Supernatural, e mais tarde, também de The Boys, nunca pensou que a série duraria 15 temporadas. Quando estreou em 2005, sua visão era clara: uma história coesa de cinco anos, com começo, meio e fim.
E ele quase conseguiu. A 5ª temporada resultou num dos episódios mais elogiados de toda a série, com Sam se sacrificando para aprisionar Lúcifer e salvar o mundo. O Apocalipse foi evitado, o arco narrativo principal se concluiu e tudo parecia perfeito… até você olhar com atenção para a atitude de Dean.
Dean abandonar Sam no inferno nunca fez sentido
Durante cinco temporadas, acompanhamos Dean Winchester quebrar regras celestiais, fazer pactos com demônios e morrer literalmente por seu irmão. A essência de Dean era clara: Sam sempre viria em primeiro lugar.
Então, por que quando Sam se sacrifica para deter Lúcifer, Dean simplesmente aceita e vai viver com Lisa? A série até mostra que ele tenta seguir em frente, mas é completamente fora de personagem ver Dean, que já enfrentou o inferno no final da 3ª temporada, aceitar que seu irmão fique preso lá por toda a eternidade sem mover um dedo. Isso contradiz tudo que o personagem representou até ali.
A série continuou porque o final original deixava pontas soltas
Apesar de a ideia inicial ser encerrar Supernatural na 5ª temporada, a popularidade absurda da série não permitiu. E, talvez, isso tenha sido uma bênção disfarçada. Porque foi justamente a continuidade que corrigiu o erro do roteiro anterior.
Na 6ª temporada, descobrimos que quem traz Sam de volta do inferno não é Dean, e sim Castiel, com a ajuda de Crowley. Um retorno incompleto, é verdade, já que Sam volta sem alma. Mas foi o suficiente para retomar a coerência narrativa: Dean jamais deixaria Sam para trás, ainda mais sabendo o que o esperava no submundo.
O final da 15ª temporada foi mais emocional
Quando finalmente chegou ao fim em 2020, Supernatural optou por um caminho diferente. Em vez de fechar com batalhas grandiosas ou arcos apocalípticos, o desfecho foi mais contido e intimista.
Dean morre em uma caçada comum, algo simples, quase anticlimático. Mas a cena da morte é tocante, e o reencontro com Sam no céu anos depois fecha o ciclo com delicadeza. Mesmo sem o impacto da 5ª temporada, a série entregou um encerramento emocional, fiel aos personagens e aos fãs.
Mesmo com o erro, o final original ainda funciona melhor que o real
A verdade é que, apesar do deslize com Dean, o final original da 5ª temporada ainda se sustenta como o melhor encerramento possível para a série. Ele fecha todos os arcos, tem peso narrativo e oferece uma conclusão digna para os personagens, especialmente se ignorarmos o comportamento incoerente de Dean.
Já o final da 15ª temporada divide opiniões até hoje. Alguns o veem como poético, outros como frustrante. O que é inegável é que, ao prolongar a série, Supernatural ganhou novos momentos incríveis, mas também enfrentou quedas de qualidade que poderiam ter sido evitadas se tivesse encerrado no auge.