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Dexter: 6 provas de que a série envelheceu mal

O que deu errado em Dexter? Veja os 6 sinais mais evidentes.

Dexter perdeu o rumo, e esses 6 sinais mostram por que a série não envelheceu nada bem
Dexter perdeu o rumo, e esses 6 sinais mostram por que a série não envelheceu nada bem

Quem assistiu a Dexter nos anos 2000 lembra do impacto que a série causou com seu protagonista serial killer que também era o mocinho da história. Com um elenco afiado, clima sombrio e um enredo intrigante, a produção da Showtime marcou uma geração. 

Mas será que ela resistiu bem ao teste do tempo? Para muitos fãs, infelizmente, não. O problema não está só nos efeitos visuais ou na trilha sonora datada, mas sim em decisões criativas que transformaram uma história promissora em algo que beira o absurdo. 

Dexter

Os últimos anos da série ignoraram a história que ela mesma construiu

As quatro primeiras temporadas de Dexter são lembradas como ouro puro para os fãs de séries policiais. Mas, ao invés de finalizar a trama no auge, a produção insistiu em continuar por mais quatro longos anos, esgotando ideias e perdendo a coerência. 

Quando a esposa de Dexter, Rita, foi assassinada brutalmente no final da quarta temporada, o público acreditou que esse era o ponto final da história, ou ao menos o início do seu fim. Mas não. A série ignorou a oportunidade de concluir com maestria e entrou em uma espiral de plots forçados, vilões esquecíveis e decisões sem sentido.

O problema é que os roteiristas pareciam não saber mais o que fazer com o personagem principal. Em vez de evoluir para um desfecho impactante, Dexter passou a andar em círculos, repetindo ideias e desconstruindo tudo o que havia feito nos primeiros anos. A narrativa perdeu o foco, e o público perdeu o interesse.

Batista em Dexter
Batista em Dexter

Personagens secundários viraram figurantes sem propósito

Enquanto Dexter e sua irmã Deb ganhavam cada vez mais espaço, personagens como Batista, Laguerta e Quinn viraram peças descartáveis. Eles até recebiam destaque momentâneo, mas era só sinal de que seriam eliminados em breve. A série, ao invés de trabalhar com profundidade os coadjuvantes, preferia usá-los como combustível para manter a trama girando, mesmo que de forma rasa.

Essa falta de desenvolvimento tirava qualquer peso emocional dos eventos. Quando um personagem morria ou desaparecia, a sensação era de indiferença. A previsibilidade se instalou, e o roteiro perdeu a oportunidade de enriquecer o universo ao redor do protagonista.

Trinity Killer
Trinity Killer

Os vilões só pioravam a cada temporada

Depois do Trinity Killer, interpretado magistralmente por John Lithgow, a série nunca mais conseguiu criar um antagonista à altura. Os vilões seguintes eram desinteressantes, com motivações rasas e histórias fracas. O declínio ficou evidente, e a cada temporada o novo inimigo parecia mais genérico que o anterior.

A fórmula se desgastou, e a atmosfera sombria misturada com humor ácido foi sendo substituída por um drama forçado e excessivamente sério. Quando a série começou a se levar mais a sério do que deveria, perdeu uma de suas maiores qualidades: o equilíbrio entre tensão e sarcasmo.

Julie Benz
Julie Benz

A morte de Rita foi o ponto sem retorno

Rita era uma das poucas personagens que realmente evoluíam na trama e tinha ligação direta com a jornada de Dexter. Sua morte, apesar de impactante, marcou o momento exato em que a série perdeu sua bússola. A partir dali, Dexter deixou de ser sobre um assassino tentando parecer humano e virou uma novela sobre um cara que mata sem consequências reais.

Além disso, a forma como Rita foi descartada virou um exemplo clássico de “mulheres na geladeira”, termo usado para quando personagens femininas são mortas apenas para motivar o protagonista masculino. A perda foi mal explorada e nunca teve o devido peso no desenvolvimento emocional do personagem.

Michael C. Hall como Dexter
Michael C. Hall como Dexter

A narração virou um recurso preguiçoso

No começo, a voz de Dexter nos guiava pelos seus pensamentos mais profundos, ajudando o público a entender o conflito interno entre o monstro e o homem. Mas, com o passar do tempo, essa narração virou uma muleta cansativa. Em vez de revelar algo novo, ela só repetia o óbvio ou tentava arrancar risos com piadinhas fora de hora.

O que antes era uma ferramenta inteligente virou um recurso preguiçoso, revelando que a série já não sabia mais como contar sua própria história. O monólogo interno perdeu força e se transformou em um ruído incômodo.

Dexter

Dexter nunca foi um herói, mas a série esqueceu disso

Um dos maiores erros de Dexter foi tentar transformá-lo em um tipo de justiceiro, um “Batman serial killer”. Só que não era para ser assim. Dexter era o vilão da própria história. Ele matou inocentes, arruinou vidas e passou por cima de qualquer código de ética, inclusive o seu próprio.

Mas ao invés de tratar isso com seriedade, a série começou a justificar seus atos com desculpas cada vez mais frágeis. A ideia de que ele só matava “quem merecia” virou escudo para um comportamento indefensável. No fim, Dexter precisava de ajuda psicológica, não de aplausos.

Dexter: New Blood está disponível no Paramount+
Dexter: New Blood está disponível no Paramount+

New Blood tentou consertar o estrago e conseguiu, em parte

Quase dez anos depois, Dexter: New Blood chegou como uma chance de redenção. E, apesar de dividir opiniões, conseguiu algo raro: trazer de volta os temas centrais das primeiras temporadas. A culpa, o legado e a monstruosidade do protagonista voltaram a ser debatidos de forma séria, e o retorno do showrunner original, Clyde Phillips, fez toda a diferença.

New Blood não apagou os erros do passado, mas ao menos tentou concluir a história com mais coerência. E, mais importante ainda, teve coragem de mostrar que o verdadeiro final de Dexter não era uma cabana no meio do nada, era o acerto de contas que sempre deveria ter acontecido.

Dexter está disponível na Paramount+.

 

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