
Se você é fã de The Witcher e está órfão de uma boa série de fantasia cheia de ação, sangue e personagens complexos, talvez ainda não tenha dado a devida atenção a uma das produções mais ousadas da Netflix: Castlevania.
Inspirada na clássica franquia de games da Konami, essa animação não apenas conquistou críticas positivas desde sua estreia em 2017, como também dividiu opiniões com mudanças ousadas em relação ao material original.
Castlevania e The Witcher: semelhanças que impressiona
Encontrar séries de fantasia que consigam unir qualidade narrativa e fidelidade a um universo tão vasto não é tarefa fácil. Tanto The Witcher quanto Castlevania provaram ser exceções nesse cenário, conquistando públicos que vão além dos gamers e atraindo até mesmo quem nunca teve contato com os jogos.
A atmosfera gótica, as tramas com política, religião, magia e muita violência aproximam as duas produções. Se Geralt atravessa um mundo corrompido, enfrentando monstros e dilemas morais, Trevor Belmont segue um caminho igualmente tortuoso, como um anti-herói obrigado a carregar nas costas a responsabilidade de salvar a humanidade.
Personagens complexos e anti-heróis marcantes
Em séries como essas, a construção dos personagens é o que mantém o público preso. E aqui está um dos pontos que fazem de Castlevania uma experiência tão poderosa para os fãs de The Witcher.
Trevor Belmont, assim como Geralt, é um protagonista imperfeito, marcado por suas falhas, ironia e um senso de dever que surge, muitas vezes, contra a sua própria vontade.
Ao lado dele, figuras como Sypha e Alucard ampliam a profundidade da narrativa, oferecendo arcos de evolução emocionantes. Essa mistura de carisma e tragédia é o que cria a conexão verdadeira com o público, e é exatamente o que fãs de Geralt procuram em novas histórias.
As mudanças polêmicas no material original
Mas nem tudo em Castlevania foi recebido de braços abertos. Assim como aconteceu com The Witcher, a adaptação tomou liberdades criativas que incomodaram parte dos fãs mais puristas.
Uma das principais alterações foi a forma como o conde Drácula foi retratado: não apenas como um vilão sanguinário, mas como um personagem trágico, movido por dor e perda.
Essa decisão narrativa deu à série uma camada de profundidade inesperada, transformando o que poderia ser apenas uma luta entre “bem” e “mal” em um debate mais humano e emocional. No entanto, também foi o estopim para inúmeras críticas, afinal, mexer em ícones consagrados dos games nunca passa despercebido.
Por que Castlevania supera The Witcher em consistência?
Embora The Witcher tenha estreado em grande estilo, apresentando um mundo vasto e promissor, as temporadas seguintes não conseguiram manter o mesmo nível de impacto. Problemas de ritmo, escolhas narrativas questionáveis e mudanças bruscas em relação ao material de Andrzej Sapkowski deixaram parte do público insatisfeito.
Castlevania, por outro lado, mostrou consistência do início ao fim. Cada temporada elevava a história, sem abrir mão da qualidade de sua animação ou da intensidade dos conflitos.
Ao não depender tanto da fidelidade absoluta aos games, a produção encontrou liberdade criativa para contar uma história envolvente por si só, garantindo que mesmo quem nunca encostou em um joystick pudesse aproveitar a experiência.
A série que todo fã de fantasia deveria assistir
Se você já maratonou todas as temporadas de The Witcher e sente falta de mergulhar em um universo sombrio, complexo e cheio de dilemas morais, Castlevania pode ser exatamente o que procura.
Com batalhas brutais, personagens que fogem do maniqueísmo e uma narrativa que não subestima a inteligência do espectador, a animação prova que a fantasia adulta tem muito mais a oferecer do que se imagina.
Mais do que uma simples adaptação de videogame, Castlevania é uma obra que desafia convenções, provoca debates e se coloca como uma das melhores séries de fantasia já lançadas pela Netflix, mesmo que, injustamente, ainda não receba o reconhecimento que merece.
As 4 temporadas de Castlevania estão disponíveis na Netflix.