
A primeira temporada de Delírio estreou na Netflix com oito episódios que exploram os traumas familiares e o colapso mental de Agustina Londoño.
Encerrando com reencontros e reconciliações, a história deixa seus personagens à beira de um novo começo, mas também sugere que a estabilidade recém-conquistada pode não durar muito.
Mesmo sem uma confirmação ofcial da Netflix até o momento, a forma como os arcos foram construídos indica que ainda há espaço para mais capítulos.
Segunda temporada pode aprofundar a saúde mental de Agustina
Ao longo da série, Agustina apresentou episódios severos de paranoia, alucinações e desorientação, sintomas que sugerem um quadro mais grave do que o inicialmente abordado.
Apesar do desfecho positivo entre ela e Aguilar, o enredo não encerra completamente os conflitos centrais da protagonista. Sua condição mental continua instável, e o breve período de internação pouco contribuiu para sua recuperação.
Se a série for retomada, é possível que o foco se volte para o diagnóstico e tratamento adequado da personagem. Isso incluiria não apenas sua jornada pessoal, mas também os impactos que esse processo pode causar no casamento recém-restaurado com Aguilar e nas dinâmicas familiares.
Além disso, outro ponto não resolvido envolve a dor da perda do filho do casal. O tema é delicado e aparece brevemente na temporada inicial, mas pode ganhar força em novos episódios, especialmente se houver uma reabertura da conversa sobre maternidade e como isso se entrelaça com os traumas da infância de Agustina.
Midas ainda pode desempenhar papel importante
O paradeiro de Midas também permanece em aberto. Após o colapso da operação mafiosa da qual fazia parte, ele sobrevive, mas se vê forçado a desaparecer. Em sua última cena, está escondido na casa da mãe, numa vizinhança humilde, longe do luxo e poder que havia conquistado.
Com inimigos tanto na polícia quanto no submundo do crime, seu retorno à narrativa pode oferecer uma nova tensão. A conexão com Agustina também não foi totalmente encerrada. Embora ela tenha escolhido seguir em frente com Aguilar, os sentimentos mal resolvidos com Midas ainda pairam sobre sua história.
Dinâmica familiar pode ganhar mais espaço
A família de Agustina desempenha papel fundamental na construção do enredo, mas muitos conflitos permanecem sem resolução. A relação com a mãe, Eugenia, é marcada por imposições que ainda não foram totalmente confrontadas.
Já o irmão Joaquín enfrenta a ruína dos negócios, enquanto o retorno de Bichi, irmão caçula e excluído da família, deve abalar a estrutura que restava. Sua entrada na disputa pela herança do pai, morto na primeira temporada, pode reacender disputas internas.
Elenco principal deve retornar
Caso a série ganhe novos episódios, a maior parte do elenco da primeira temporada deve estar de volta. Isso inclui Estefanía Piñeres (Agustina), Juan Pablo Raba (Aguilar), Paola Turbay (Eugenia), Juan Pablo Urrego (Midas), Jacobo Diez (Bichi), Cristina Campuzano (Sofia) e José Julián Gaviria (Joaquín).
Alguns personagens, no entanto, devem ficar de fora. É o caso de Carlos Vicente, pai de Agustina interpretado por Salvador del Solar, que morreu ao longo da trama. Outro que deve se despedir é Evaristo, vivido por César Mora, cuja função narrativa já foi encerrada com o fim do arco hospitalar de Agustina.
Com um núcleo central já bem estabelecido, a segunda temporada pode aproveitar a força do elenco original para desenvolver conflitos mais densos, sem a necessidade de grandes mudanças na série.
Apesar do tom esperançoso do final, Delírio encerra sua primeira temporada com diversas pontas soltas, e esse olhar mais realista sobre saúde mental, relações afetivas e traumas pode ser uma base profunda e madura para uma nova temporada.