Ao longo dos dez episódios da primeira temporada, a série Diários de um Robô Assassino acompanhou a jornada de um andróide que conquista sua autonomia, mesmo tentando manter-se distante de conexões humanas. O robô de segurança hackeia seu sistema de controle e ganha plena consciência, o que o diferencia dos demais modelos semelhantes.
Com o passar do tempo, no entanto, Murderbot desenvolve um vínculo com a equipe que deveria proteger, e isso o leva a fazer um sacrifício no penúltimo episódio. Esse ato se torna o estopim para os eventos que marcam o final da temporada.
Memórias apagadas e um sistema reiniciado
Gravemente danificado ao tentar salvar Mensah, Murderbot desperta em um laboratório da Corporation Rim, onde técnicos zombam de sua condição enquanto restauram seu sistema. Ao reativá-lo, apagam todas as memórias recentes, inclusive a tomada de consciência. Ele volta a operar como uma unidade padronizada, obedecendo ordens sem questionar.
Enquanto isso, Mensah e sua equipe pressionam a corporação, tentando responsabilizá-la pelas mortes da missão DeltFall e recuperar o robô. Apesar da resistência da empresa, que teme que as memórias de Murderbot contenham provas comprometedores, o grupo insiste em tratá-lo como membro da equipe, não como propriedade.
Rathi é o primeiro a encontrar o robô reconfigurado. A reunião não ocorre como esperado: ao reconhecê-lo, Murderbot aponta uma arma, sob ordens de um supervisor. O gesto confirma que sua memória foi mesmo apagada. Ainda assim, durante uma nova missão, o andróide tem flashes de lembranças do massacre ocorrido em uma instalação de mineração.
A reconquista da identidade perdida
Durante um confronto com uma multidão em protesto, Murderbot sofre uma pane, é atacado e dado como inutilizável pela corporação, sendo enviado para incineração. Pin-Lee chega a tempo de resgatá-lo, após uma campanha pública de Mensah que expõe os abusos cometidos contra ele e denuncia a tentativa de encobrir os crimes da empresa.
Com apoio de Gurathin, ex-funcionário da corporação, a equipe localiza os arquivos de memória do robô em uma pasta intitulada Sanctuary Moon. Usando uma conexão direta, Gurathin transfere os dados para Murderbot. Quando o andróide retoma a consciência, sua primeira fala é sobre os episódios que perdeu de sua novela preferida, confirmando que voltou a ser quem era.
Mensah revela que o comprou legalmente da corporação, mas que ele é livre para decidir seu destino. Pela primeira vez, Murderbot tem liberdade completa: não apenas mental, mas também institucional. Ainda assim, a perspectiva de permanecer com o grupo parece limitar sua nova condição.
Um adeus silencioso e um futuro indefinido
Depois de passar o dia com a equipe, Murderbot toma uma decisão. Durante a noite, diz a Gurathin que precisa “verificar o perímetro”. O humano, inicialmente confuso, entende que essa é a forma encontrada pelo robô para se despedir. Sem tentar detê-lo, apenas observa sua partida.
Vestido como um humano comum, Murderbot embarca em uma nova jornada, negocia uma passagem com bots de carga em troca de horas de entretenimento, e parte rumo a uma instalação de mineração, possivelmente a mesma de seus traumas.
Mensah, ao perceber sua ausência, assiste em silêncio ao navio decolar. Ela compreende sua escolha e respeita sua busca por autonomia. O ciclo se encerra, mas o caminho do protagonista está apenas começando.
Agora verdadeiramente livre, Murderbot deve confrontar os fantasmas de seu passado e, talvez, descobrir que tipo de vida deseja construir com as próprias mãos.
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