Antes de se tornar um dos maiores sucessos dos quadrinhos e da TV, The Walking Dead quase não foi publicado. No início dos anos 2000, quando o mercado de histórias de zumbis parecia desgastado, o roteirista Robert Kirkman apresentou a ideia à editora Image Comics e foi recebido com desconfiança. Os editores Jim Valentino e Eric Stephenson achavam que uma revista em preto e branco sobre mortos-vivos teria pouco apelo.
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Para mudar isso, Kirkman decidiu inventar um detalhe que não existia. “Basicamente menti para eles e disse: ‘Olha, é assim que vai ser: o livro inteiro vai ser como eu planejei, mas, à medida que as edições avançam, eventualmente vou revelar que foram os alienígenas que causaram a revolta zumbi. E isso vai levar a uma grande batalha entre humanos e alienígenas, e os alienígenas fizeram isso para enfraquecer as forças militares dos humanos, e eventualmente vai ser uma grande invasão alienígena.’ E então eles disseram: ‘Ah, sim, parece legal! Vamos fazer isso.’”
O plano funcionou. The Walking Dead foi aprovado e lançado com sucesso. Pouco depois, os editores perceberam que a história dos alienígenas nunca apareceria. Kirkman contou que, quando Stephenson leu a primeira edição e perguntou sobre isso, ele admitiu: “Bem, preciso ser honesto com você… isso não vai acontecer. Eu estava meio que mentindo um pouco, e eu realmente só quero fazer um livro de zumbis direto.”
Naquele momento, a série já fazia sucesso, e a mentira se tornou apenas uma anedota curiosa. “Eric respondeu algo como: ‘Bem, isso é bom, porque eu estava lendo o livro e pensando: ‘Ele pode estragar tudo colocando alienígenas nisso.’”
Kirkman disse que o outro editor, Jim Valentino, “não ficou muito feliz” ao saber da farsa, e admitiu sentir certo constrangimento ao relembrar a história. Ainda assim, o episódio virou parte do folclore dos quadrinhos, um exemplo de como uma “mentirinha” pode dar origem a uma das maiores sagas do terror moderno.
The Walking Dead está disponível na Netflix e no Disney+.
