Dept. Q se destacou ao abordar crimes arquivados com profundidade psicológica. Ambientada em Edimburgo, a série acompanha o detetive Carl Morck na reabertura de casos antigos enquanto lida com os traumas do passado. No entanto, a narrativa levanta a dúvida: até onde a história é baseada em fatos?
Apesar da sensação de realismo, a trama é inteiramente ficcional. Dept. Q é uma adaptação da série literária do autor dinamarquês Jussi Adler-Olsen, um dos principais nomes da literatura policial nórdica contemporânea.
Origem nos livros e mudanças na série
A primeira temporada da série da Netflix se inspira livremente em “O Mistério das Causas Perdidas” (The Keeper of Lost Causes), o livro que inaugura a saga literária.
A adaptação, comandada por Scott Frank (O Gambito da Rainha), muda o cenário da Dinamarca para a Escócia e apresenta Carl Morck como um detetive inglês deslocado em Edimburgo, em vez de um policial dinamarquês em sua cidade natal.
Outros elementos também foram reformulados. O personagem Assad, parceiro de Morck nos livros, foi adaptado como Akram Salim na série. Mesmo com as alterações, a essência da obra original, com casos esquecidos, segredos enterrados e investigações minuciosas, permanece intacta.
Casos reais inspiraram a trama?
Embora os eventos retratados na série não tenham base direta em casos reais, a ideia de um departamento especializado em crimes arquivados encontra paralelos no mundo real.
Na Escócia, por exemplo, a Police Authority possui uma equipe dedicada à revisão forense de casos antigos, atuando para trazer respostas a famílias que ainda aguardam justiça.
Além disso, universidades como a Glasgow Caledonian têm desenvolvido iniciativas acadêmicas voltadas para investigação de desaparecimentos não resolvidos.
Essas ações demonstram que a ideia central da série dialoga com iniciativas existentes, apesar de seu enredo ser puramente ficcional.